E.B.D
Uma promessa de restauração
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 254 – 4º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 07 – 16 de novembro de 2025
TEXTO PRINCIPAL
“Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o SENHOR, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe […].” (Jr 30.10).
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Gn 12.1-9
Deus faz uma aliança com Abrão
Terça-feira – Sl 85.1-13
Os livramentos Deus em favor do seu povo
Quarta-feira – Lm 3.32,33
Deus não tem prazer no sofrimento
Quinta-feira – Hb 12.5-11
Não despreze a correção divina
Sexta-feira – Jr 33.11
Deus promete restaurar o seu povo
Sábado – Ap 2.4,5
O caminho do arrependimento
TEXTO BÍBLICO
Jeremias 30
8 — Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei as tuas ataduras; e nunca mais se servirão dele os estranhos,
9 — mas servirão ao SENHOR, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei.
10 — Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro: e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize.
11 — Porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te salvar, porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida e, de todo, não te terei por inocente.
Jeremias 31
7 — Porque assim diz o SENHOR: Cantai sobre Jacó, com alegria; exultai por causa do Chefe das nações; proclamai, cantai louvores e dizei: Salva, Senhor, o teu povo, o resto de Israel.
8 — Eis que os trarei da terra do Norte e os congregarei das extremidades da terra; e, com eles, os cegos, os aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação, voltarão para aqui.
9 — Virão com choro, e com súplicas o levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, em que não tropeçarão; porque eu sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito.
10 — Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anuncia-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho.
11 — Porque o SENHOR resgatou a Jacó e o livrou das mãos do que era mais forte do que ele.
12 — Hão de vir, e exultarão na altura de Sião, e correrão aos bens do SENHOR: o trigo, e o mosto, e o azeite, e os cordeiros, e os bezerros; e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais andarão tristes.
13 — Então, a virgem se alegrara na dança, e também os jovens e os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e transformarei em regozijo a sua tristeza.
14 — E saciarei a alma dos sacerdotes de gordura, e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o SENHOR.
15 — Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem.
16 — Assim diz o SENHOR: Reprime a voz de choro, e as lágrimas de teus olhos, porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor; pois eles voltarão da terra do inimigo.
17 — E há esperanças, no derradeiro fim, para os teus descendentes, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão para o teu país.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o arrependimento como um dos meios pelos quais Deus viria restaurar Judá, completa e perfeitamente.
I. A ALIANÇA DE DEUS COM O SEU POVO
- O Deus de aliança. De acordo com o Dicionário Bíblico Wyclitfe, aliança “é um acordo entre duas ou mais pessoas em que quatro elementos estão presentes: partes, condições, resultados e garantias”. Em Êxodo 19.3-6 estes quatro elementos estão presentes, observe: Deus fala ao seu povo (v.3); a condição para a manutenção da aliança seria a obediência (v.5); como resultados e garantias, Deus afirma que Israel pertenceria somente a Ele e lhe serviria como uma nação sacerdotal (vv.5,6).
À semelhança do caráter de Deus, a sua aliança é eterna, perfeita e imutável (Is 54.10), assim também é a sua aliança. A aliança de Deus com o seu povo é sustentada pela sua fidelidade (Dt 7.9) e a sua misericórdia e prometida aos que guardarem esta aliança (Sl 103.17,18). - A aliança de Deus no Antigo Testamento. De acordo com as Escrituras, a aliança de Deus com a humanidade ocorre tanto de forma condicional quanto incondicional. Na aliança condicional, como o próprio termo designa, as promessas divinas estão condicionadas à obediência humana aos seus preceitos, afinal, elas são acompanhadas da conjunção “se”, reafirmando o seu caráter condicional. A relação com Israel é um exemplo dessa natureza condicional da aliança de Deus (Êx 15.26; Dt 28.1,2). Esta aliança está firmada, única e exclusivamente, no caráter perfeito e eterno de Deus, por isso, ela é inviolável. Além de apresentar o desenvolvimento das alianças de Deus com a humanidade, o Antigo Testamento antevê e anuncia a Nova Aliança (Is 61.8,9; Ez 37.21-28), cumprida cabalmente em Cristo (Mt 26.28,29). Conclui-se, portanto, que os profetas tiveram participação na comunicação da aliança eterna de Deus com a humanidade.
- A nova aliança e o profeta Jeremias.Os capítulos 30 a 33 do livro de Jeremias compõem uma seção na qual Deus reforça o seu cuidado para com o seu povo, prometendo-lhe restauração e reafirmando a sua fidelidade com a sua palavra em relação à sua aliança com o seu povo.
As palavras de Deus por meio de Jeremias nesta seção levaram o povo a — no mínimo, pensar — em um tempo para além de seus dias, pois o profeta falou a respeito de um tempo novo, de uma nova aliança (Jr 31.31-34), apontando a respeito de Jesus Cristo, a quem ele chama de “renovo de justiça” (33.15).
A restauração do povo nos dias de Jeremias representava, naquele momento, a libertação do cativeiro, mas para isso, eles deveriam compreender o pacto eterno de Deus com a humanidade.
I. O CARÁTER DE DEUS E A RESTAURAÇÃO DE SEU POVO
- Justiça divina. Os atributos de Deus, isto é, as suas qualidades, dizem respeito ao seu caráter que, de acordo com as Escrituras, são conhecidos através de suas obras (Sl 19.1,2). A relação do cuidado de Deus com o seu povo permite conhecer parte de seu caráter, como se vê a sua justiça, a sua fidelidade e o seu amor na promessa que fez de restaurar seu povo que estava no cativeiro Babilônico.
A Bíblia apresenta Deus e a sua justiça, como eternos (Sl 119.142; Is 40.28). A justiça do Senhor não anula outros atributos como, por exemplo, o seu amor, a sua bondade e misericórdia, antes, os acentuam. A justiça divina foi uma das bases sobre as quais Deus garantiu que restauraria o seu povo que estava cativo na Babilônia, pois, se por um lado a esperança e a alegria despontaram no horizonte de Judá (Jr 31.7-14), por outro, os seus erros não deixariam de ser corrigidos (Jr 30.11). - Fidelidade divina. Diante da destruição de Jerusalém e da condição de Judá como cativo em Babilônia, Jeremias testemunhou e definiu as misericórdias do Senhor, reconhecendo o seu caráter protetor, a sua natureza eterna e a sua capacidade renovadora (Lm 3.21,22). As misericórdias do Senhor florescem em ambientes de destruição e de perdas, pois elas se fundamentam em sua fidelidade.
A fidelidade de Deus se sustenta no fato de que Ele não pode negar-se a si mesmo. Ao falar por intermédio de Jeremias a respeito da restauração de Judá, podemos ver o seu caráter e, consequentemente, sua fidelidade. Ele se apresenta como Pai (Jr 31.9), como o Pastor que conduz o seu povo (Jr 31.10); Ele é também o Resgatador (Jr 31.11), o Consolador (Jr 31.13) e a fonte que sacia o seu povo (Jr 31.14). - Amor divino. Todas as obras de Deus, inclusive a disciplina aplicada, partem e fundamentam-se em seu amor que, em hipótese alguma, anula a sua justiça (Hb 12.6). Deus demonstrou o seu eterno e perfeito amor por Judá, mesmo enquanto estava os disciplinando, primeiro porque o seu propósito era o de corrigi-los, depois porque não deixou de renovar a certeza de sua presença, do seu cuidado e de que, no tempo previsto seriam restaurados (Jr 30.10,11). Deus demonstrou cuidado especial com os mais fragilizados e necessitados (Jr 31.8), além de ter se colocado como Pai de seu povo (Jr 31.9). A restauração de Judá, portanto, foi fundamentada no amor de Deus, à semelhança de sua justiça e de sua fidelidade.
III. O CAMINHO E OS RESULTADOS DA RESTAURAÇÃO DIVINA
- Oração como um recurso de restauração. Deus já havia garantido que Babilônia não seria habitação permanente de seu povo, pelo contrário, havia um tempo estabelecido por Ele mesmo e que, cumprindo este tempo, restauraria o seu povo (Jr 29.10). Ao renovar as promessas de restauração do seu povo, o Senhor apresentou a oração como um dos principais recursos de restauração, ou ainda, como o meio pelo qual a vontade de Deus é cumprida (Jr 31.7). Tanto a sequência do texto, quanto Jeremias 30.8-11 mostram que Deus havia anunciado que salvaria o seu povo.
- Gratidão e arrependimento. A gratidão e o arrependimento são virtudes valiosíssimas do ponto de vista bíblico e doutrinário. De um lado, João Batista advertiu os ouvintes de seus dias a produzirem “frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8); por outro lado, o apóstolo Paulo ensinou que as “petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.6). Ser grato é reconhecer a própria limitação e acentuar o valor do outro. A gratidão é a atitude de uma pessoa que reconhece que não chegaria aonde chegou se não fosse auxiliado por alguém. A ingratidão foi um dos motivos pelos quais Judá foi levado cativo, por isso, a sua restauração visava levar este povo a reconhecer ao Senhor, servindo-o com inteireza de coração (Jr 30.8,9).
- Os frutos da restauração. O sofrimento de Judá no cativeiro babilônico foi tão elevado que o texto fala de choro, lamento e tristeza (Jr 30.9). Além disso, este sofrimento é representado poeticamente pelo choro de Raquel pelos seus filhos que são levados à Babilônia (Jr 31.15).
Os futuros gritos de alegria (Jr 31.7) seriam fruto da promessa de que o povo seria liberto do cativeiro. Além da alegria exuberante, o povo seria beneficiado com: a salvação (Jr 30.11), a liberdade (Jr 30.8,10; 31.16,17), com o descanso e o refrigério, representados na expressão “águas tranquilas e o caminho direito” (Jr 30.10; 31.9). Deus prometeu fartura de alimento e restauração de seu povo a partir daqueles poucos que ainda estavam na Babilônia (Jr 30.8; 31.12), incluindo os “cegos, os aleijados, as mulheres grávidas e as de parto”, sem deixar de se dirigir aos sacerdotes.
CONCLUSÃO
Esta lição é um convite a continuarmos reconhecendo a importância da oração, seguida de gratidão e arrependimento, como meio de alcançar a renovação espiritual.
À semelhança do compromisso de Deus com Judá que, fundamentado em seu compromisso com a sua aliança com seu povo e em seu caráter, o Senhor permanece o mesmo e pode restaurar o que se quebrou e promover renovação espiritual, ainda hoje.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD
