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Ester, uma rainha altruísta

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INTRODUÇÃO

O texto bíblico em apreço conta-nos a miraculosa história de Es­ter, uma jovem simples, que em ra­zão de sua conduta corajosa, equi­librada e altruísta, salvou seu povo de um terrível massacre. Desta nar­rativa, extrairemos preciosas lições acerca do caráter de Ester e da pro­vidência e fidelidade de Deus ao seu povo.

A PÉRSIA NO TEMPO DE ESTER

Contexto histórico. Por volta de 597 a.C. Judá fora invadido por Nabucodonosor, rei de Babilônia. Onze anos depois, por ordem deste poderoso monar­ca, os babilônios destruíram Jerusa­lém e levaram os judeus para o cati­veiro (II Cr 36.17-21). Porém, a des­peito de sua grandeza, o Império Babilônico não resistiu às pressões militares do colossal exército Medo persa, sendo derrotado em 539 a.C. A partir daí, os judeus tornaram-se vassalos dos persas.
Em 485 a.C., Dario Histapes, rei da Pérsia, o que reinara na época da conclusão do templo de Jerusalém (ver II Cr 36.22,23; Ed 5-6), morreu, sendo sucedido por seu filho Assuero (Xerxes 1). A miraculosa his­tória da rainha Ester inicia-se no ter­ceiro ano do reinado deste extraordinário monarca.
Assuero, rei persa. Assuero foi o homem mais podero­so de seu tempo. Governou o vasto Império Pérsico, desde a índia até a Etiópia, que compreende cento e vinte e sete províncias (Et 1.1). Do texto bíblico inferimos que Assuero era egocêntrico e costumava alarde­ar o esplendor de sua grandeza (Et 1.3-4). Não admitia que suas ordens fossem questionadas (Et 1.12). Cer­ta vez; embriagado e enfurecido, agiu com tirania contra Vasti, sua esposa (Et 1.7-12). Passado aquele momento de insensatez, percebeu que não deveria ter procedido da­quele modo (Et 2.1). Decisões toma­das no calor das emoções trazem consequências desastrosas. A histó­ria de Jefté é um grande exemplo (Jz 11.30-40).
O ímpio Hamã. Assuero havia engrandecido a Hamã sobre­maneira, elevando-o à segunda pessoa mais influente do reino (Et 3.1). Hamã era ganancioso, ardiloso, traiçoeiro; um mau exemplo para a própria família (Et 5.11-14). Odiava Mardoqueu e desejava sua morte (Et 5.9). Não queria apenas matá-Io, mas exterminar todo o seu povo (Et 3.5,6). Quando o coração humano não tem Cristo é um solo fértil para o surgimento, abrigo e crescimen­to do ódio. O cristão deve estar atento aos primeiros sinais desta praga que mina as forças espiritu­ais (Ef 4.26). O autêntico Cristianis­mo está baseado no amor (Jo 13.34,35). Qualquer atitude que fira este princípio deve ser rejeita­da (l Jo 4.8).
Mardoqueu, um homem humilde e temente a Deus. Primo da rainha Ester e fiel servidor do pa­lácio (Et 2.5-7, 21), Mardoqueu era um exemplo de autêntica humilda­de, confiança e obediência a Deus (Et 5.13, 14). A despeito de ter sido pro­movido e exaltado pelo próprio rei, nenhum direito reivindicou; sequer exigira as glórias que lhe eram devi­das, mas retornou ao trabalho coti­diano (Et 6.11,12), deixando tudo nas mãos do Senhor. Mais tarde, esse extraordinário homem foi honrado e reconhecido como protetor do povo judeu (Et 10).
Enaltecida pela Palavra de Deus (Mt 5.3; SI 138.6), a humildade é uma virtude imprescindível a todo crente.

