E.B.D
Proteção contra o descontentamento
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 205 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 10 – 08 de dezembro de 2024
TEXTO PRINCIPAL
“Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (I Tm 6.8)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Fp 4.11,12
O contentamento revela maturidade
Terça-feira – I Tm 6.8
O contentamento revela o que é importante
Quarta-feira – Mc 7.20-23
Linguagem coerente com a ação
Quinta-feira – Hb 10.34-36
O contentamento é para quem coloca o coração no que é eterno
Sexta-feira – SL 103.2
O contentamento é para quem reconhece os benefícios do Senhor
Sábado – FP 1.3.4
O contentamento e a gratidão a Deus
TEXTO BÍBLICO
Provérbios 15
14 O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.
15 Todos os dias do aflito são maus, mas o de coração alegre tem um banquete contínuo.
16 Melhor é o pouco com o temor do Senhor do que um grande tesouro onde há inquietação.
17 Melhor é a comida de hortaliça onde há amor do que o boi gordo e, com ele, o ódio.
Provérbios 16
8 Melhor é o pouco com justiça do que a abundância de colheita com injustiça.
Provérbios 17
1 Melhor é um bocado seco e com ele a tranquilidade do que a casa cheia de vitimas, com contenda.
INTRODUÇÃO
É possível trocar um estilo de vida indignado e insatisfeito, por um estilo de que não perca tempo com murmurações e críticas? Na lição desta semana, veremos que é possível adotar um estilo de vida mais maduro, discreto e moderado por intermédio do contentamento. A capacidade de se contentar em Deus é uma grande arma que a Bíblia coloca em nossas mãos diante de uma cultura em que viver de maneira indignada e insatisfeita parece ser a regra.
I. CARACTERÍSTICAS QUE NOS LEVAM AO CONTENTAMENTO
1- A moderação em Provérbios. O que os capítulos de Provérbios desta lição trazem como ensinamento è a respeito da capacidade de vivermos um estilo de vida moderado em que o que é material não seja mais importante do que os valores profundos revelados pela Palavra de Deus. Assim sendo, o temor do Senhor vale muito mais que as riquezas (Pv 15.16); o amor é mais precioso que um luxuoso banquete (Pv 15.17): a justiça é mais valorosa que a riqueza conquistada de maneira injusta (Pv 16.8), uma refeição simples. com tranquilidade e paz, é melhor que uma casa abastada cheia de contenda e brigas (Pv 17:1). Provérbios nos ensina a viver de acordo com o que verdadeiramente importa.
2- O temor do Senhor e o amor valem mais. Provérbios 15.14-17 retoma a busca da sabedoria como a maneira sensata de viver. Aqui, é sábio aquele que tem o coração cheio de conhecimento (v.14) pois, consequentemente, seu coração também desfrutará de alegria (v.15). Assim, uma pessoa que tem o coração com conhecimento e alegria na presença de Deus, saberá discernir que a aquisição de bens materiais nem sempre significa conquistar a felicidade. Ela também saberá pesar entre “o pouco com o temor do Senhor” e “um grande tesouro com inquietação” (v.16). Não tenha dúvida de que ela escolherá o pouco com o temor do Senhor. Essa pessoa saberá pesar entre “a comida com hortaliça onde há amor” entre “o boi gordo e, com ele, o ódio” (v.17). Não tenha dúvida que ela escolhera a simplicidade em que haja o amor. A questão aqui não é necessariamente fazer a escolha, entre um e outro. mas compreender que há coisas mais preciosas na sabedoria divina e que. diferentemente dos bens materiais, só o temor do Senhor e o amor podem nos levar ao contentamento.
3- O “pouco com justiça” e a “tranquilidade são melhores”. Provérbios 16.8 e 17.1 trazem a questão da justiça e da paz. Dessa forma, o sábio ensina que é muito melhor ter pouco, mas vivendo com justiça, ou seja, é melhor ser um pobre justo que ter abundância conquistada de maneira injusta, isto é, ser um rico injusto (Pv 16.8). O sábio também ensina que o bocado seco, ou seja, um pão velho que não pode ser embebido num delicioso molho, acompanhado de tranquilidade e paz, é melhor que um grande banquete em que há brigas e confusões (Pv 17.1). Aqui também não é a questão entre escolher um ou outro, mas de saber discernir que quem sabe o que é justiça e paz, e as observa, caminhará nesta vida com grande contentamento.
II. VALORIZE O QUE HÁ DE MAIS PROFUNDO
1- O que é o Contentamento? A luz dos textos de Provérbios, conjugado com textos do Novo Testamento, podemos aprender a respeito do contentamento como um tema profundamente espiritual Na fé cristã, o contentamento se apresenta como uma paz interna diante de circunstâncias externas contrárias diante de nós e, ao mesmo tempo, que apresentamos uma postura de gratidão a Deus diante dos infortúnios da vida. Vemos esse contentamento na vida do apóstolo Paulo por meio do ensino em suas cartas quando diz que “já aprendi a contentar-me com o que tenho”, “estou instruído tanto a ter fartura quanto a ter fome, tanto a ter abundância como a ter necessidade”: “tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes (Fp 4.11.12. 1 Tm 6.8). Em Hebreus, o escritor sagrado nos instrui a deixar a avareza, “contentando-vos com o que tendes, pois há uma promessa de que não seremos abandonados pelo Senhor” (Hb 13.5). Só age assim quem consegue colocar a sua atenção no que é eterno diante das inquietações terrenas.
2- Contentamento é pôr os olhos no que é eterno. Tanto os textos de Provérbios quanto os do Novo Testamento mostram que nem tudo no âmbito terreno ocorre da melhor forma. Geralmente não seremos reconhecidos pelos outros, por certo passaremos por injustiças, certamente teremos prejuízos financeiros e os desafios a mais. Então, se esperarmos demasiadamente grandes resultados em algo que não controlamos, e não temos como controlar, certamente nos frustramos. Por isso, à luz do exemplo dos cristãos do primeiro século e, ao longo da história, temos de aprender a colocar o nosso coração no que é eterno (Hb 10.34-36). Essa é a máxima da vida cristã! Como vimos no primeiro tópico, o “temor do Senhor” tem valor eterno, o amor que vem de Deus tem valor eterno; sua justiça e paz têm valor eterno; e, por isso, quando esses valores estão dentro de nós, Deus gera um contentamento indizível, pois nossos olhos não estão voltados para as circunstâncias terrenas, mas “sabendo que, em vós mesmos. tendes nos céus uma possessão melhor e permanente” (Hb 10.34).
3- O contentamento gera passividade? Há quem critique a visão bíblica do contentamento porque ela pode gerar passividade. Em primeiro lugar, devemos rechaçar essa crítica porque o contentamento é um ensino evidentemente bíblico e, por isso, se torna autoritativo para a nossa vida. Em segundo, o contentamento não é uma virtude cristã que gera inatividade, comodismo. Pelo contrário, quem pode andar em comodismo se levar a sério o “temor do Senhor” Quem pode andar em comodismo se amar verdadeiramente? Quem pode ser passivo se observar a justiça, isto é, se relacionar com o outro de maneira justa? Contentamento não é acomodação, mas reconhecimento do que você tem e faz e, ao mesmo tempo, é estar grato a Deus por tudo (Fp 4.11-13). sem perder a consciência de que não teremos tudo o tempo todo.
III. PROTEGENDO O SEU CONTENTAMENTO
1- Seja grato! A gratidão é um estado permanente de reconhecimento pelas bênçãos que Deus nos concedeu. Esse exercício de reconhecimento em atitude de louvor, oração e alegria permeiam o sentimento de ações de graças que devemos devotar a Deus por tudo o que Ele é e faz. Esse sentimento pode ser encontrado na vida do salmista: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (SL 103.2); o encontramos também na vida do apóstolo dos gentios: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas” (Fp 13.4). Assim, tanto o sentimento do salmista quanto o do apóstolo dos gentios está subentendido nos textos bíblicos de Provérbios 15. 16 e 17. Para tirar o nosso olhar de um determinado infortúnio é necessário deslocá-lo para o que já temos, reconhecendo isso como favor de Deus. E para fazer assim, é necessário ter uma atitude de agradecimento pelo que temos. Portanto, agradecer a Deus e a quem nos estendeu a mão em algum momento da vida, é um antídoto contra a nossa autossuficiência e passamos a compreender que desfrutamos da graça de Deus. Essa postura fortalece o nosso contentamento.
2- Valorize o que você já tem! Provérbios 15. 16 e 17 nos lembra que uma vez acompanhado com o temor do Senhor, amor, justiça e paz, tudo o que temos na presença de Deus é bom e, por isso, podemos valorizar cada benefício como favor de Deus. Nesse contexto, o apóstolo Paulo nos lembra que a vontade do Senhor sempre é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12.2).3. Logo, esse exercício de valorizar o que temos como reconhecimento do favor de Deus é como uma guarda em nossa boca, que nos impede de murmurar. esbravejar e adotar um estilo de vida de muita reclamação acompanhada de pouca ação e assertividade. Esse tipo de comportamento corrói o nosso contentamento.
3- Esteja contente! O contentamento com o Senhor é a melhor maneira de se colocar diante dos desafios da vida. Certamente, o apóstolo dos gentios tinha todo motivo do mundo para passar por essa vida de maneira frustrada, amargurada e rancorosa (II Co 11.16-33). Entretanto, ele preferiu viver de maneira que a presença de Deus fosse o seu contentamento. O propósito de sua vida não era de natureza terrena, mas espiritual, celestial e eterna, ele desejava o que era humilde, revestido de entranháveis afetos e compaixões (Rm 12:16: Fp 2.1). O desejo do apóstolo era que sintamos o mesmo que ele sentia (Fp 2.2). Assim, quem tem esse mesmo sentimento, não se encontra dominado pelos valores do mundo, mas pelos valores eternos do céu. Por isso, essa pessoa é capaz de se encontrar contente com o Senhor.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que quem se encontra contente com o Senhor vive uma vida mais leve, agradável e satisfatória frente aos problemas que se apresentam diante de nós. Aprender a se contentar com o Senhor gera uma paz indizível no coração que, na maioria das vezes, é inexplicável. Sim, podemos desfrutar da paz de Deus em quaisquer circunstâncias. Que o Espirito Santo nos ensine a estarmos contentes com o bem do Senhor!
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD