Adultos - CPAD
Ester, a portadora das boas-novas
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 649 – 3º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 13 – 29 de setembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra.” (Et 8.16)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor é poderoso para transformar trevas em luz, tristeza em alegria, angústia em júbilo, humilhação em honra.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Et 8.7,8
O decreto do rei Assuero não podia ser revogado
Terça-feira – Dn 6.8,15
Essa é a lei dos Medos e dos Persas que remonta ao rei Assuero
Quarta-feira – Et 9.20-28
O estabelecimento da Festa de Purim, uma festa comemorativa de livramento
Quinta-feira – Et 10.3
Mardoqueu é engrandecido como o segundo maior do reino
Sexta-feira – I Co 10.31
Tudo o que fizermos deve ser feito para a glória de Deus
Sábado – Gn 1.27; 2.15-18
Deus chama homens e mulheres para serem relevantes no mundo
LEITURA BÍBLICA
Ester 8
4 – E estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. Então, Ester se levantou, e se pôs em pé perante o rei,
5 – e disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante ele, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se revoguem as cartas e o intento de Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para lançar a perder os judeus que há em todas as províncias do rei.
6 – Por que como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a perdição da minha geração?
7 – Então, disse o rei Assuero à rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele enforcaram numa forca, porquanto quisera pôr as mãos sobre os judeus.
8 – Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem aos vossos olhos e em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque a escritura que se escreve em nome do rei e se sela com o anel do rei não é para revogar.
Ester 9
29 – Depois disso, escreveu a rainha Ester, filha de Abiail, e Mardoqueu, o judeu, com toda a força, para confirmarem segunda vez esta carta de Purim.
30 – E mandaram cartas a todos os judeus, às cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras de paz e fidelidade,
31 – para confirmarem estes dias de Purim nos seus tempos determinados, como Mardoqueu, o judeu, e a rainha Ester lhes tinham estabelecido e como eles mesmos já o tinham estabelecido sobre si e sobre a sua semente, acerca do jejum e do seu clamor.
Ester 10
1 – Depois disto, pôs o rei Assuero tributo sobre a terra e sobre as ilhas do mar.
2 – E todas as obras do seu poder e do seu valor e a declaração da grandeza de Mardoqueu, a quem o rei engrandeceu, porventura, não estão escritas no livro das crônicas dos reis da Média e da Pérsia?
3 – Porque o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e agradável para com a multidão de seus irmãos, procurando o bem do seu povo e trabalhando pela prosperidade de toda a sua nação.
INTRODUÇÃO
O drama dos judeus nos dias do rei Assuero estava chegando ao fim. O rei editou um decreto concedendo o direito de defesa para as comunidades judaicas de todas as províncias persas. Ester agiu como difusora de boas-novas e Mardoqueu foi engrandecido em todo o império.
I – O PEDIDO DE DEFESA AOS JUDEUS E A CONCESSÃO DO REI
1- A humildade de Ester e sua súplica. Assuero foi devidamente informado da gravidade do decreto redigido por Hamã e assinado com seu anel. No dia 13 do décimo segundo mês, o mês de adar (entre fevereiro e março de nosso calendário), os inimigos dos judeus poderiam matá-los em todas as 127 províncias do extenso Império Persa. O que poderia ser feito para evitar esse extermínio em massa? De maneira reverente e com toda humildade, Ester suplicou ao rei que revogasse sua ordem, pondo fim ao intento de Hamã. Assuero fez ver à rainha que já havia tomado as medidas que estavam ao seu alcance, como o enforcamento de Hamã, mas que não poderia revogar o decreto assinado (Et 8.7,8). Havia, ainda, um desafio para os judeus. Confiar em Deus não nos isenta de fazer a nossa parte (Js 1.3-9).
2- Segurança jurídica. Apesar de todos os aspectos tirânicos, autoritários e excêntricos dos reis da Pérsia, como o próprio Assuero, havia um limite para suas ações: o império da lei dos medos e persas. Dario, pai de Assuero, viveu uma experiência parecida e não violou a norma. Mesmo estimando muito a Daniel, não pode livrá-lo da cova dos leões (Dn 6.8,15). Em qualquer nação, todos devem estar sujeitos às leis (Rm 13.1). Jesus deu-nos esse exemplo (Mt 22.17-21). Em países democráticos, como o Brasil, todos os aspectos da vida pública e privada são regrados por um ordenamento jurídico, sob uma Constituição, que a todos vincula. Isso é necessário para que haja previsibilidade e segurança jurídica. Nenhuma pessoa ou Poder está acima da Constituição Federal. Ninguém pode agir de modo a violá-la. As alterações constitucionais possíveis somente podem ser feitas pelo Parlamento, onde atuam os representantes eleitos pelo povo. Essa, pelo menos, é a moldura constitucional. Oremos pelas autoridades de nosso país (I Tm 2.1,2).
