Adultos - Betel
O verdadeiro discípulo depende inteiramente de Cristo

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 198 – 4º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 05 – 29 de outubro de 2023
TEXTO ÁUREO
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” II Corintios 4.7
VERDADE APLICADA
O exercício de um discipulado saudável consiste no discipulador estar ciente de ser um instrumento nas mãos de Deus, para que o propósito do Senhor seja cumprido.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Josué 7
2- Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Aven, da banda do oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra Subiram, pois, aqueles homens e espiaram a Ai.
3- E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil ou três mil homens, a ferir a Ai. Não fatigueis ali a todo o povo, porque poucos são,
4- Assim, subiram lá do povo alguns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.
5- E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – I Sm 16.7
Deus não vê a aparência, mas o coração.
Terça-feira – Sl 119.67
A vitória vem da obediência à Palavra.
Quarta-feira – Jo 15.5
O êxito vem de Jesus.
Quinta-feira – II Co 12.10
A força vem de Deus.
Sexta-feira – Fp 4.13
É Jesus quem nos fortalece.
Sábado – Tg 4.10
Só Deus pode exaltar o homem.
INTRODUÇÃO
As promessas e garantias de Deus a respeito de conquistas e de que está com o Seu povo não eliminam a necessidade de constante vigilância, oração, humildade, cuidado para agir de acordo com os princípios bíblicos e consciência de que somos falhos e limitados.
I – A ILUSÃO DA FORÇA HUMANA
Ai ou Aia ou Aiate era uma cidade ao oriente de Betel e junto a Bete-Áven, próxima a Jericó e a segunda cidade tomada na invasão de Canaã (a Terra Prometida). Seu nome traduzido é “monte de ruínas”, podendo significar o que ela se tornaria. Após conquistar Jericó, uma cidade forte, os hebreus acreditaram que nada mais seria impossível. A subestimação do inimigo aliada à desobediência os levou à derrota em um lugar onde venceriam. O bom discipulador é aquele que confia em Deus, não em si (II Co 12.10). Aprendeu a maior lição: aquele que aprendeu a depender de Deus!
1. Corpo físico. O maior engano já cometido por grandes personagens bíblicos, geralmente está relacionado à confiança em suas próprias forças, como foi o caso de Sansão, que acabou morto (Jz 16.30), ou ao tamanho de seus recursos, como foi o de Davi (I Cr 2.1). Ser forte, de acordo com a Bíblia, não significa ter um porte físico avantajado ou ter um grande exército. Mas ter confiança plena em Deus e obedecê-lo em qualquer condição. Os hebreus caíram por se acharem mais fortes que os homens de Ai.
2. A alma. A alma é formada pelos sentimentos, conhecimento e emoções. Uma alma abatida conduz a pessoa à derrota, uma alma confiante em Deus leva à vitória (SI 25). Aqueles que confiam em sua condição intelectual privilegiada, Deus diz que eles certamente serão confundidos. Paulo ressalta que Deus zomba destes, escolhendo as coisas loucas para confundir as sábias (I Co 1.27). Um homem rico disse à sua alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga (Lc 12.19) acreditando que seu poder e força estavam em seu conhecimento e inteligência em conquistar bens materiais. Mas Jesus o surpreendeu, dizendo que ele não tinha poder nem sobre sua própria vida (Lc 12.20). Diótrefes se achava forte e poderoso, desejando a primazia, desprezando seu líder, João, e expulsando o povo da igreja de Deus. Sua alma orgulhosa o tornava reprovável diante de Deus (III Jo 9, 11). O discipulador confiante em sua inteligência e conhecimento cai (Mt 23.12a).
3. Espírito. A derrota em Ai era uma lição que Deus permitiu aos hebreus para lembrar que a força deles era o Senhor, e não porque eram espirituais. Está enganado quem pensa que, porque ocupa uma posição de destaque, é mais espiritual do que os outros. Jesus advertiu Pedro: “Satanás pediu a você para peneirá-lo como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça” (Lc 22.31-32a).
II – AUTORIDADE E AUTORITARISMO
Deus concede aos seus discípulos autoridade (Lc 10.12). Todo exercício de autoridade que sai da vontade de Deus passa a ser autoritarismo. Isto acontece quando o mau discípulo tenta se apoderar e usa a autoridade em proveito próprio, visando apenas seus interesses. Autoridade vem do próprio Deus, como foi ensinado por Jesus e é usada para o avanço do Reino (Mt 28.18-19), nunca para sua divisão. Nisso diferem, João e Diótrefes, o que tinha autoridade e o que era autoritário.
1. A fonte da autoridade. Deus é a fonte de toda a autoridade (Rm 13.1). Por esta razão, só é possível ter autoridade se Ele a der ao homem (Lc 10.19), caso contrário é autoritarismo. Diótrefes usava de autoritarismo, acreditando que conseguiria impor as suas vontades (III Jo 10), ignorando que a autoridade vem do Senhor. Ninguém tem autoridade para vencer se não tiver a intervenção de Deus, por menor que seja o obstáculo, como era a cidade de Ai.
2. O engano do autoritarismo. Cristo combateu veementemente o estilo de vida que não estava alinhado aos princípios do Seu Reino. O autoritarismo é antibíblicos. O apóstolo Pedro recomendou: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (I Pe 5.2-3). Pedro havia sido impetuoso, mas entendeu que na obra de Deus o que rege é Sua autoridade, nunca o autoritarismo.
3. Jesus é o exemplo. A liderança de Jesus sempre foi exemplo, desde quando chamou seus discípulos até quando esteve perante Pilatos (Jo 19.11), antes de sua condenação e crucificação. Ele tinha toda autoridade (Mt 28.18), mas não usou dela para escapar de Sua missão que era morrer pelos pecados dos homens (Lc 23.39), antes foi submisso à autoridade do Pai (Fp 2.8). Jesus é o exemplo de autoridade que atrai (Jo 12.21), em vez de autoritarismo que repele. Sua autoridade era reconhecida pela multidão que o seguia “porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” (Mt 7.29).
III – O VERDADEIRO DISCÍPULO
O discípulo de Cristo cumpre seu chamado em total submissão ao plano de Deus. O erro de Josué em Ai foi não ter buscado a orientação de Deus. Por isso, teve de aprender com a derrota. Toda ação deve ser levada ao Senhor, por mais simples que possa parecer (Tg 4.13-15).
1. Ama e cuida da Igreja. O verdadeiro discípulo reflete o amor de Deus pelas almas, ensinando-as a seguir e a servir Jesus (Mt 28.18-20). O cuidado do discípulo de Cristo é condição essencial daquele que precisa ensinar e conduzir as vidas a Cristo, gerando novos discípulos (II Tm 4.2). Josué falhou nisso. O amor precisa ser materializado por meio de ações concretas (I Jo 3.16-18). Diferentemente de Diótrefes, João viveu e morreu praticando o amor, tornando-se conhecido por isso (Jo 21.7). Ele é um grande exemplo para todos que desejam êxito ministerial. Soube amar as ovelhas e deter os lobos (Jo 10.10- 16), afastando-os para bem longe do rebanho. Para ele, poupar o lobo era o mesmo que sacrificar as ovelhas. Por isso João não ficou inferente e passivo em relação à postura de Diótrefes (III Jo 10).
2. Preserva as ovelhas. Ao perder a primeira investida contra Ai, como um líder, Josué colocou em risco a vida de suas “ovelhas”. Por ouvir o “conselho” de homens, não se importou em ouvir a Deus. Essa insubmissão custou caro a Josué, pois trinta e seis pessoas perderam a vida naquela batalha; uma derrota significativa para Josué. O discípulo verdadeiro tem responsabilidade em gerar e cuidar, pois se não o fizer, Deus o cobrará (Jr 23.1-4). Jesus deixa claro que guardou todas as ovelhas que Deus o deu, e nenhuma se perdeu (Jo 17.12a).
3. Cumpre o propósito divino. O propósito divino para Josué era vencer Aí, mas ele perdeu. O fato de Josué não saber que Aca havia roubado o ouro que estava sob a proibição (Js 7.1-13), mostra que Josué não havia buscado Deus antes de invadir a cidade, senão o Senhor o teria avisado (Am 3.6-7). Para cumprir o propósito divino em Ai, Josué agora busca a Deus e recebe a garantia da vitória na batalha, após ouvir as estratégias do Senhor (Js 8.1-2). Um discípulo verdadeiro ouve as instruções de seu Mestre.
CONCLUSÃO
Deus não procura pessoas fortes, mas alguém que seja fortalecido nEle. Deus não quer discípulos de aparência como Diótrefes, mas de essência, comprometidos e amáveis como João, Gaio e Demétrio para realizar Seus propósitos.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel