Adultos - CPAD
O perigo da murmuração
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 630 – 2º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 07 – 19 de maio de 2024
TEXTO ÁUREO
“E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.” (I Со 10.10)
VERDADE PRÁTICA
A prática da murmuração enfraquece a vida espiritual, acaba com a comunhão da igreja local e nos impede de desfrutar das promessas de Deus
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Ex 16.11
A murmuração dos israelitas nos dias de Moisés
Terça-feira – Lc 15.2; At 6.1
A murmuração nos dias de Jesus e dos apóstolos
Quarta-feira – I Ts 5.12,13; Hb 13.17
Devemos evitar a murmuração contra a liderança
Quinta-feira – Hb 4.16
Devemos chegar a Deus com confiança, não com murmuração
Sexta-feira – I Co 10.10
A prática da murmuração e a morte espiritual
Sábado – Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22
A murmuração traz divisão e separação
LEITURA BÍBLICA
Êxodo 16
1- E, partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito.
2- E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.
3- E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.
4- Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não.
5- E acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
6- Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito,
7- e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor, porque quem somos nós para que murmureis contra nós?
I Coríntios 10
10- E não murmures, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.
11- Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
INTRODUÇÃO
É verdade que há ações maléficas que vêm direto do Inimigo, mas também é verdade que há as que são produzidas dentro de nós como obras da carne. Uma delas é o pecado da murmuração. Esse pecado é tão perigoso em nossa jornada que pode nos levar à queda. Ele não acontece instantaneamente, pois geralmente sucede a incredulidade. Sim, incredulidade e murmuração andam juntas. Por isso, nesta lição, estudaremos os perigos da murmuração à luz da recomendação do apóstolo: “Fazei todas as coisas sem murmurações” (Fp 2.14).
I – A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA
1- O que é murmurar? As principais palavras para murmuração na Bíblia são as seguintes: do hebraico, o verbo liyn, “resmungar”, “reclamar” e “murmurar” (Nm 14.36); e o substantivo higgayown, “meditação”, “música solene”, “pensamento”, “conspiração” (Lm 3.62); do grego, o verbo goggúzó, “murmurar”, “resmungar”, “queixar- -se”, “dizer algo contra em um tom baixo”, “dos que confabulam secreta- mente” (Jo 7.32). De acordo com essas palavras, o murmurador tem o espírito dominado pelo descontentamento, de acordo, irá, queixas e oposição. Nem Deus escapa dele, pois basta lembrar do que foi feito contra Moisés e Arão (Ex 15.24; 17.3; Nm 14.27; 16.41).
2- O comportamento dos murmuradores. De acordo com os dois testamentos da Bíblia, o mal da murmuração estava no meio do povo Deus, entre os israelitas dos dias de Moisés (Ex 16.11); nos dias de Jesus Cristo com os escribas e fariseus (Lc 15.2); na igreja em Jerusalém, no início (At 6.1). Esse mal revela um comportamento inconveniente, um temperamento inquieto, indiretas sarcásticas. O comportamento dos murmuradores é tão sério que chegou a ameaçar a unidade da Igreja em Atos, se não fosse o cuidado dos apóstolos (At 6.1-7). Por isso, precisamos ter toda cautela com esse comportamento, pois o pecado da murmuração, além de enfraquecer a nossa vida espiritual, também altera negativamente a nossa saúde emocional e física.
3- O crente murmurador. Quem se diz salvo em Cristo e tem o Espírito Santo em sua vida não pode naturalizar a prática da murmuração. Não é normal um crente cheio do Espírito Santo se entregar a esse pecado. Nesse sentido, estão presentes a indisciplina e o descuido com as virtudes do Espírito (Gl 5.16). Quando um crente se torna um murmurador, ele passa a ser um instrumento do Maligno contra a obra de Cristo no mundo, permitindo ao Diabo dominá-lo e usá-lo de todas as maneiras. Assim, não é possível o crente murmurador ser alegre, bondoso e agradável por meio de sua atitude, visto que sua alma está doente, pois o corpo só será luminoso se os olhos forem bons (Mt 6.22,23).
II – MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA
1- A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus. Deus escolheu Moisés e seu irmão, como seu auxiliador, para libertar o povo de Israel da escravidão de Faraó e conduzi-lo à Terra Prometida (Ex 7.1,2). Após experimentar grande livramento, esse povo passou a murmurar contra a liderança de Moisés e Arão de maneira sistemática, alegando que o Legislador o conduzia para morrer em pleno deserto (Êx 16.3). Nesses relatos, percebemos que a murmuração sucede à incredulidade. Há uma ausência de fé e se passa escolher o que é mau: a prática da murmuração. Logo, não se pode esperar mais atitudes de bondade, sinceridade e verdade de quem submerge na murmuração, mas, sim de impaciência, ingratidão e desrespeito à liderança bíblica (I Ts 5.12,13; Hb 13.17).
2- A murmuração contra Deus. O Senhor Deus respondeu às murmurações do povo, dizendo que faria cair “pão dos céus” (Êx 16.4). Entretanto, o Senhor deixou claro que contemplou as suas “murmurações”, mas tratou o povo com piedade e compaixão (Êx 16.12). Ora, o Senhor Deus contempla todas as nossas ações, sabe do que precisamos e necessitamos. Por isso, diante de uma circunstância difícil, é muito melhor nos dirigirmos a Ele de maneira humilde, graciosa e amorosa do que nos achegarmos a Ele com ingratidão, queixas e murmuração (Hb 4.16).
3- Por que é perigoso murmurar? A Palavra de Deus diz: “quem se endureceu contra ele [Deus] e teve paz?” (Jó 9.4). À luz desse texto, podemos dizer que a murmuração configura um ato de impiedade extrema contra Deus. Ela se torna perigosa porque, além de revelar uma ausência de fé, limita a nossa capacidade de enxergar as ações de Deus em nossas vidas e no contexto em que estamos. Por conseguinte, a murmuração cega-nos diante de Deus. Não lembramos mais das grandes obras do Senhor em nossa vida. Não por acaso, o apóstolo Paulo reúne os episódios de murmuração dos israelitas para que os crentes da atualidade tenham cuidado e não pratiquem esse pecado a fim de não serem destruídos (I Co 10.10,11; Rm 15.4).
III – MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAĀ CELESTIAL
1- O fim dos israelitas murmuradores. Examinando os textos de Números 14.29 e 16.41-49, percebemos que, por causa da murmuração, os israelitas daquela geração não entraram na terra da promessa, foram mortos e sepultados no deserto (Nm 14.29). A peregrinação de Israel pelo deserto nos serve de exemplo e advertência em nossa jornada para que não adotemos seu comportamento murmurador. Devido a esse pecado, os israelitas perderam de vista os propósitos divinos e não alcançaram o cumprimento da promessa.
2- O destino dos murmuradores. À luz dos relatos do livro de Números, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência ao povo da Nova Aliança: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (I Co 10.10). Isso significa que um crente que vive praticando a murmuração já se encontra espiritualmente morto, perdeu a comunhão com o Senhor e não tem mais o prazer nas coisas espirituais. Logo, o seu destino é a morte, que, à luz do Antigo Testamento, infelizmente, tem caráter físico e espiritual. A murmuração é um perigo ao longo da nossa trajetória cristã.
3- Os males da murmuração. Há muitos males que a murmuração pode provocar. Por exemplo, na vida da igreja local a murmuração pode trazer desânimo espiritual, contendas comunitárias, rebeldias espirituais e divisões ministeriais. Esse processo acaba com a vida de comunhão da igreja local. Além disso, o nosso Senhor disse que o reino dividido contra si mesmo é “devastado” e não “subsistirá” (Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22). Há também o mal de caráter espiritual. Por exemplo, a murmuração também resulta em mentiras e calúnias, portanto, o Espírito Santo não habita uma vida que é dominada por esse tipo de obras carnais (Ef 4.30; Gl 5.19-21). Por isso, afirmamos que quem se entrega a tal prática acaba atraindo outros pecados para a sua vida, tais como: idolatria, rebelião, adultério, blasfêmias contra Deus. Como consequência acaba prestando serviço ao inimigo e estacionando no meio do trajeto celestial.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o quanto a prática da murmuração é perigosa e destruidora tanto para a vida espiritual quanto para a vida comunitária na igreja local ao longo da nossa jornada cristã. Não devemos, pois, ignorar a advertência da Palavra de Deus quanto ao pecado da murmuração (Rm 15.4). Ora, a vontade de Deus é a de que participemos de suas promessas. Portanto, evitemos o mal da murmuração em nossas casas, igrejas e em qualquer lugar que nos relacionamos com o próximo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD