Adultos - CPAD
Uma Igreja não conivente com a mentira

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 694 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 06 – 10 de agosto de 2025
TEXTO ÁUREO
“Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5.3).
VERDADE PRÁTICA
Como toda forma de engano, a mentira é pecado. Devemos, pois, andar sempre na luz da verdade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Tt 1.2
A mentira não faz parte da natureza divina
Terça-feira – Pv 12.22
Deus abomina a mentira
Quarta-feira – Jo 8.44
O Diabo é o pai da mentira
Quinta-feira – Ef 4.25
O cristão deve abandonar a mentira
Sexta-feira – Ap 22.15
Os mentirosos ficarão de fora do Céu
Sábado – Pv 23.23
Devemos valorizar a verdade e não praticar a mentira
LEITURA BÍBLICA
Atos 5.1-11.
1 — Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade
2 — e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
3 — Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?
4 — Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 — E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.
6 — E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.
7 — E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.
8 — E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.
9 — Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
10 — E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.
11 — E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas.
INTRODUÇÃO
Um casal, aparentemente despretensioso, achou que podia lucrar às custas da santidade da Igreja. Ao combinarem um ardil para enganar os apóstolos, Ananias e Safira estavam, na verdade, a serviço do Diabo, o pai da mentira. Nesta lição, aprenderemos que é possível um crente não vigilante estar a serviço do Diabo em vez de agir em favor do Reino de Deus. Foi exatamente isso o que aconteceu com Ananias e Safira — tentaram obter lucro negociando valores do Reino. Como crentes, não podemos usar de engano, porque Deus sonda os corações. Cabe, portanto, a nós, nos afastarmos do pecado pelo temor do Senhor.
I – O DIABO, O PAI DA MENTIRA
- É da natureza satânica mentir. A Escritura afirma que Satanás induziu Ananias a mentir: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração…?” (At 5.3). Motivado pela cobiça, pelo desejo de obter lucro fácil, Ananias deu lugar ao Diabo, que o levou a mentir. Jesus já havia afirmado que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Satanás está por trás de toda mentira e engano (II Ts 2.9,10). O apóstolo Paulo viu esse espírito de engano quando enfrentou Elimas, o mágico (At 13.10). O Diabo será sempre mentiroso, nunca mudará.
- A mentira como um ardil maligno. Satanás não obrigou nem forçou Ananias a mentir, mas, evidentemente plantou a semente do engano e da mentira em seu coração. A mentira é um dos seus ardis. A Escritura é bem clara: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Por certo, Ananias sabia disso, pois estava numa igreja doutrinada pelos apóstolos (At 2.42). A questão, portanto, não estava em não saber fazer a coisa certa, mas em subestimar o ardil do Inimigo que possui a capacidade de induzir a fazer a coisa errada. É possível que o casal tenha flertado com a possibilidade de ganhar lucro e fama fingindo estar fazendo a coisa certa. Duas coisas que não são em si mesmas pecaminosas, mas quando buscadas com a intenção errada, se tornam pecado.
- Não superestime o inimigo! O apóstolo Paulo orienta os crentes a perdoarem e a não guardarem nenhuma raiz de amargura (II Co 2.10,11). Se por um lado não podemos superestimar o inimigo, visto ele ter sido derrotado na cruz (Cl 2.15); por outro lado, não podemos subestimá-lo. Paulo orienta os crentes a se revestirem de toda armadura de Deus para que possam ficar firmes contra as “astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A expressão grega “astutas ciladas” traduz o termo grego methodeias, de onde procede nosso termo português “método”. O Diabo é meticuloso e trabalha metodicamente para enganar os cristãos. Vigiemos!