3- O direito de defesa. Assuero não podia revogar seu decreto, mas emitiu outro; uma espécie de contraordem, que permitia aos judeus exercerem seu direito de defesa diante de seus inimigos, no dia assinalado no decreto anterior (Et 8.8-13). O texto nos faz entender que havia, em todo o reino, grupos sistematicamente hostis aos judeus (Et 8.11,13; 9.1,2,5). Não era, portanto, uma vingança gratuita e indiscriminada. A ordem foi enviada para todas as províncias e produziu muita alegria entre os judeus e temor em todos os povos. Muitos chegaram a se tornar judeus (Et 8.17). No dia da pretendida matança, aconteceu o contrário do que esperavam os inimigos: os judeus se assenhorearam deles, inclusive ajudados pelos nobres e todos os maiorais das províncias, que haviam ouvido falar de Mardoqueu e o temiam (Et 9.1-4). Somente na cidadela de Susã foram mortos 500 homens, incluindo os dez filhos de Hamã. Setenta e cinco mil em todo o reino persa (Et 9.11-16). No dia seguinte, mais 300 mortos na cidade de Susã (Et 9.15).
II – A RAINHA ESTER ESCREVE BOAS NOTÍCIAS PARA O SEU POVO
1- A comemoração dos judeus. O dia 14 do décimo segundo mês foi de grande festa para os judeus de todo o Império Persa. O sentimento de alívio pelo grande livramento tomou conta do povo judeu e precisava ficar marcado. Mardoqueu registrou os fatos e escreveu cartas para os judeus de todas as províncias, instituindo uma festa comemorativa, a Festa de Purim. Hamã havia lançado sorte (pur) para matar os judeus no dia 13. Agora, o dia 14 seria estabelecido como um dia de festa, um feriado nacional a ser inscrito na história judaica, para comemorar o livramento que Deus dera ao povo judeu (Et 9.20-28).
2- A carta e o decreto de Ester. Depois da primeira carta enviada por Mardoqueu, Ester e o primo escreveram uma segunda carta, confirmando a instituição da Festa de Purim, com dois dias de duração. Era a primeira vez que a rainha Ester se dirigia ao seu povo. Ao sair de sua pena, a instituição da festa estava fundamentada, agora, em um decreto real (Et 9.32). A festa entrou definitivamente no calendário judeu e é comemorada até os dias de hoje.
3- A exaltação de Mardoqueu. Assuero conhecia Mardoqueu, mas não sabia de seu parentesco com a rainha Ester até a denúncia dos malfeitos de Hamã. Ester 8.1 diz que foi naquele dia que Mardoqueu compareceu à presença do rei, “porque Ester revelou que ele era seu parente” (NAA). Assuero deu a Mardoqueu o anel que havia dado a Hamã, e Ester o pôs sobre a casa do agagita (Et 8.2). Mas ainda não era tudo. Depois da morte dos inimigos dos judeus, Assuero engrandeceu ainda mais a Mardoqueu, pondo-lhe como o segundo maior do reino; posição que era ocupada por Hamã (Et 10.3). O relato bíblico encerra com um testemunho notável de Mardoqueu: ele foi um homem público exemplar e próspero, trabalhando para o bem de todo o seu povo. O propósito de Deus é usar seus servos em todas as áreas da vida. Tudo o que fizermos deve ser feito para a glória de Deus (I Co 10.31).
III – A MULHER É CHAMADA POR DEUS PARA SER RELEVANTE NO MUNDO
1- Uma mulher notável. Mardoqueu e Ester exerceram um papel de altíssima relevância no Império Persa, principalmente em relação ao povo judeu. Para isso, não foi preciso disputa ou inversão de papéis. Ester chegou ao cargo de rainha sob profundo respeito, obediência e honra ao primo Mardoqueu, que lhe havia criado como filha. Na condição de rainha, soube ser humilde, prudente e muito equilibrada. A forma como se dirigia e honrava Assuero contrastava com a atitude irreverente de Vasti. A firmeza moral de Ester fez dela uma mulher notável. Ela entendeu o propósito de Deus para sua vida.
2- A banal “guerra dos sexos”. Deus não entra em disputas banais, como a tal “guerra dos sexos”, que visa instilar ódio e aversão entre homens e mulheres. O Criador nos fez macho e fêmea, com constituição e papéis distintos, os quais estão claramente revelados nas Escrituras (Gn 1.27; 2.15-18). No final, julgará a todos conforme as leis perfeitas e justas que estabeleceu. Deus não é afetado por partidarismos e ideologias sexistas. Por isso, chama homens e mulheres para serem relevantes no mundo. A mulher tem muito a contribuir no reino de Deus e no bem-estar de toda a sociedade.
3- O contexto cristão. Além das mulheres da Bíblia, diversas mulheres exerceram papéis importantes em toda a história da Igreja, tais como: Catarina von Bora, Susannah Wesley, Sarah Kalley, Corrie ten Boom e Ruth Graham. No contexto assembleiano: Celina Martins Albuquerque, Lina Nyström, Zélia Brito, Frida Vingren, Signe Carlson, Elisabeth Nordlund, Florência Silva Pereira, Albertina Bezerra Barreto, Ruth Doris Lemos, Wanda Freire Costa, dentre tantas outras. Muitas mulheres notáveis permanecem em atuação em solo brasileiro e em todo o mundo.
CONCLUSÃO
Com alegria e gratidão estamos concluindo o estudo dos livros de Rute e Ester. Acima do papel humano visto nestas histórias, a providência divina é contemplada do começo ao fim. O Deus que tudo provê continua agindo em favor de seu povo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD