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E.B.D

Justificados pela fé em Jesus Cristo

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 240 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 06 – 10 de agosto de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.” (Rm 1.17).

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Rm 11.21
Todos debaixo da desobediência
Terça-feira – Gl 3.14
A bênção de Abraão aos gentios
Quarta-feira – Gl 3.3
Começar pelo Espírito e terminar pela carne
Quinta-feira – Hb 10.38
O justo viverá da fé
Sexta-feira – Gl 3.5
Deus dá o Espírito e opera maravilhas pela fé
Sábado – Rm 1.16
Não me envergonho do Evangelho

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 3

1 — Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?
2 — Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
3 — Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?
4 — Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão.
5 — Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
6 — É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
7 — Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
8 — Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9 — De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
10 — Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
11 — E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a forma como Paulo discorre a respeito da doutrina da justificação pela fé aos irmãos gálatas. No capítulo anterior, ele havia defendido a sua mensagem e o seu apostolado. Desta vez, ele vai defender a doutrina que os gálatas receberam e depois trocaram por outra forma de pensamento. A fé estava sendo substituída pelo esforço humano, e isso é um retrocesso (da bênção para uma maldição). É uma advertência para que o que começamos certo não termine errado por nossa responsabilidade.

I. O QUESTIONAMENTO DE PAULO

  1. Fascínio para a desobediência.Paulo se dirige aos crentes na introdução da Carta como irmãos (Gl 1.1), mas aqui, ele fala de um jeito menos amistoso, chamando-os de “insensatos gálatas” (Gl 3.1). Isso porque aqueles irmãos estavam perdendo o juízo, deixando de lado critérios e ficando fascinados com uma outra mensagem.
    A palavra fascinação significa “forte atração por algo ou por alguém”. Paulo faz uma pergunta aos crentes da Galácia e o pensamento dele vale para os nossos dias: O que pode ser tão atraente para a nossa espiritualidade que tenha a capacidade de nos afastar do verdadeiro Evangelho? Para os gálatas, a fascinação provinha da possibilidade de seguir a lei dos judeus, o que, na teoria deles, poderia ajudar na salvação.
    Eis aqui uma questão: Paulo comenta que eles foram fascinados, enfeitiçados, para se tornarem desobedientes ao Evangelho. Aquela nova mensagem que receberam dos judaizantes não lhes movia a fim de obedeceram a Deus, mas os convencia, por uma mensagem à desobediência, e eles não haviam percebido isso.
  2. Começando certo e terminando errado.Paulo pergunta: “tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” (Gl 3.3). Essa pergunta mostra um cenário que pode se repetir em nossos dias, os gálatas receberam o Espírito de Deus, mas se deixaram levar pela capacidade pessoal de agradá-lo não pela fé, mas pela observância de preceitos judaicos. A fé e o Espírito estavam sendo substituídos pela Lei e pela carne. Eles haviam começado certo, mas estavam terminando errado.
    Essa pergunta do apóstolo nos faz refletir sobre como fomos chamados e de que forma estamos administrando a vocação que Deus nos deu. Não basta começar da forma correta; é preciso concluir a carreira de forma correta, e curiosamente, Paulo atribui aos gálatas essa capacidade. Ele não atribui a Deus essa obrigatoriedade, pois Ele já nos deu a salvação. Paulo atribui a nós a capacidade de exercer de forma correta a análise do que estamos ouvindo para não sermos enganados por doutrinas erradas. Colocar a prática da Lei em pé de igualdade ao sacrifício de Jesus é, sem dúvida, um ensino pernicioso.
  3. Obras da Lei contra a pregação da Fé.Os gálatas provavelmente não tinham conhecimentos dos costumes judaicos e das obrigatoriedades que esses costumes representavam para os hebreus na sua inteireza.
    A pregação da fé, que alcançou os gálatas quando esses ouviram a mensagem de Paulo, estava sendo substituída. Jesus havia sido representado aos gálatas como crucificado. A palavra “representado” é prographo, pintado. Era como se a pregação de Paulo fosse uma obra de arte, uma pintura, apresentando Cristo como crucificado, e eles haviam enxergado dessa mesma forma. A cruz representava a morte de Cristo, e o próprio Cristo representava o sacrifício perfeito do Filho de Deus. Não havia sido uma morte por nada, ou por um erro judicial, mas voluntária: “Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la” (Jo 10.17).
    Paulo pergunta aos gálatas: “Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gl 3.5). Quantos milagres os gálatas presenciaram? Quantas intervenções divinas Deus fazia pelo seu Espírito naquelas igrejas? E nada disso era pelas obras da lei, mas pela fé. Se os gálatas sabiam o que era uma comunidade de santos vibrante, onde Deus tinha liberdade de atuar e mostrar-lhes um pouco da sua glória, não era por causa da Lei.

