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A Santificação dos Nossos Desejos

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Na natureza é fácil observar a atividade realizada pelo desejo. A própria perpetuação das várias espécies é garantida pela presença do desejo, e cada membro individual de cada espécie é sustentado e nutrido pela operação natural do desejo. Toda criatura normal deseja companhia, e assim se dá a perpetuação da vida. Toda criatura deseja alimento, e a vida de cada qual é mantida. Assim o desejo é o servo de Deus na natureza e espera de Sua vontade.

No mundo moral as coisas não são diferentes. Os desejos certos tendem para a vida e os maus para a morte. Esse é, na essência, o ensino bíblico sobre este assunto. Seja o que for que o homem queira com bastante seriedade e persistência determinará o caráter do homem. Nas epístolas paulinas, o impulso gravitacional do coração numa ou noutra direção é chamada “mente” ou “pendor”. No capítulo oito de Romanos, por exemplo, quando Paulo se refere à “mente” está-se referindo à soma total dos nossos desejos dominantes. O simples intelecto não é a mente: a mente é intelecto mais um impulso emocional forte o bastante para determinar ação.

Com esta definição é fácil compreender as palavras de Romanos 8: 5-7: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das cousas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das cousas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”. Quando os nossos desejos dominantes são maus, a vida toda é má em consequência; quando os desejos são bons, a vida sobe ao nível dos nossos desejos, contanto que tenhamos dentro de nós o Espírito que nos capacita.

Na raiz de todo crescimento espiritual verdadeiro há uma série de desejos retos e santificados. A Bíblia toda ensina que podemos ter o que quisermos deveras se, mal é preciso dizê-lo, o nosso desejo estiver de acordo com a vontade de Deus. O desejo segundo Deus e a santidade está por trás de toda espiritualidade real, e quando esse desejo se torna dominante na vida, nada nos pode impedir de termos o que queremos. O anelante brado da alma faminta de Deus pode ser expresso pelas cinco palavras do cântico: “Oh, ser parecido Contigo!” Enquanto persistir este anelo, haverá firme crescimento na graça e constante progresso em direção à semelhança com Cristo.

O desejo não santificado deterá o crescimento de qualquer vida cristã. O mau desejo perverte o juízo moral de modo que ficamos incapacitados para apreciar o objeto desejado em seu valor real. Por mais que nos esforcemos, uma coisa ainda parecerá melhor porque nós a queremos. Por esse motivo, muitas vezes o nosso coração é o nosso pior conselheiro, pois se ele está tomado pelo desejo poderá dar-nos mau conselho, defendendo a pureza de uma coisa que em si mesma é tudo menos pura.

Como cristãos, a nossa única segurança está na completa honestidade. Devemos submeter os nossos corações a Deus de maneira que não tenhamos desejos não santos, e então deixemos que as Escrituras pronunciem o seu julgamento com base num processo bem considerado. Se as Escrituras condenam um objeto, devemos aceitar esse julgamento e conformar-nos com ele, não importa como nos sintamos sobre isso no momento.

Querer uma coisa, ou achar que a queremos, e depois desistir porque vemos que é contrário à vontade de Deus é ganhar uma grande batalha num campo maior do que o de Gettysburg ou o de Bunker Hill. *Levar os nossos desejos à cruz e deixar que sejam ali cravados com Cristo é coisa boa e bela. Ser tentado e contudo glorificar a Deus em plena tentação é honrá-lo onde isto vale realmente. Agrada mais a Deus do que qualquer piedade protegida e não tentada. Lutar e vencer em nome de Cristo é sempre melhor do que não conhecer conflito algum.

Deus é sempre glorificado quando obtém uma vitória moral sobre nós, e sempre somos beneficiados, imensurável e gloriosamente beneficiados. A glória de Deus e o bem-estar eterno do Seu povo estão sempre interligados. O sangue de Jesus Cristo purificará não somente os pecados consumadamente cometidos, mas os desejos internos, para que não queiramos pecar.
Os desejos purificados tenderão para a retidão graças a uma gentil gravitação moral. Então se pode dizer que somos inclinados para o Espírito, que temos o pendor do Espírito. Uma condição deveras bem-aventurada, e bem-aventurados os que a alcançam.

 

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

 

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