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Adultos - Betel

Não furtarás: Estabelecendo um princípio moral e ético essencial para a convivência social

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 254– 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 09 – 01 de dezembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Não furtarás.” Êxodo 20.15

VERDADE APLICADA

O oitavo mandamento nos alerta quanto à relevância da vigilância na vida do discípulo de Cristo para não cair nas ciladas do diabo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Êxodo 22

1- Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha, quatro ovelhas.
2- Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.
3- Se o sol houver saído sobre ele, será culpado do sangue. O ladrão fará restituição total; e, se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto.

Efésios 4

28- Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Lv 25.23
A terra é do Senhor.
Terça-feira – Js 7.19-25
O pecado de Acã.
Quarta-feira – I Rs 21.1-17
Nabote recusa vender sua vinha a Acabe.
Quinta-feira – Sl 59.2
Livra-me dos que praticam a iniquidade.
Sexta-feira – Ef 4.27
Não deis lugar ao diabo.
Sábado – I Tm 6.7
Nada trouxemos para este mundo.

INTRODUÇÃO

O oitavo mandamento trata da proibição contra toda a forma de furto. Todos sabem que roubar é errado, até mesmo aqueles que nunca leram a Bíblia compreendem muito bem esse mandamento.

I – COMPREENDENDO O OITAVO MANDAMENTO

Este mandamento expressa o sentido de proteger e respeitar a propriedade pessoal. Basicamente, proíbe todo ser humano de tomar o que não lhe pertence (Ex 20.15).

1. O significado do mandamento. O significado dessa palavra é interessante, pois transmite a sensação de se apropriar de algo sem o consentimento do proprietário. Mas também, na língua original, essa palavra está associada a: arrebatar algo violentamente; pegar algo com enganos; pegar algo secretamente. De modo que essa palavra nos revela o profundo significado do ato de roubar (Sl 120.2; Êx 20.15). Cada um dos significados que compartilhamos aqui define totalmente a ação de roubar em diferentes facetas. Quando algo é roubado, pode ser feito de forma violenta, pode ser feito com engano ou escondido. Sabemos disso por experiência própria. Temos visto como há roubos com violência, roubos com engano, esse é o estilo dos roubos por corrupção (Dt 32.5; Sl 59.12; 73.8). Muitos de nós também experimentamos como as coisas foram roubadas de nós de maneira oculta, inclusive, familiares e amigos próximos.
2. O contexto terreno e espiritual do mandamento. No contexto terreno, o propósito era o respeito pela propriedade alheia. As pessoas tinham e têm o direito de preservar de forma segura o que lhes é próprio. Este mandamento parte então do princípio do reconhecimento da propriedade privada, e que tal propriedade não deve ser arrebatada de modo algum. O respeito a esse princípio buscava estabelecer ordem e estabilidade na sociedade. O contexto espiritual aponta para o princípio de que Deus é o dono pleno de absolutamente tudo o que é material, do imaterial e de seus habitantes (Sl 24.1). Portanto, não é apenas apropriar-se ilegalmente de algo que pertence a outra pessoa, é afrontar diretamente o próprio Deus a quem tudo pertence (I Co 2.14-15).
3. O mandamento em nossos dias. Lutero disse que quebramos o oitavo mandamento sempre que “tiramos vantagem do próximo em qualquer tipo de negócio que resulte em perda para ele”. Muitas práticas comerciais comuns são imorais, mesmo que tecnicamente não sejam ilegais. Desde os aumentos extorsivos à propaganda enganosa, infelizmente o roubo está presente no cotidiano da sociedade, até de nossos governantes, a lista é infinita e os casos são inúmeros (Rm 1.30; II Tm 3.1-4, 13). Disse mais Lutero: “Se olharmos para a humanidade em todas as suas condições, não há nada mais que um vasto e amplo estábulo cheio de ladrões fabulosos”, e concluiu: “Pouquíssimos ladrões são levados ao enforcamento. Se fossemos enforcar todos, onde arranjaríamos corda suficiente? Teríamos de fazer de nossos cintos e correias cordas para enforcamento ” (Rm 3.10, 23).

II – O OUTRO LADO DO MANDAMENTO

O oitavo mandamento chama a nossa atenção para a honestidade em todas as esferas de nossas vidas. Furtar é um agravo contra Deus, e o contrário disso é cuidar, o que nos traz para o outro lado do mandamento, a nossa mordomia (Lc 16.1-2).

1. Cuidar da providência divina. Em termos de nosso relacionamento com Deus, entendemos que não somos donos de alguma coisa, somos apenas administradores porque nada nesse mundo nos pertence, nem mesmo nossa própria vida (I Tm 6.7). Algum dia daremos conta desta vida que Ele nos deu temporariamente (Lv 25.23; Lc 12.20). Porém, em termos de nossa vida horizontal, em nosso relacionamento com os demais, podemos reclamar algumas coisas como estando sob nossa responsabilidade ou nosso cuidado, porque Deus nos deu direitos sobre elas. Assim como deu direito a nós, deu a todos, e como bons despenseiros de Deus devemos não somente cuidar daquilo que nos foi entregue pelo Senhor, devemos também proteger e zelar por aquilo que pertence aos demais (Rm 12.10; I Pe 4.10).
2. O amor a Deus e ao próximo. O mordomo é alguém que cuida da propriedade de outra pessoa (Lc 12.42-43). Ele não tem a liberdade de usar da forma que melhor lhe convém, deve simplesmente administrá-la de acordo com as intenções do seu senhor. Essa é exatamente a nossa própria situação aqui nesse mundo. Tudo o que administramos pertence a Deus, assim como tudo que possuímos. Desde o princípio tem sido assim, como Adão, Ele nos deu a sagrada confiança de cuidar de seus bens. Adão estava ali para cuidar da terra, guardá-la, preparar a terra para produzir frutos [Gn 2.15]. Estamos nesse mundo para melhorá-lo. Não furtar é também proteger, é cuidar, é valorizar o próximo e tudo o que Deus lhe deu (Mc 12.33; Gl 5.13-14).
3. Trabalhando com labor. Bons mordomos devem trabalhar porque a preguiça conduz à pobreza e a pobreza pode ser um trampolim para furtar (Pv 6.10-11; 30.8-9). A maneira objetiva de evitar a tentação é trabalhar de modo honesto com o objetivo de uma independência financeira (I Ts 4.11-12). Ο bom mordomo é liberal, entende que repartir é proporcionar que outras pessoas também tenham o que precisam. A atitude do ladrão é: “O que é seu, é meu; vou pegar”. O egoísta diz: “O que é meu, é meu; vou guardar”. Mas o bom mordomo pensa diferente, pensa com atitude espiritual: “O que é meu, é de Deus; vou compartilhar”. Nós, cristãos, somos diferentes, andamos na contramão do mundo, pois sabemos que fomos chamados para viver generosamente.

III – O FURTO, A ESCRAVIDÃO E A ESPERANÇA

O furto faz parte de uma inclinação de nossa natureza pecаminosa, um tipo de escravidão que prejudica o próximo e que só pode ser tratada pelo milagre da salvação em Jesus Cristo (Jo 8.36).

1. Por que as pessoas roubam? Os mandamentos foram dados porque o ser humano é pecador por natureza e uma das características mais evidentes dessa natureza é o egoísmo, um egoísmo que leva à cobiça excessiva e à inveja, os dois principais motivadores de roubar. Assim como o assassinato e o adultério, o roubo também é uma ação é uma condição do coração (I Rs 21.1-17). Faz parte da natureza pecaminosa, que não sendo tratada por Deus através de um novo nascimento, pode como um vulcão, entrar em erupção a qualquer momento (Mc 7.21-22; Gl 5.19-21). Vários são os motivos que, por causa de um coração egoísta, o ser humano pode ter a tendência de roubar: ênfase excessiva em coisas materiais; emoções fora de controle (compras compulsivas, alcoolismo, dependência química, paixões desordenadas); necessidade aparente, preguiça etc.
2. Quem rouba é escravo do diabo. Todo ser humano sabe instintivamente que pegar algo que não lhe pertence é roubo, e roubar é uma atitude diabólica. Mas, na prática, parece que as pessoas ignoram essa verdade, aceitam correr o risco, e cada vez mais aumentam sua convivência com o diabo (Ef 4.27-28; I Jo 3.8). A Bíblia revela que aquele que ainda não nasceu de novo e adota uma conduta moral contrária à vontade de Deus está vivendo de acordo com o diabo. A falta de justiça e de amor atesta a ausência da conversão e um viver como filho de Deus (I Jo 3.10). A missão do diabo é tríplice: roubar, matar e destruir. Essa é sua característica. E aqueles sob os quais exerce autoridade, seja por pacto, tentação, sujeição ou possessão, portarão consigo as características dessa influência e dominação maligna e destrutiva ( Jo 10.10a).
3. Nem tudo está perdido. No Novo Testamento temos o grande exemplo de Zaqueu ao se arrepender-se de seus pecados (Lc 19.8). O verdadeiro arrependimento provoca um desejo de se fazer o certo e reparar os erros cometidos. Quando somos impactados pela salvação em Jesus Cristo, somos tomados de uma profunda convicção de fazer o bem e isso inclui fazer restauração sempre que possível (Ef 4.28). Todos aqueles que, em sua maldade, roubam, somente em Cristo podem encontrar perdão, salvação e transformação. Só Cristo através do Espírito Santo pode mudar esses desejos materialistas de querer possuir o que os outros têm por desejos e impulsos piedosos de respeitar o bem dos outros e não tomar o que não lhes pertence.

CONCLUSÃO

O oitavo mandamento é muito claro para todos nós. Sabemos que o furto ou a aquisição ilegítima de propriedades alheias, além de prejudicarem ao próximo, são abominação ao Senhor.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

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