II. O CRENTE ABRAÃO

  1. Creu em Deus. A fim de reforçar seus argumentos, Paulo remonta à origem do povo judeu, com o crente Abraão. Os irmãos gálatas certamente tiveram contato com a história de Abraão, seja por Paulo, seja pelos judaizantes, e o apóstolo se vale da figura do patriarca para exemplificar a realidade da justificação pela fé.
  2. Era a forma mais adequada de mostrar aos leitores que a Lei de Moisés não era superior à graça de Deus e à salvação pela fé. A Palavra de Deus destaca que Abrão foi chamado por Deus para deixar a sua terra e os seus parentes para herdar uma terra que ele nem mesmo sabia onde era. Ele creu em Deus, dando início a uma viagem cujo destino era ignorado, mas estava ciente da fidelidade do Senhor. Ao longo de sua história, ainda que não completamente perfeita, o patriarca demonstrou fé não somente que Deus o guiaria ao destino aonde chegaria, mas principalmente na promessa de que seria pai de uma multidão de pessoas.
  3. Foi considerado justo. Abraão, de onde provém os judeus, foi considerado justo. E como isso se deu? Pela fé. Abraão recebeu a promessa de ter um filho, mas com o passar do tempo, ele viu que a promessa de Deus não havia sido cumprida ainda. Ele chegou a mencionar que o mordomo Eliézer era o administrador daquela casa e herdaria os seus bens. Mas Deus deu uma lição prática ao patriarca. O Eterno levou o ancião para fora da tenda onde estava, e como era de noite, pediu que ele contasse as estrelas. Deus ainda disse: […] “se as podes contar” […] (Gn 15.5). Ele concluiu dizendo “Assim será a tua semente” (ou descendência). O verso a seguir diz que “E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isso por justiça” (Gn 15.6). Abraão foi justificado por ter crido no que Deus havia falado.
  4. Deus iria justificar os gentios pela fé. Paulo menciona que Deus havia previsto que a fé seria o instrumento pelo qual os pecadores, judeus ou gentios, fossem declarados justos diante de Deus. O Eterno escolhe a fé, e não as obras, para justificar uma pessoa. As obras dependem do potencial e da vontade de cada um, e como cada ser humano não tem as mesmas condições que outro, surge uma injustiça, pois um poderia fazer mais obras e outro, não. Como se fosse pouco, as obras tendem a nos fazer orgulhosos de nossas próprias capacidades. Isso desagrada a Deus.
    Em sua sabedoria, “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32). Na misericórdia não há mérito de quem erra, mas sim, mérito de quem exerce a misericórdia. Na graça, recebemos o que não merecemos, e na misericórdia, não recebemos o que merecemos. A justificação dos gentios não viria pelas obras, e sim pela fé.

III. A FÉ COMO FONTE DE VIDA

  1. O justo viverá da fé.Essa expressão é oriunda do profeta Habacuque (Hc 2.4). Ele profetizou ao povo de Judá em meio a uma grande corrupção moral e espiritual, e sob a sombra dos ataques dos babilônios. Esses seriam usados pelo Eterno para julgar Judá. Havia hebreus arrogantes naqueles dias, e Deus diz ao profeta que “eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá” (Hc 2.4). Essa expressão, de que o justo viverá da fé, também se acha em Romanos que diz: “[…] se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Em mais de uma referência Bíblica nos é dito que a fé traz a vida (Hb 10.38).
  2. Aquele que não permanecer nessas coisas.Uma das mais sérias realidades da vida cristã é a necessidade de perseverança daqueles que aceitaram a Jesus. Não estamos mais sujeitos ao pecado, e nossa liberdade é para viver no Espírito e não pecar. Esse exercício, porém, deve ser constante e permanente. A permanência e a constância são virtudes que devemos cultivar, e na direção certa. Os gálatas estavam sendo inconstantes no tocante ao Evangelho que haviam recebido, e ao se apoiarem na guarda da Lei, não somente se colocavam debaixo de um jugo, mas também de uma maldição. Pior que isso, não praticar a Lei na íntegra torna a pessoa maldita: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém” (Dt 27.26). Os gálatas não precisavam nem deviam guardar os preceitos judaicos, primeiro porque não eram judeus; segundo, porque se colocavam debaixo de uma maldição, e terceiro, porque não conseguiriam praticar toda a Lei, tornando-se, portanto, culpados.
  3. Cristo é a posteridade de Abraão. A descendência de Abraão é Cristo, e através dEle, judeus e gentios são alcançados pela fé. Em Cristo, e não na guarda da Lei, temos a possibilidade de ser feitos filhos de Deus por adoção, e herdeiros da eternidade não pelos nossos méritos, mas pelo mérito de Cristo. Foi o que Ele fez, e não o que tentamos fazer, que nos garante o acesso a Deus.

CONCLUSÃO

Todos podemos ser tentados a acrescentar alguma coisa ao Evangelho de Jesus. Podemos não fazer isso na doutrina, mas fazê-lo na nossa prática de vida, criando crendices e hábitos que vão contra a Palavra de Deus. O Eterno espera que o que recebemos de Deus seja defendido e mantido a todo custo: o sacrifício de Jesus é suficiente para a nossa salvação, e que quando optamos por observar práticas que a Bíblia não diz, estamos acrescentando ao Evangelho coisas que Deus jamais planejou para a sua Igreja.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

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