E.B.D
Davi: no lugar errado e na hora errada
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 232 – 2º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 11 – 15 de junho de 2025
TEXTO PRINCIPAL
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.” (Sl 51.10).
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira — Tg 4.7
Resista ao Diabo
Terça-feira — Tt 2.11,12
Vencendo o mundo
Quarta-feira — Mt 26.41
Vigiai e orai
Quinta-feira — I Pe 1.15
Sejam santos
Sexta-feira — Jo 17.17
Santificação na Palavra
Sábado — Pv 28.13
Alcançando misericórdia
TEXTO BÍBLICO
II Samuel 11.2,4,5,14,15.
2 — E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.
4 — Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa.
5 — E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pejada estou.
14 — E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e mandou-lha por mão de Urias.
15 — Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra.
INTRODUÇÃO
Estamos diante de um dos capítulos mais tristes na trajetória de Davi. A essa altura dos acontecimentos, o homem segundo o coração de Deus era admirado e seguido por toda uma nação, salmista inspirado pelo Espírito e respeitado por sua integridade e dependência divina. Tinha em sua vida a confirmação das promessas do Senhor e a certeza de que havia muito ainda a ser feito. Quando tudo ia bem, Davi esqueceu-se de alguns princípios básicos e se permitiu cair em uma lamentável armadilha: omisso em suas obrigações reais, cometeu adultério com Bate-Seba, engravidando-a.
I. O ERRO DE DAVI
1. No lugar errado, na hora errada. Eram dias de guerra, os exércitos de Israel estavam em peleja contra os filhos de Amom e a cidade de Rabá. O relato bíblico nos mostra o clima tenso e o quanto todos estavam envolvidos (2Sm 11.1 e 11), com exceção do rei. Primeiro, o narrador faz menção de que o lugar do rei deveria ser com o exército. Em sequência, enfatiza a permanência de Davi em Jerusalém e, por último, o próprio Urias expressa a incoerência entre a postura de relaxamento e a busca por prazeres enquanto todos estavam em uma missão tão laboriosa e importante. Todos estavam atentos e ativos, já Davi estava envolto em ociosidade, omissão e pouca vigilância: três erros fatais.
Mesmo que o rei precisasse estar em casa, o que não era o caso, havia mais uma falha em seu comportamento: ele se deixou aproximar da tentação, em vez de fugir dela. Ao olhar do terraço de sua moradia, após uma soneca vespertina, Davi enxergou uma mulher muito bonita que estava em seu banho. Deveria ter recuado, mas não foi o que aconteceu.
2. Fazendo o que era errado. Os olhos de Davi já o haviam traído, o coração já estava envolto em pecado, sua mente já desejava a mulher alheia; só faltava concluir sua jornada em queda livre.
Movido pela tentação, o rei perguntou acerca da identidade da mulher, a resposta foi precisa: Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, um valente soldado que estava na guerra. Davi agora sabia que a mulher era comprometida, mesmo assim mandou que a trouxessem. No lugar de fugir do mal e resistir à tentação, cedeu a ela. Ao receber a mulher, apenas materializou o que já era realidade em seu coração.
Após um período, chegou a Davi a informação de que Bate-Seba estava grávida. Diante disso, somou-se aos pecados a tentativa de enganar Urias, o esposo traído. Chamado do campo de batalha para encontrar Davi, após uma conversa evasiva, foi liberado para que fosse encontrar sua esposa. No entanto, Urias foi honrado e não aceitou o aconchego do lar, nem os braços da esposa. Deixou claro que não poderia usufruir tal luxo enquanto seus companheiros sofriam no front de guerra, mesmo após a insistência do rei.
Concluindo a triste sequência de atos pecaminosos, Davi enviou novamente Urias ao campo de batalha, porém com uma carta contendo um plano assassino a ser colocado em prática por Joabe, comandante do exército de Israel. Com Urias covardemente morto, o rei achou que tudo estava resolvido.