II. ASPECTOS DO CARÁTER DE ESTER

Obediência. A Bíblia en­grandece a obediência dos filhos aos pais (Ef 6.1-3; Mt 15.4). Sendo órfã (Et 2.15), Ester em tudo obedecia a Mardoqueu, seu pai adotivo. Certa ocasião, quando este lhe ordenou que não declarasse a que povo per­tencia, a jovem não titubeou, obe­deceu-o prontamente (Et 2.10, 20). Mesmo casada, Ester permaneceu fiel às promessas que fizera a Mardoqueu, honrando-o em tudo (Ex 20.12). Mais tarde, ao receber o pe­dido de Mardoqueu para livrar seu povo do extermínio, Ester mais uma vez atendeu-o, mesmo consciente dos sérios riscos que correria (Et 4.8,16).
A independência e as novas funções exercidas pelos filhos na sociedade moderna não os impe­dem de respeitar seus pais, nem ti­ram destes a responsabilidade de admoestá-los (Et 2.11). Deus aben­çoa os filhos que seguem rigorosa­mente os sábios conselhos dos pais (Gn 7. 7,13; 8.18).
Humildade. Ester estivera algum tempo sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres (Et 2.8). Segundo a narrativa bíblica, ela po­deria pedir-lhe o que quisesse, en­tretanto, contentava-se com o que lhe oferecia (Et 2.15). Quantos, no lugar de Ester, não se esqueceriam do Senhor, usufruindo das iguarias e dos recursos que estivessem à sua disposição.
O conselho de Pedro em sua pri­meira carta, capítulo três, versículos de três a cinco, aplica-se perfeita­mente à vida de Ester (Et 2.1 7).
Disposição. É maravilhoso quando nos colocamos inteiramen­te nas mãos de Deus para realizar­mos sua obra. Mas, infelizmente, nem todos estão dispostos a pagar o preço (Mt 19.16-22). Ester colo­cou sua vida em risco a fim de livrar seu povo do iminente extermínio (Et 4.16). Há muitos que não dedicam sequer parte do seu tempo ao serviço do Reino de Deus. Todavia, Deus continua convocan­do servos fiéis, dispostos a serem poderosamente usados em suas mãos.
Sensatez e Paciência. Es­ter era cautelosa (Et 2.10,20; cf. Am 5.13) e paciente (Et 5. 2,3, 4-8; 7.1-­6). Esperava o tempo de Deus com toda resignação (Et 7.5-10). A sen­satez e a paciência têm salvado muitas vidas ao longo da história. São virtudes indispensáveis a todos os filhos de Deus (SI 40.1; Rm 5.3,4; Pv 14.33). Foi exatamente em razão dessas qualidades que Ester fez su­cumbir os malévolos projetos de Hamã (Et 7-8). Cumpriu-se em Ester o sábio provérbio: “O rei tem seu contentamento no servo prudente, mas, sobre o que procede indigna­mente, cairá o seu furor” (Pv 14.35).

III. COMO LIDAR COM SITUAÇÕES ADVERSAS

Orando (Cl 4.2; 1 Ts 5.17). Assim como a oração muda a histó­ria de um povo (Jn 3.10; Et 9), pode alterar o destino de uma pessoa (Is 38.5). A oração faz parte do nosso relacionamento com Deus. Através dela Ele se faz conhecido e nos re­vela seus eternos propósitos (Os 6.3; Jr 33.3). O verdadeiro cristão deve crer no poder de Deus para que, por meio de sua intercessão, as coisas aconteçam (Mt 21.22). “A oração feita por um justo pode mui­to em seus efeitos” (Tg 5.16-18).
Confiando em Deus. Je­sus nos advertiu da urgente neces­sidade de vivermos em constante oração e comunhão com Deus (ICo 1.9; II Co 13.13; Fp 2.1). A ten­dência do ser humano é desespe­rar-se diante das circunstâncias ad­versas. Isso pode acontecer com qualquer um de nós. Mas a vitória só será concedida àqueles que con­fiarem integralmente no Senhor (SI 118.8,9).

CONCLUSÃO

Devemos em nossa vida cotidi­ana orar e confiar totalmente no Senhor. Somente assim desenvolve­remos em nosso caráter a sensatez, a paciência e a fé necessárias a uma vida vitoriosa na presença de Deus e dos homens. E, como Ester, triun­faremos a despeito das adversida­des. Confiemos sempre no Senhor!

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

 

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