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Adultos - Betel

O Wesleyanismo – A chama que deu forma ao metodismo e à santidade

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 264 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 06 – 09 de fevereiro de 2025

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” II Timóteo 4.2

VERDADE APLICADA

Perseverar em oração e vigilância, à luz da Palavra e com a ajuda do Espírito Santo, é essencial para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Romanos 10

13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como creram naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!
16 Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Mt 3.11
Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo.
Terça-feira – Mc 16.15
Todos são chamados a pregar o Evangelho.
Quarta-feira – At 8.4
O dever de pregar a Palavra em qualquer lugar
Quinta-feira – At 13.2
O Espírito de Deus capacita para a missão.
Sexta-feira – Rm 10.17
A fé é pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.
Sábado – II Tm 2.15
Procura apresentar-te a Deus aprovado.

INTRODUÇÃO

A vida, as experiências e as ênfases teológicas de John Wesley impactaram a sociedade da época, contribuindo para o reavivamento da Igreja e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo, como veremos nesta lição.

I – O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JOHN WESLEY

John Wesley (1703-1791), líder, teólogo e pregador inglês de origem anglicana, foi o fundador do metodismo, movimento que em sua origem buscava reavivar a teologia e a vida da Igreja na Inglaterra. Rejeitado pela hierarquia da Igreja inglesa, Wesley passou a percorrer toda a Inglaterra a cavalo e a anunciar a Palavra de Deus ao ar livre. Seu trabalho causou profunda revolução religiosa na Inglaterra e, de maneira mais ampla, na América do Norte.

1. Um clérigo anglicano. John Wesley nasceu em Epworth, na Inglaterra, no dia 17 de junho de 1703. Filho de um sacerdote anglicano, foi o décimo quinto filho de uma família de dezenove irmãos, dos quais sobreviveram nove. Wesley, além de clérigo anglicano, tornou-se o líder desbravador do movimento metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII. Roberto Ferreira (Teologia Pentecostal da Harpa Cristã, 2022, p. 22) diz que o pensamento teológico de John Wesley lançou as bases para a teologia do Movimento de Santidade na América do Norte que, posteriormente, eclodiu no Movimento Pentecostal.
2. A influência do pietismo. O movimento pietista cooperou visivelmente para produzir o desenho do metodismo contemporâneo. Na busca integral pela “santidade real’; Wesley adicionou aos seus estudos o perfeccionismo dos pietistas. Dentro desse panorama, Wesley ajustou seus pensamentos, absorvendo a influência pietista para uma vida de santidade, para testemunho, missão e serviço de uma vida cristã santa. Inspirado por esse movimento, Wesley institui as Sociedades Metodistas, baseadas nos pequenos grupos de oração e leitura bíblica. Assim, para compreender o movimento wesleyano, é indispensável um conhecimento básico da história do movimento pietista de Halle e de Herrnhut, que influenciaram os assuntos sobre santidade nos estudos de John Wesley.
3. A influência do pietismo morávio. A extensão do pietismo obteve sua maior aquisição através de John Wesley, fundador do Metodismo. Pode-se assim falar que o pietismo alemão apresentou uma grande influência na vida de John Wesley, pois muitas das ideias de Wesley foram guiadas, dirigidas e inspiradas pelos pietistas da Morávia. No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo foram separados e enviados como missionários para a colônia da Geórgia, na América. Nessa viagem, eles foram apresentados ao movimento pietista, pois a bordo do navio estavam 26 morávios de Herrnhut. Em seu diário, Wesley escreveu que sentiu que os morávios evidenciavam uma vida repleta de fé e do Espírito Santo.

II – A PNEUMATOLOGIA WESLEYANA

Para John Wesley, o Espírito Santo torna a graça presente no Cristo, na Igreja e no mundo; além disso, a experiência com o Espírito dinamiza a vida cristã, tirando-a de uma mera devoção. Assuntos como: novo nascimento, regeneração e evidência da graça e da fé em nosso espírito seriam, portanto, ações atribuídas à atuação direta do Espírito Santo.

1. Um coração estranhamente aquecido. John Wesley registrou a experiência que teve com o Espírito Santo; a qual, muitas vezes, ele mencionou em suas pregações como: “experiência de Aldersgate” Wesley recordou em seu diário o que aconteceu em 24 de maio de 1738: “À noite, eu fui muito relutantemente para uma sociedade na Rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero para a Epístola de Romanos. Cerca de um quarto antes das nove, enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus trabalha no coração através da fé em Cristo, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, só Cristo, para a salvação; e uma garantia me foi dada de que Ele tinha tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvou da lei do pecado e da morte”.
2. O Espírito Santo atua para a salvação. Wesley teve a salvação como um dos temas centrais em seus ensinamentos, em suas pregações e em toda a sua vivência religiosa. Para ele, a nossa redenção é cultivada pela obra do Espírito, cuja ação é fundamental no processo de salvação. Isso porque a presença do Espírito Santo no nascido de novo testifica a salvação, proporcionando à pessoa essa segurança. Portanto, para crer na salvação, é necessário receber o Espírito Santo. Wesley dizia que: “A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.”
3. A experiência na teologia wesleyana. Os sermões de John Wesley eram bem diferentes dos sermões acadêmicos dos ministros da Igreja Anglicana. Wesley enfatizava a obra do Espírito Santo na santificação, como uma “segunda obra da graça”; inclusive, às vezes, identificada como “batismo no Espírito“. Os que nasceram de novo eram incentivados a ser cheios do Espírito Santo. Para Wesley, a experiência, também denominada “religião do coração”, estava presente no modo de se lidar com as Escrituras.

III – O AVIVAMENTO METODISTA

Segundo Roger Olson (2001, p. 523), as campanhas evangelísticas promovidas por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield marcaram o grande despertamento que se estendeu pela Inglaterra e alcançou a América do Norte. Outros historiadores registram que, durante as pregações, eram frequentes as manifestações de fenômenos físicos, com pessoas chorando, desmaiando e tendo convulsões. Há os que afirmam que “os reavivamentos wesleyanos na Inglaterra ajudaram a evitar uma revolução sangrenta, como a que explodiu na França no fim do século XVIII”.

1. Os metodistas. Os metodistas são cristãos que nasceram de um movimento na Inglaterra no começo do século XVIII, no período da Revolução Industrial. A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador; Charles Wesley, seu irmão, escritor de hinos; e George Whitefield, um fecundo orador e reavivalista. John Wesley e o irmão, impulsionados pelo desejo de uma vida mais consagrada, organizaram um pequeno grupo, ao qual Whitefield aderiu mais adiante. Muitos zombavam deles, passando a chamar o grupo de “Clube Santo”: O grupo ficaria conhecido por: dias fixos para exercitar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia, encorajamento mútuo, oração, dia de visitar os presos, entre outras coisas. Por causa dessa organização, o grupo foi chamado de maneira pejorativa de “metodistas”, isto é, aqueles que têm métodos.
2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal. Muitos teólogos defendem que o wesleyanismo é o pai do pentecostalismo moderno. Isso porque durante o ministério de John Wesley a Inglaterra experimentou um avivamento nunca visto. Pelos relatos da época, é possível ver os ensinamentos e crenças wesleyanas nas raízes da Rua Azusa e do movimento Holiness, nos EUA, entre outros. Para Robert P. Menzies, um dos nomes mais conceituados da teologia pentecostal, o movimento pentecostal surge como uma síntese de várias tradições de “santidade” que apareceram no final do século XIX, em movimentos de reavivamento que possuíam uma herança wesleyana.
3. O interesse na restauração da Igreja. Mesmo que o interesse de Wesley em um retorno da igreja cristã aos padrões de vida do Novo Testamento não possa ser identificado com a mesma ênfase e os mesmos aspectos do Movimento Pentecostal, é possível perceber a conexão entre ambos, tanto que esta e outras ênfases de Wesley, como a “perfeição cristã”, prepararam o caminho para o Movimento de Santidade (tema da próxima lição) e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo. Menzies (2016, p.16), define o Pentecostal como: “o cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no Espírito (At 2.4)”; bem como que os sinais, maravilhas e os dons, mencionados em 1 Coríntios, devem caracterizar a vida da igreja hoje.

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que o pensamento teológico de John Wesley pode ser percebido nas bases do Movimento Pentecostal. O estudo do Movimento Wesleyano, portanto, é um estímulo ao autoexame contínuo e necessário ao cristão (2Co 13.5). Isso torna possível evitarmos a indiferença e a frieza espiritual, prosseguindo triunfantes até que todos cheguemos “à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

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