3. Flertando com a tentação. Os dias estavam favoráveis, o reino consolidado, tudo estava encaminhado e, diante disso, Davi começava a descuidar de si mesmo e de sua família. Tempos de mar calmo requerem muito cuidado com os perigos mais sutis, notemos que inúmeros naufrágios já aconteceram na calmaria. Infelizmente, o rei não soube manter em tempos de bonança a fidelidade e a integridade que teve nos tempos de perseguição. Com a vida espiritual negligenciada, Davi abriu as portas de sua alma para as tentações.
II. COMO VENCER AS TENTAÇÕES?
1. Um exemplo que não deve ser seguido. Por que devemos estudar essa fase da vida de Davi? Não seria melhor atentarmos aos exemplos positivos que ele nos deixou? A resposta é simples: ao estudarmos acerca do erro, somos alertados e preparados para que não venhamos a cometer tais pecados e assim, diante de uma vida pautada pela Palavra de Deus, possamos prosseguir para o nosso alvo sem perder o foco (Fp 3.13,14).
Por um momento de prazer, Davi permitiu que uma sequência de desastres viesse sobre a sua vida. O custo do pecado é caro e suas consequências são devastadoras.
Bate-Seba viúva e grávida, foi acolhida na corte e feita esposa do rei. Tudo parecia resolvido, mas a sucessão de mentiras continuou. O pecado parecia escondido aos olhos do povo, mas jamais aos olhos de Deus (2Sm 11.27).
2. Buscando socorro.Muitas foram as oportunidades para que Davi buscasse o arrependimento e encerrasse a sucessão de tragédias. Diante da “cegueira” espiritual do rei, foi preciso que o Senhor enviasse um profeta para alertar acerca do quão inaceitável era aquela situação: falamos de Natã (II Sm 12). O profeta sabiamente confrontou o rei, que prontamente se arrependeu.
A resposta à tentação não é ignorá-la ou buscar a indiferença, se fizermos isso provavelmente cairemos em pecado.
3. As fontes das tentações. Existem três fontes básicas de onde procedem as tentações: o Diabo, o mundo e a carne. Porém, independentemente de onde elas venham, o Senhor nos ensina, nos fortalece e nos encoraja para que possamos ter a vitória (II Ts 2.16,17; Hb 12.10,12).
III. ARREPENDIMENTO, PERDÃO E RECOMEÇO
1. O verdadeiro arrependimento. O caminho da restauração passa pelo arrependimento e pela confissão do erro cometido. E assim Davi fez: confessou o seu pecado e arrependeu-se de forma profunda. Diante de tal postura, o Senhor o perdoou e o processo de restauração teve início. A intensidade do arrependimento, a busca pelo perdão e o desejo de restauração de Davi pode ser percebido no Salmo 51, escrito logo após a conversa com Natã, revelando a agonia e a intensidade de seu sentimento.
2. A busca pelo perdão. O arrependimento e o perdão não significam a ausência das sequelas dos pecados. O Senhor perdoou Davi, mas não anulou as suas consequências. O que o homem semear, isso também colherá (Gl 6.7). Uma das estratégias do Inimigo é fazer-nos crer que o pecado não é sempre ruim e os prazeres do mundo devem ser usufruídos: um grande engano.
3. A alegria do recomeço. Diante do perdão, Davi começou a experimentar novamente a verdadeira alegria (Sl 32.11).
CONCLUSÃO
O homem segundo o coração de Deus se permitiu ser tragado por uma armadilha perigosa. O adultério e a sequência dos fatos nos mostram que ninguém está imune às tentações. Davi deixou de ser vigilante e afastou-se de princípios essenciais, caindo em pecado.
No entanto, podemos vencer as tentações mediante vigilância, oração e a maravilhosa dependência divina. Jovens, celebremos essa verdade e nos alegremos no Senhor.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD