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Adultos - Betel

Não matarás: protegendo e preservando a vida como um fundamento moral universal

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 252 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 07 – 17 de novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio.” Êxodo 23.7

VERDADE APLICADA

Faz parte das responsabilidades do discípulo de Cristo a preservação e proteção da vida é uma constante vigilância ao estado do coração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Êxodo 20

13- Não matarás.

Números 35

16- Porém, se a ferir com instrumento de ferro, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.
17- Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.
18- Ou, se a ferir com instrumento de pau que tiver na mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida. 19. O vingador do sangue matará o homicida; encontrando-o, matá-lo-á.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Êx 21.1-16
As leis acerca dos servas e dos homicidas.
Terça-feira – Nm 35.9-34
As cidades de refúgio.
Quarta-feira – Dt 19.14-21
Acerca dos limites e das testemunhas.
Quinta-feira – Mt 5.21
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás.
Sexta-feira – Mt 15.19
Coração: sede dos maus pensamentos.
Sábado – Tg 1.27
Devemos nos guardar da corrupção do mundo.

INTRODUÇÃO

Esse ainda é um mandamento bem aceito em muitas nações. Praticamente ninguém aprova que se tire a vida de ninguém. Ele é tão contrário à natureza que existe um tipo de proibição contra ele em todas as culturas (Ex 20.13).

I – ASPECTOS ESSENCIAIS DO SEXTO MANDAMENTO

Este mandamento não se refere ao homicídio involuntário, mas ao homicídio, ao fato de tirar a vida com premeditação e traição, motivado por desejos perversos, ambiciosos ou desleais (Gn 9.6).

1. O aspecto espiritual do mandamento. O aspecto fundamental do mandamento é o significado sagrado da vida humana. O sentido sagrado da vida é derivado de duas verdades: 1) Somos feitos à imagem de Deus; 2) Deus é o doador da vida (Gn 1.26; Gn 2.7). Na Aliança Na ética, a questão do assassinato e suas implicações são abordadas pela primeira vez e essa importante verdade (“feitos à imagem de Deus”) é mencionada (Gn 9.6). A outra verdade tem a ver com o fato de que Deus é o doador da vida e aquele que tem o direito de determinar a vida de cada criatura. Este mandamento destina-se a lembrar não apenas a nação de Israel, mas todos os seres humanos de todos os tempos que eles devem se esforçar para ser cuidadosos nos assuntos da vida para que ninguém perca a vida injustificadamente nas mãos de seus semelhantes.
2. O aspecto legal do mandamento. Mesmo que o assassinato fosse considerado um pecado gravíssimo, contudo a lei estabelecia critérios para o julgamento, a fim de evitar precipitações, injustiças e enganos. Havia a necessidade de testemunhas para que o assassinato fosse comprovado (Nm 35.30). O objetivo disso era evitar injustiças e abusos na execução de sentenças ou na busca de vingança. Era a maneira da sociedade israelita de fazer as coisas certas (Ex 23.7). Agora, como lidar com a situação de mentiras ou falsos testemunhos? O nono mandamento fala mente contra a mentira. Êxodo 20.16 e Deuteronômio 19.16-21 trazem uma séria advertência sobre as falsas testemunhas: estas deveriam sofrer a punição do acusado contra quem dessem falso testemunho.
3. O aspecto intencional do mandamento. O que fazer com os casos de homicídio involuntário? Os casos incluíam acidentes, matar outro ser humano em legítima defesa, defender sua família ou defender seus bens e propriedades. Para este tipo de caso, Deus havia criado o sistema de cidades de refúgio. O sistema era que, após o homicídio involuntário, o assassino poderia fugir para uma dessas cidades de refúgio para evitar cair nas mãos de um familiar da vítima que queria vingança (Nm 35.15-21). O assassino permaneceria lá até que o sumo sacerdote morresse, ou então, se o assassinato não fosse um acidente, os anciãos da cidade de refúgio deveriam entregá-lo ao familiar vingador (Dt 19.11-13).

II – JESUS CRISTO E O SEXTO MANDAMENTO

Jesus apresentou quão amplo é o alcance do sexto mandamento para os cristãos. Ele não somente proíbe o assassinato e a violência, como também as palavras provo- cativas e os maus pensamentos contra o próximo.

