E.B.D
Protegendo a sua boca
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 204 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 09 – 01 de dezembro de 2024
TEXTO PRINCIPAL
“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv 25.11)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Mt 5.9
Usando a linguagem de maneira suave e mansa
Terça-feira – Tg 3.3-5
A linguagem adequada
Quarta-feira – Mc 7.20-23
A linguagem coerente com a ação
Quinta-feira – CI 4.6
Palavras temperadas com sal
Sexta-feira – Tg 1.19
Prontos para ouvir e tardios para falar
Sábado – Mt 23.1-3
O nosso viver deve revelar o nosso falar
TEXTO BÍBLICO
Provérbios 10
11 A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios.
12 O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
13 Nos lábios do sábio se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.
14 Os sábios escondem a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição.
Provérbios 15
1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
2 A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
3 Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.
4 Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito.
7 Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não fará assim.
14 O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.
Provérbios 17
27 Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito.
28 Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o que a Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de usarmos a nossa boca. O que dizemos para outra pessoa diz muito do que nós somos, por isso que a Bíblia dá muita importância à forma que devemos falar com o outro. Sim, há grande ensinamento bíblico que visa nos ensinar a como proceder com a nossa língua. Por meio dela podemos abençoar e edificar a vida dos que se encontram ao nosso redor, mas também podemos trazer prejuízos irreparáveis, inclusive, a nós mesmos. Que Deus nos dê sabedoria para falarmos em seu nome.
I. A BOCA DO SÁBIO E A BOCA DO TOLO
1- O modo de falar do sábio e do falto de entendimento. O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo. Os versículos 11 a 14 apresentam o contraste mais específico entre o modo sábio de falar e o tolo. Por exemplo, enquanto o tolo apresenta um discurso indisciplinado, terreno e contencioso, o sábio apresenta um discurso disciplinado, celestial que promove vida (Pv 10.11). Por isso, é próprio do sábio tolerar as difamações e perdoar o que lhe fazem mal (Pv. 10.12), mas o falto de entendimento não perdoa, muito pelo contrário, se inflama e produz palavras torpes, que incendeiam o ambiente e levam à confusão (Pv 10.13.14).
2- O que os lábios falam e o coração 2 busca? O capítulo 15 de Provérbios, especificamente dos versículos 1 a 20, mostra como é a língua do sábio. Em primeiro lugar, a palavra branda proveniente dos lábios do sábio desviará o furor (v.1). Essa palavra revela um espírito humilde, mais terno, por isso a linguagem do sábio sempre é adornada de sabedoria, ponderação e bom senso, enquanto a língua do tolo é cheia de ira e insensatez (v.2). Dessa forma os olhos do Senhor contemplam tanto os maus e bons. principalmente a forma como usamos a linguagem (v.3). Então, sabedores de que Deus os contempla, os sábios derramam o conhecimento por meio da linguagem, pois o seu coração busca sinceramente a sabedoria; e diferentemente do sábio, o tolo derrama tolices, tortuosidades por meio de sua linguagem, pois seu coração é completamente indiferente à busca do que faz bem à alma e eleva o pensamento (vv.7.14).
3- É possível controlar a língua. Provérbios 17.27.28 nos mostra o valor de uma fala ponderada, disciplinada e cuidadosa. Saber calar, principalmente no presente século, é uma das disciplinas mais importantes para quem busca desenvolver um espírito manso, suave e pacífico (Mt 5.9). Por isso, o sábio expressa o seguinte: “retém as suas palavras” (v.27). Assim, faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso está relacionado com um espírito precioso (v.27). E a prática de calar é tão “poderosa” que até o tolo sai por sábio se assim o fizer (v.28). Saber usar a linguagem de maneira adequada é um ato de sabedoria (Tg 3.3-5).
II. A LINGUAGEM DE UMA PESSOA TOLA
1- O que a linguagem revela? Os textos que meditamos (Pv 10; 15; 17) no tópico anterior fazem um claro contraste entre a linguagem do sábio e a do tolo. A Palavra de Deus nos mostra que a linguagem que expressamos revela o que se encontra dentro, no interior, isto é, revela o que estamos pensando, sentindo e desejando (Mc 7.20-23). Esse fato pode ser constatado na discussão a respeito das funções de uma língua em que “a comunicação do pensamento” se revela como uma função básica. Logo, quando uma pessoa é insensata, ela se revela por meio da linguagem, quer nas manifestações verbais quer nas não verbais.
2-A língua do tolo. Os textos que estudamos revelam a linguagem do tolo como palavras que no lugar de construir, destroem; no lugar de estimular a mansidão, estimula a ira; no lugar de trazer a paz, produz violência; no lugar de estimular a prudência e a sensatez. estimula a insensatez e uma ação desgovernada. Por isso, na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha mortal“, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8). Ora, a língua tem uma capacidade imensa de causar mal às pessoas. Por isso, cabe aos que buscam a sabedoria do alto terem plena consciência do mal que se pode causar aos outros por meio do mau uso da fala.
3- O que acontece quando nos comunicamos insensatamente? Quando comunicamos algo, nos dirigimos a alguém ou comunicamos a respeito de alguém. Isso significa que o outro está diante de nossa fala. Comunicamos para alguém que está diante de nós. Por isso que o nosso Senhor disse que quem chamasse um irmão de “louco”, como um ato proveniente da cólera ou da ira, seria preso no juízo (Mt 5.22). Isso porque, por meio da palavra, podemos entristecer ou ferir a outra pessoa; por meio da palavra, podemos criar um ambiente pesado, obscuro e intragável: por meio da palavra, pessoas podem adoecer, fragilizar-se. Entretanto, por meio da palavra tudo isso pode ocorrer de maneira oposta, começando por viver em seriedade o que o apóstolo Paulo aconselha em sua carta: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6).
III. PROTEGENDO A LINGUAGEM DE UMA PESSOA SÁBIA
1- A fala do sábio. A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada. Falam uma coisa e fazem outra. Pensam uma coisa e sentem outra; ou seja, estão completamente desajustadas, desorganizadas. Uma das características da sabedoria cristã que encontramos nos capítulos de Provérbios em estudo é que a fala do cristão deve ser plenamente coerente com o que pensa e faz (Pv 10.11; 15.4; 17.27). Nosso Senhor era assim, pois o que ensinava poderia ser constatado em sua ação (Mt 7.29). Assim, o que dá autoridade a uma pessoa sábia não é apenas o seu discurso, mas se a ação está em pleno acordo com o que diz. É a Palavra virtuosa, conjugada com uma ação virtuosa, que fará do crente uma pessoa sábia. O jovem sábio será testado e provado nas suas ações com o que diz (Tg 2.18).
2- A relação entre falar e ouvir no sábio. Em Tiago está escrito: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Uma das características de uma pessoa sábia é saber ouvir. Esse ouvir não se trata de uma escuta passiva, apenas por “educação”, mas uma escuta ativa, presente e consciente. Antes de falar, precisamos ouvir para interpretar corretamente o que nos estão comunicando. Numa época de distração como a nossa, muitos falam sem ouvir. Quando falamos sem ouvir, há ruídos na comunicação. Assim, corremos o risco de ser interpretados de maneira equivocada. Os desentendimentos nascem da má vontade de muitos ouvirem para compreenderem. É preciso humildade para isso. Dessa forma, a pessoa sábia está sempre pronta para ouvir e entender, é só falar depois de ter plena certeza de que entendeu. Ouvir e falar é um movimento indispensável para a boa comunicação.
3- A fala e o agir do sábio. É possível que nosso discurso esteja correto, seja santo, justo e bem, mas isso não basta. Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso vivê-lo (Mt 23.1-3). Aqui, está o nosso grande desafio para agir de maneira sábia: Dizer o que é santo, justo e bom e, ao mesmo tempo, praticar o que é santo, justo e bom. Nessa perspectiva, somos chamados pela Palavra de Deus para apresentar uma fala que glorifique o Senhor, e que seja plenamente coerente com o que cremos e fazemos. Portanto, cuidemos de falar agradavelmente (Cl 4.6), com mansidão e temperança (I Pe 3.15), de maneira que nossas ações revelam a nossa temperança, agradabilidade e mansidão em Cristo.
CONCLUSÃO
Na lição desta semana, estudaremos a respeito da proteção à boca. Vimos que a boca fala do que o coração está cheio. Os que se mostram tolos, sua linguagem também se apresenta ao público de maneira insensata, desgovernada e insensível. Os que buscam a sabedoria do alto, devem ter o cuidado com a sua língua, buscando sempre glorificar o Senhor em tudo. A maneira que falamos revela o que pensamos, sentimos e desejamos.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD