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Um inimigo que precisa ser resistido

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LIÇÃO – 344 – 03 de fevereiro de 2019

Um inimigo que precisa ser resistido

TEXTO ÁUREO

“Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o Diabo não é invencível.

INTRODUÇÃO 
Essa seção da epístola de Tiago é, em outras palavras, um chamado à santidade. A carta é dirigida aos cristãos do primeiro momento da história sagrada. Tiago mostra que resistir ao Diabo já era um bom começo. A presente lição esclarece por que devemos resistir às paixões e mostra ainda que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus. Um bom início de preparação para a aula desta semana é estudar a Carta de Tiago. Assim, é possível compreender bem contexto em que se encontra a seção que nos interessa. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção versa a respeito do “chamado à santidade”. Esse procedimento é importante porque a ausência dele permite ao movimento moderno de “batalha espiritual” distorcer e forçar tanto o texto bíblico.

I. A EPÍSTOLA DE TIAGO

A Epístola de Tiago é o escrito mais antigo do Novo Testamento e tem por objetivo evitar desentendimentos entre os discípulos de Cristo. Segundo a maioria dos expositores bíblicos, a sua composição não vai além do ano 45 d.C.

Destinatários. A carta foi dirigida especificamente aos primeiros cristãos dispersos, de origem judaica, pelo vasto império romano (Tg 1.1); e, de maneira geral, a todos os crentes em Jesus em todos os lugares e em todas as épocas. Trata-se de um livro prático, muito próximo do Sermão do Monte proferido por Jesus em Mateus 5 a 7 e importantíssimo para a conduta do cristão.

Conteúdo. O conteúdo da epístola parece confirmar essa antiguidade, isso pelos aspectos cristológicos praticamente ausentes. O nome de Jesus só aparece duas vezes nos seus cinco capítulos (Tg 1.1; 2.1). Há pouco ensino doutrinário, pois a assembleia dos discípulos era ainda tida como sinagoga: “Porque, se entrar na sinagoga de vocês um homem” (Tg 2.2 — Nova Almeida Atualizada). O termo “igreja” aparece aqui (Tg 5.14), mas o emprego da palavra “sinagoga” como alternativa mostra que Tiago vem de uma época em que os discípulos eram chamados de “o movimento de Jesus”.

Tema. Ao separar a fé das obras, a epístola enfatiza o cristianismo prático e nos dá munição para resistir ao Inimigo e ao pecado. Tiago retoma o tema tratado no capítulo anterior sobre a “amarga inveja em sentimento faccioso em vosso coração” (Tg 3.14), próprio de uma sabedoria “terrena, animal e diabólica” (Tg 3.15) e presente na vida daqueles primeiros cristãos. Esses problemas vêm atravessando os séculos e hoje não é diferente, pois o problema da natureza humana permanece o mesmo. O ensino aqui está tratando do caráter cristão que precisa ser afinado com o sentimento de Cristo.

II. OS DELEITES DA VIDA

Tiago emprega aqui uma metáfora que ainda hoje usamos em nossos debates, discussões e conversas sobre dificuldades nas mais diversas áreas da vida.

Guerras e pelejas (v.1). Há quem afirme que essas guerras e pelejas sejam uma referência às disputas internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela libertação do poder romano. Mas não é disso que Tiago está falando aqui. Essas palavras metafóricas são pesadas e mostram o nível das disputas entre os crentes por causas dos deleites, ou seja, os maus desejos interiores (v.2). Não se trata aqui de debates teológicos entre os mestres. A expressão “guerras e pelejas” refere-se às discussões acirradas sobre “o meu e o teu”, e isso é muito grave.

Os deleites. Ou maus desejos que eram a motivação dessas pelejas: “dos vossos deleites” (v.1). O termo “deleites” (vv.,3) é hedoné que aparece cinco vezes no Novo Testamento para descrever deleites ou prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg 4.1,3; IIPe 2.13). Originalmente significava o prazer experimentado pelo sentido do paladar, posteriormente por meio dos outros sentidos e da mente; no período helenista, o conceito se restringiu ao significado de “gozo sensual, deleite sexual”. É a procura indiscriminada do prazer. O hedonismo permeia o pensamento pós-moderno. Hoje, qualquer esforço disciplinado ou o mínimo de sacrifício para se atingir um objetivo são tratados com profundo desgosto.

Cobiçosos e invejosos (v.2). A versão bíblica ARC (Almeida Revista e Corrigida) omite aqui o verbo “matar” que consta do texto grego: “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja” (Nova Almeida Atualizada). Esse homicídio não é literal; diz respeito ao ódio, que é como homicídio aos olhos de Deus (Mt 5.21,22; 1Jo 3.15). A cobiça é o desejo excessivo de possuir o que pertence ao outro, e a inveja é um sentimento de tristeza e pesar pela alegria, felicidade e sucesso de outra pessoa. O cristão deve se contentar com o que tem (Lc 3.14; Fp 4.12; Hb 13.5). Cabe aqui ressaltar que esse ensino não é uma apologia à pobreza e à miséria, pois não é pecado desejar e buscar, de maneira lícita, tudo o que é útil à vida, desde que os nossos desejos sejam afinados com os de Deus.

Adúlteros e adúlteras (v.4). Tiago continua a linguagem metafórica usada desde o Antigo Testamento para descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual. Tiago especifica que se trata de um assunto que envolve homens e mulheres. Assim como a intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (IICo 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). A antítese segue nessa mesma linha de pensamento, pois de igual modo a infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão é chamada na Bíblia de adultério espiritual, ou prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.20).

III. RESISTINDO AO INIMIGO

A ideia de Tiago, ao concluir essa seção da epístola, é a mesma exortação que fez o apóstolo Pedro, inspirado por Levítico 11.44; 19.2; 20.7: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (IPe 1.15,16).

Tiago apresenta a receita para resistir ao Inimigo. Ele mostra que o Espírito Santo está em nós (v.5), o que é confirmado em outras partes do Novo Testamento (ICo 3.16; 6.19; Ef 2.22). Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17). Assim, o Espírito Santo em nós não quer um coração dividido: “É com ciúme que por nós anseia o espírito, que ele fez habitar em nós?” (v.5, Nova Almeida Atualizada). Essa vantagem nos permite viver uma vida santa e resistir ao Inimigo. Nisso temos a ajuda de Deus, que “resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (v.6).

A submissão a Deus. Essa submissão e humildade a Deus é descrita de várias maneiras, como “resistir ao diabo” (v.7) e se aproximar de Deus; limpar as mãos, “vós de duplo ânimo” (v.8). O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8). Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). As mãos são instrumentos das ações e o símbolo de toda a conduta. Para que elas sejam limpas, é necessário primeiro um coração purificado (Sl 24.4; IPe 1.22).

Os lamentos e os resultados. Tiago continua com as suas exortações: sentir as nossas misérias, lamentar, chorar, substituir o riso pelos lamentos, sentir angústia e nos humilhar diante de Deus (v.9). Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas, a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos “exaltará” (v.10). Trata-se de uma vitória completa em Cristo.

CONCLUSÃO 
Tiago relaciona uma série de exortações que, se praticadas em conjunto, resultarão na completa resistência ao Inimigo de nossa alma. O que Deus espera de nós é que sejamos santos como Ele é santo. Resistir ao Inimigo, no contexto de Tiago, resume-se em que cada um de nós sujeitemos-nos à vontade de Deus e cheguemos-nos a Ele; e devemos ainda purificar as mãos e limpar o coração. É essa dependência de Deus que nos leva à vitória em Cristo.

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

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