1. Uma questão do coração. Na interpretação do Senhor Jesus Cristo, matar é tanto uma ação interior quanto exterior [Mt 5.21-26]. O Senhor Jesus Cristo dirige essas palavras em oposição aos ensinos dos escribas e fariseus, que se concentravam no aspecto externo da Lei, no aspecto ritual, mas que davam pouca importância ao aspecto interno, o que afeta o coração e, portanto, afeta a conduta. O Senhor fala claramente que do coração, isto é, da sede de nossos pensamentos, sentimentos, emoções e motivações, é que surge toda classe de mal [Mt 15.19]. O coração não regenerado é a origem da intenção, sentimento e ação homicida porque está focado em tudo que rejeita a piedade, e se foca em tudo o que é agradável ao nível da carne. Lembremos que o primeiro homicídio aconteceu porque um homem se deixou ser dominado pela ira [Gn 4.6].
2. Uma ação motivada pela ira. No Sermão da Montanha, o Senhor faz uma interpretação magistral do sexto mandamento e mostra como um coração não regenerado dominado pela ira pecaminosa é basicamente um coração com motivações homicidas. Os fariseus ensinavam que o assassinato consistia em tirar a vida de alguém. Mas o Senhor disse que o mandamento se estendia não apenas ao ato em si, mas também à atitude por trás dele. Na interpretação dada por Jesus, o criminoso aos olhos de Deus não era somente aquele praticava o assassinato, mas, principalmente, aquele que abrigava em seu interior a ira contra seu irmão; o mesmo sucedia ao que pensava em adulterar, esse era tão culpado quanto o que cometia o adultério. A questão não está limitada ao comportamento, à ação externa, mas também o que deseja o coração.
3. Tratando do coração. Nosso Senhor Jesus Cristo mostrou que não são so- mente o assassinato e a violência que são proibidos por ele, mas até mesmo palavras provocantes e pensamentos irados (Mt 5.21-26). A “raiz da amargura” de onde brota o assassinato é uma paixão feroz ou algum desejo desordenado (Hb 12.15). Para estarmos a salvo de impulsos assassinos, devemos andar em Espírito, buscar crescermos em Cristo e constante vigilância e oração. “O amor é o cumprimento da lei”; e a menos que um homem realmente “ame os irmãos”, ele não tem segurança contra ser surpreendido com violência contra eles, o que pode resultar em morte (Rm 13.10).

III – O RESPEITO AO DOM DA VIDA

O sexto mandamento tem implicações importantes para a sociedade contemporânea. Há um grande desrespeito insensível à vida, e a morte está em toda a parte. Como bons servos temos o dever de preservá-la, pois é dom de Deus e somente Ele tem pleno direito e poder de estabelecer o tempo de existência na terra (Gn 9.6; Dt 32.39).

1. O cuidado em preservar a vida. O sexto mandamento trata especificamente do cuidado em preservar a vida. “Não matarás” define o cuidado que devemos ter tanto com as nossas vidas quanto com a de nossos semelhantes. A vida é sagrada, não num sentido panteísta, mas no sentido de que ela surgiu pela vontade de Deus. Nossa tarefa sempre será cuidar dela, nunca a extinguir. A vida deve ser considerada sagrada por se tratar de uma dádiva divina, a qual somente Deus tem o direito de tirá-la, seja por ordem expressa ou por seu próprio julgamento (Êx 21.12-14). Esta é uma lei universal, tanto para as nações quanto para os indivíduos. Desse modo, “o não matarás” se torna um poderoso e radical convite a vivermos em paz (Tg 3.18; Hb 12.14).
2. Um código a ser respeitado. Desde os primórdios, mesmo antes da lei ser escrita no Sinai, esse código moral já fazia parte da vida humana. Caim sabia que, após ter matado Abel, alguém viria ao seu encontro para o acerto de contas (Gn 4.14; 9.6). “Não matarás” já era um mandamento antigo, o respeito à vida era conhecido na Antiguidade pelos mesopotâmios, egípcios e gregos, entre outros. O Código de Hamurabi (1750 a.C.), rei da Babilônia, é um exemplo clássico, contudo, não se revestia de autoridade divina. Mas agora é introduzido de uma forma nova. Essa é a primeira distinção entre os códigos antigos e a revelação do Sinai. A outra é que Deus pôs Sua lei no coração e na consciência dos demais povos (Rm 1.19; 2.14-15).
3. A violação do mandamento. O nível de desrespeito e descaso com a vida humana é alarmante. Vivemos em um tempo de desumanização, mas sobretudo em um tempo em que não há temor de Deus. Quando falamos das diferentes formas de desobediência aberta e deliberada ao sexto mandamento, certamente as mais escandalosas nos vêm à mente, como: problemas, crimes passionais, processos por herança, processos entre famílias etc. Tendemos a pensar na violação do sexto mandamento em termos da ilegalidade que eles representam do ponto de vista das leis humanas. No entanto, os seres humanos inventaram maneiras legais de violar o sexto mandamento onde o aborto e a eutanásia transitam normalmente. Deus é quem dá o fôlego de vida e, portanto, dEle deve ser sempre a última palavra.

CONCLUSÃO

Convictos do que as Escrituras Sagradas revelam acercam da vontade de Deus e das inclinações pecaminosas da natureza humana, perseveremos no andar em Espírito (Gl 5.16, 25), para sermos agentes de defesa da vida. não apenas evitando prejudicar o próximo, mas promovendo a paz, harmonia e um ambiente saudável, de acordo com a Palavra de Deus, visando o testemunho cristão, o bem da sociedade e a glória de Deus.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

 

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