Adultos - Betel
A relevância da Igreja na sociedade e sua importante função social
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 242 – 3º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 10 – 08 de setembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus.” Romanos 13.1
VERDADE APLICADA
A Igreja, como uma instituição divina que é, deve ser luz e sal em todas as dimensões da vida na face da terra, sendo diferente e fazendo a diferença para a glória de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Isaías 58
6 Porventura não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo?
7 Porventura não é também que repartes o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas da tua carne?
8 Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Gn 41.38-57
José, governador do Egito.
Terça-feira – I Sm 8
Os israelitas pedem um rei.
Quarta-feira – Et 2.12-20
Ester, rainha da Pérsia
Quinta-feira – Dn 2.48
Daniel, governador da província da Babilônia.
Sexta-feira – Rm 13.1-7
Submissão à autoridade.
Sábado – I Tm 2.2
Devemos orar pelas autoridades.
INTRODUÇÃO
A presente lição busca contribuir na conscientização do povo de Deus sobre sua responsabilidade em todas as dimensões da vida debaixo do sol. Para tanto, se requer consciência quanto às diversas esferas da vida em sociedade e ações coerentes com a fé que professamos, pautadas nos princípios da Palavra de Deus e na capacitação e direção do Espírito Santo, para a glória de Deus.
I – O PAPEL SOCIAL DO CRISTÃO E SUA PARTICIPAÇÃO PERPASSA TODA HISTÓRIA BÍBLICA
A presença de homens e mulheres de Deus no contexto de participações sociais tem seu início nos primórdios da humanidade e se dá de múltiplas formas, sendo a carreira na decisão em prol da sociedade civil, com grande expressividade.
- Deus é o Senhor também da ordem social. Aristótelesafirma que o homem é um ser político. O homem pode ser apartidário, mas nunca apolítico. Deus nos fez seres gregários e se relaciona diretamente conosco espiritualmente e de várias maneiras (Mt 6.33). O Senhor tem um propósito para todas as pessoas, isso vai direcionar a nossa jornada da vida (Is 64.4). Toda autoridade procede de Deus (Rm 13.1), pois é Ele quem estabelece os reis e os remove (Dn 2.21). Deus tem o controle de todo o universo e o governa de acordo com Sua vontade soberana e diretiva.
- Autoridades que ocuparam posições civis elevadas na Bíblia. Dentre os personagens que Deus chamou e que ocuparam funções civis elevadas, podemos citar quatro: José, governador do Egito (Gn 41.37-57); Davi, o maior rei conquistador de Israel (II Sm 2.4; 8.1-14); Ester, a rainha da Pérsia (Et 2.12-20); e Daniel, o jovem governador da Babilônia (Dn 2.46-49). Esses quatro personagens fizeram a diferença no exercício da autoridade civil na vida das pessoas de seu tempo porque estavam à disposição do Senhor no cumprimento de sua missão.
- O Estado e a Bíblia. O Antigo Testamento traz a lume a ideia de Estado com a instituição da monarquia no Antigo Israel – séculos XI a VI a.C. Conforme a narrativa bíblica, o juiz Samuel recebeu dos anciãos do povo o pedido de que desse um rei para Israel, assim como as demais nações (I Sm 8). O Novo Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus (Rm 13.1). Assim, os que resistem ao Estado afrontam a Deus (Rm 13.2). Nesse contexto, o Estado é servo do Altíssimo para aplicar a justiça (Rm 13.4), logo, ele não é problema para os que fazem o bem, mas para os que praticam o mal (Rm 13.4; I Pe 2.14). Assim, é lícito pagar tributos e impostos ao Estado (Rm 13.6-7), bem como temos a recomendação de orar pelas autoridades públicas (I Tm 2.1-2). A Igreja está sujeita a autoridade do Estado, desde que não haja interferência em nossa fé e em nosso culto a Deus (At 5.29).
II – PRINCÍPIOS DIVINOS E A SUA APLICAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL
Por orientação de nosso Senhor Jesus Cristo, não podemos dar de ombros para a realidade de participação na sociedade civil, pois somos chamados para ser sal e luz; por isso, devemos ter critérios rigorosos para aqueles que vão nos representar.
- Como Cidadãos deste mundo e exemplos para a sociedade, é necessário escolher bem os representantes do povo. Num cenário em que a maioria dos eleitores declara que a religião é muito importante em sua vida, metade desses acredita que, na hora de fazer leis, os representantes devem levar em conta o que dizem as tradições religiosas. A participação social é algo extremamente necessário na Igreja e deve ser fundamentada em princípios bíblicos. Isso significa que o cristão deve analisar as propostas e as ideologias sob a ética cristã, escolhendo pessoas que se norteiam por nossos princípios e os bons costumes (Is 5.20; Êx 18.21).
- O povo de Deus não deve ser omisso, mas participante. A omissão dos cristãos não corresponde aos princípios bíblicos, nem à expectativa de Deus. A omissão, segundo a Bíblia, é pecado (Tg 4.17). Quando há participação do povo de Deus em várias funções no Estado, há progresso surpreendente para a glória de Deus. Ao longo da história cristã, são notáveis as vitórias que o povo de Deus conquistou através do engajamento político, por exemplo: o envolvimento cristão no Estado proibiu a queima viva de viúvas na Índia (1829); acabou com a escravidão no império britânico (1840); impediu a discriminação das mulheres na China (1112); proibiu a segregação racial nos Estados Unidos.
- A Igreja precisa de representantes que amem a justiça. O povo de Deus precisa participar efetivamente, priorizando valores éticos e morais do Reino de Deus, e conscientemente ser seletivo, com o que verdadeiramente cumpriram o bem justo e coletivo, e que reproduzam a moral cristã, dessa forma a Igreja ocupa o seu espaço e influencia positivamente a sociedade (Mt 5.13-16). Os nossos representantes devem ser porta-vozes da retidão e da moral divina em tudo que fazem, seja em um grande tribunal, ou em uma pequena ação comercial. Os que são vocacionados para este serviço, precisam olhar com especial atenção para os pobres e necessitados e promover políticas públicas humanas e justas (Pv 31.8-9).
III – O CHAMADO DA IGREJA PARA AS OBRAS SOCIAIS
A generosidade cristã não deve se restringir apenas aos trabalhos espirituais, missionários, mas também às obras sociais. Jesus nos chamou para ajudar os pobres em suas necessidades. A Igreja deve demonstrar esse amor ao próximo através de obras sociais.
- Admoestação bíblica. O capítulo 58 de Isaías, quando colocado em prática, atrairá vidas às igrejas, tornando-as verdadeiros condutores da graça divina através de ações humanitárias. Todavia, para que se possa compreender melhor a missão que a Igreja possui com relação às obras sociais, vamos entender o conselho divino retratado no livro do referido profeta (Is 58.5-11). A Igreja deve fazer as obras sociais à semelhança do exemplo deixado por Jesus Cristo. A Bíblia Sagrada está cheia de mensagens que estimulam o crente fiel a trabalhar em favor dos menos favorecidos (Tg 2.15-17).
- Como desenvolver atitudes de ajuda ao próximo. São vários os aspectos envolvidos na exposição deste tema. Alguns aspectos serão determinados pelas necessidades, pelo local, as pessoas envolvidas, recursos disponíveis, entre outros. Assim, vamos considerar algumas ações que encontramos registradas na parábola que o Senhor Jesus Cristo contou ao doutor da lei que apresentou uma questão ao Senhor: “E quem é o meu próximo?” (Lc 10.25-37). Encontramos nesta parábola atitudes a serem desenvolvidas que fazem a diferença no socorro aos necessitados:
1) Lc 10.33 – notar que o samaritano “ia.’; mas estava atento aos
necessitados;
2) Está atento, diferente de curioso. Pois ao ver, se aproximou dele;
3) Não apenas o aspecto cognitivo estava envolvido, mas também emocional: “moveu-se de íntima compaixão”;
4) Lc 10.34 – no primeiro momento, fez o que podia. Vemos princípios que devem nortear-nos na ajuda ao próximo: atenção, interesse, conhecimento, compaixão, iniciativa. - Obras sociais como fator de crescimento da Igreja. No que se refere à Igreja, devemos estar convictos de que a vontade de Deus é que ela cresça para a Sua honra e glória (At 4). Todos os membros devem participar do crescimento da Igreja como instituição; meditar na mensagem do Evangelho e orar para que Deus nos dê a consciência de que a prática de obras sociais pela membresia da Igreja redunda em benefício para as pessoas, para a instituição e para cada um envolvido (Ef 2.8-10). Que a nossa oração seja pela salvação de todos aqueles que Deus colocar em nosso caminho.
CONCLUSÃO
A Igreja é instituição divina na terra. Tal verdade resulta em responsabilidade em todas as áreas da vida debaixo do sol, inclusive social. Afinal, o próprio Senhor Jesus Cristo disse que Seus discípulos são luz e sal neste mundo. Que o Espírito Santo nos capacite e direcione em todo o tempo para que nossas ações contribuam para o bem da sociedade e o testemunho cristão, para a glória de Deus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel