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José, um líder piedoso e temente a Deus

INTRODUÇÃO
O testemunho da vida de José nos mostra a possibilidade de o homem manter-se, sob a graça divina, íntegro, independente da idade e das circunstâncias que o envolvam. No convívio familiar, na casa de Potifar, na prisão, no palácio ou no reencontro com seus irmãos, José sempre evidenciou as virtudes próprias de um caráter forjado pela adversidade e perseverança no Senhor.
CONTEXTO FAMILIAR
Jacó, um pai perspicaz. José é descendente de um clã de patriarcas escolhido por Deus para iniciar a linhagem piedosa da qual nasceria o Messias (GI 3.8, 16,18). Jacó, seu pai, foi o terceiro na linha sucessória. Seu amor por Raquel (Gn 29.30) e a vida dissoluta de seus outros filhos (Gn 34.25,26; 35. 22; 37.2), motivaram-no a amar mais a José (Gn 37.3; Pv 28.7; 13.1). Assim, Jacó acabou incitando nos irmãos de José o ciúme e a ira (Gn 37.4, 11,18). Para piorar a situação, o patriarca deu a José uma túnica especial e colocou-o como vigia de seus irmãos (Gn 37. 3,14). Exemplo que não deve ser seguido! (ver Pv 3.12; 13.24; 19.18).
O caráter dos irmãos de José (Gn 35.23-26). José era o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro de Raquel, sua amada (Gn 49.22). Benjamim era o mais jovem de todos (Gn 49.27). Rubens, o primogênito, era instável, imoral e intempestivo (Gn 35.22; 49.4). Simeão e Levi eram violentos, cruéis e vingativos (Gn 34.25-29;49.5,7). Porém, uma coisa tinham em comum: todos invejavam José e procuravam ocasião para matá-Io (Gn 37.11, 18,20).
Sabemos que o caráter abrange tudo o que pensamos, falamos, fazemos, aprendemos e vivemos. Ele revela nossa completa identidade. Por isso, os pais devem primar pela boa formação de seus filhos, sendo exemplo de dedicação a Deus, amor, fé, oração e apego à Palavra.
A CONSOLIDAÇÃO DO CARÁTER DE JOSÉ
Integridade na casa dos pais. A família de Jacó passou por diversas crises: a) rixas entre as irmãs, Léia e Raquel (Gn 29.33; 30.1,8); b) injustiças (Gn 31.41) e intrigas financeiras (Gn 31.1); c) propensão à idolatria (Gn 31.34); d) traição, violência, imoralidade e invejas (Gn 34.25-30; 35.22; 37.11). Diante desse contexto, que tipo de caráter José poderia ter? Entretanto, ele é um exemplo de que é possível, com a graça divina, manter-se puro e íntegro, mesmo convivendo com pessoas de comportamento reprovável (Fp 2.15).
Resistindo à tentação na casa de Potifar. Os irmãos de José fizeram com que ele passasse por muitas adversidades: fora jogado numa cisterna vazia em Dotã (Gn 37.17-24), vendido como escravo aos ismaelitas (Gn 39.25-28), e revendido a Potifar, comandante da guarda real egípcia (Gn 39.1). Vejamos como José se comportou diante das provações:
a) Um empregado humilde e abnegado. José era servo (Gn 39.1,2) e superintendente dos bens de Potifar (Gn 39.4-6). A Bíblia não diz quanto tempo ele exerceu esta função, mas afirma que Potifar sabia que o Senhor estava com ele e o fazia prosperar em tudo (Gn 39.3). Apesar de ser o agente da prosperidade de Potifar, José não tirou proveito disso. Ao contrário, permaneceu humilde e abnegado (Gn 39.4a).
b) Um servo piedoso e temente a Deus. A integridade e a piedade de José o identificavam como um homem de Deus. Ele era jovem e muito belo (Gn 39.6). Certa ocasião a mulher de Potifar o importunou para que se deitasse com ela (Gn 39.7,10; Pv 4.3-13). Porém, fortalecido pela graça e temor ao Senhor (Pv 14.27; 16.6; Is 8.13), José resistiu bravamente às investidas do Diabo (Gn 39.12; Pv 6.20-35). Ele não transigiu com o pecado, mas diante do mal recuou com determinação e sabedoria. Ali ficaram consignadas a pureza e a santidade do caráter do patriarca. É assim que deve agir todo o crente que sofre a tentação. Como José, o cristão necessita constantemente da graça de Deus para manter-se puro e santo, não se iludindo com os efêmeros e falsos prazeres do pecado, pois o “adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” Pe 5.8). A Bíblia nos admoesta: “Sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 20.7; I Pe 1.15,16).
No cárcere, interpretando sonhos. Acusado injustamente, José foi preso por seu próprio senhor (Gn 39.20). Na cadeia, não demorou para que conquistasse a confiança do carcereiro-chefe (Gn 39.21,22). Este o colocou como responsável por todos os encarcerados, inclusive, pelos dois eunucos de Faraó, presos por transgredirem suas ordens. Ambos, copeiro e padeiro, tiveram um sonho, e José, por providência divina, deu-Ihes a interpretação (Gn 40.9-19). Isso nos mostra que quando se tem um caráter puro e íntegro é possível continuar à disposição de Deus mesmo nas circunstâncias adversas. Do mesmo modo procederam Daniel, na cova dos leões (Dn 6.16-22); Sadraque, Mesaque e Abdenego, na fornalha (Dn 3.25); e Pedro na prisão (At 12.6,7). Todo homem que possui uma mensagem de Deus deve, com disposição e coragem, entregá-la como a recebeu ( Jr 23.28-32), mesmo que isso implique prejuízos pessoais.
No palácio, aconselhando os poderosos. Ao interpretar o sonho de Faraó, José poderia engrandecer-se. Mas não o fez (Gn 41.39-41). Ele era humilde e soube esperar o tempo de Deus. A confiança no Senhor e o autodomínio do patriarca estavam sendo provados! Uma pessoa impaciente pediria ao rei a liberdade, um cargo público, ou algum outro tipo de benesse. Entretanto, José foi longânimo, e Deus moveu o coração de Faraó para nomeá-lo como governador do Egito.
Diante de oportunidades atraentes e promissoras, evitemos tomar decisões precipitadas, dando lugar às emoções (Is 28.16). O melhor que temos a fazer é confiar integralmente na vontade soberana do Senhor. Certamente, José se contentaria apenas com sua liberdade, mas Deus fez por ele muito mais do que poderia pedir ou pensar (Ef 3.20).
Diante de seus irmãos, no reencontro. O reencontro de José com seus irmãos se deu na época em que ele era o Governador do Egito. Para um homem sem o temor de Deus esse seria o momento ideal para destilar ódio, mágoas e tristezas. Todavia, com a graça de Deus e o poder do Espírito Santo, José rechaçou todos esses sentimentos negativos (SI 4.4; Ef 4.26), interpretando as vicissitudes sofridas como parte do plano de Deus para sua vida. (Gn 45.7,8; 50.20.21). Naquele reencontro seus irmãos puderam constatar que Deus o havia lapidado totalmente. Lembranças? Certamente havia. Mas José pode perdoá-los e demonstrar-lhes todo o seu amor, dispondo-se, inclusive, a cuidar deles (Gn 45.1-14). A tendência do homem é revidar o mal que recebe. Todavia, o cristão não pode agir desse jeito! (l Ts 5.5). Jesus nos ensina a amar nossos inimigos (Lc 6.27).
CONCLUSÃO
Em sua segunda carta, no capitulo 1 e versículos de cinco a sete, Pedro nos instrui acerca do caráter cristão: “Acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade”. Aqui o apóstolo nos ensina a sermos virtuosos, piedosos e bons. Isso é cará ter. Coloquemo-nos, pois, diante de Deus para que nos transforme e nos molde segundo sua santa vontade.
Postado por: Pb. Ademilson Braga
Jáder
26 de outubro de 2017 at 19:11
Estudo Bíblico excelente.continue postando ensinos preciosos como este,pois servirão muito,mas muito a min para a minha Caminhada Cristã como também para todos os que aqui passarem e absorverem este conteúdo riquíssimo….
Que Deus continue-lhe abençoando!!!