II – O CRISTÃO E A MENTIRA
- Mentir é uma escolha. Um fato fica evidente em Atos 5.1-11: tanto Ananias quanto sua mulher, Safira, agiram livremente na questão envolvendo a venda de uma propriedade (At 5.1,2). Isso fica ainda mais claro quando Pedro, sob o discernimento do Espírito Santo, reprova Ananias por ter tentado enganar a igreja acerca do real valor da propriedade (v.3). Ananias não foi obrigado, nem tampouco constrangido, a agir da forma como agiu. Tanto ele como sua esposa, que foi conivente com a ação dele, tomaram uma decisão livre. Mentir é uma escolha que envolve a natureza moral. Ora, para haver responsabilidade moral é necessário que os nossos atos sejam feitos livremente, isto é, não estejam sob nenhuma força externa que nos obrigue a praticá-los. Nesse aspecto, como veremos mais a frente, eles não poderiam culpar a ninguém, nem mesmo o Diabo, pelo que fizeram.
- Atraídos pela mentira. Se por um lado Ananias e Safira tomaram decisões livres, por outro lado, sofreram implicações de suas decisões: “E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou” (At 5.5). Não podemos saber o que se passou pela cabeça de Ananias e Safira para agirem como agiram. O certo é que quiseram obter vantagem com a negociação feita. É possível que, ao verem os demais crentes fazendo ações louváveis, quando doavam seus bens, tivessem visto nesse gesto uma oportunidade de obterem, além do reconhecimento, o lucro pelo patrimônio que fora vendido e, supostamente, doado.
- Mentir tem consequências. Ao agirem assim, Ananias e Safira não pensaram nas consequências de suas ações. Mesmo fazendo parte de uma igreja pentecostal, onde os dons do Espírito Santo estavam em evidência, se expuseram a uma ação mesquinha quando resolveram mentir, não somente aos apóstolos, mas ao próprio Deus. Contudo, o preço pago por essas ações foi muito caro — custou-lhes suas próprias vidas. Antes de se praticar qualquer ação de natureza pecaminosa, é necessário pensar nas consequências que isso produzirá. Quantos crentes, muitos deles experientes, hoje lamentam por não terem levado em conta as consequências de suas ações? Vigiemos!
III – A IGREJA QUE REPELE A MENTIRA
- Uma igreja temente.Lucas destaca que os fatos ocorridos com Ananias e Safira trouxeram um grande temor dentro e fora da Igreja (At 5.11). A palavra “temor” traduz o termo grego phobos, que também aparece no versículo 5 deste mesmo capítulo. Muitas vezes essa palavra é traduzida com o sentido de “medo” (Mt 28.4; Lc 21.26; Jo 7.13). Contudo, aqui nesse contexto o sentido é de “reverência” e “respeito” como em Atos 2.43 e outras passagens neotestamentárias (cf. At 9.31; 19.17; I Co 2.3; 2Co 7.1; II Co 7.15). Se Deus não tivesse usado Pedro para parar o intento daquele casal, o pecado teria entrado na Primeira Igreja e, sem dúvidas, causado danos irreparáveis. Esse julgamento de Deus, além do fato de punir o pecado do casal, serviu para mostrar quão séria é a Igreja de Deus. Ninguém pode agir na Igreja de Deus da forma que achar mais conveniente, pensando que não estará sujeito ao julgamento divino.
- Uma igreja forte. Mais uma vez, Lucas destaca que “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos” (At 5.12). Isso mostra que uma igreja santa, que trata o pecado como pecado e não arranja desculpas para justificá-lo, é uma igreja forte. A prova disso é a manifestação dos dons espirituais que levou os apóstolos a fazerem milagres extraordinários. Uma igreja fraca, anêmica por falta de disciplina espiritual e que aprendeu a tolerar o pecado em seu meio, torna-se inoperante.
CONCLUSÃO
É possível um crente pecar e se acostumar com o pecado sem se arrepender. É possível que ele encontre até mesmo justificativas plausíveis para comportamentos notadamente pecaminosos. Contudo, uma coisa é certa: não é possível escapar do juízo divino. No caso da igreja de Jerusalém, o juízo divino veio de forma rápida e precisa. Contudo, em outros, como no caso de Corinto, o apóstolo Paulo cobrou uma ação enérgica por parte da igreja que havia se tornado tolerante em relação ao comportamento pecaminoso de um crente (I Co 5.1-13). Em outra situação, Paulo deixou claro que Deus exerceu seu direito de juiz com aqueles que haviam pecado (I Co 11.30-32). Fica o alerta: ninguém é capaz de enganar a Deus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD