E.B.D
Quem segue a Cristo cultiva a prática da oração e do jejum

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 81 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 04 – 24 de julho de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” (Mt 6.9)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Mt 23.5
A falsidade dos hipócritas
Terça-feira – Ef 6.6
Orando para servir a Deus
Quarta-feira – Sl 27.8
A oração como experiência de fortalecimento
Quinta-feira – Gl 4.6
Orando para falar com o Aba
Sexta-feira – Mt 4.2
Jesus jejuou
Sábado – At 13.2
Os crentes da Igreja Primitiva jejuavam
TEXTO BÍBLICO
Mateus 6.5-8
5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu a teu Pai que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vos Lho pedirdes.
INTRODUÇÃO
O ambiente espiritual deste mundo é terrível. A maioria das pessoas vive refém de um materialismo ceticista que as torna cada vez mais avessas às disciplinas. Infelizmente, muitos crentes também já não querem mais ouvir a respeito das disciplinas espirituais: oração, leitura bíblica, generosidade e jejum. Se nada for feito pelos crentes, testemunharemos o aumento de uma fé vazia de amor e morta de obras. Regressar aos valores milenares do Cristianismo é o único caminho de um real avivamento em nossos dias.
I – A ORAÇÃO COMO TERMÔMETRO DA ESPIRITUALIDADE
1- A oração é uma prática de sinceridade. Afastar a oração de toda prática religiosa vazia é o dever de todo crente. Já no início de seu ministério, Jesus falava a respeito da hipocrisia de muitas pessoas que se dedicavam de modo alongado àquilo que eles chamavam de oração, mas que, na verdade, não passava de rituais repetitivos (Mt 6.5-8). É incrível como esse tipo de indivíduo ainda está no nosso meio, gente que, apesar de não ter uma vida de oração, quer parecer ter. Pessoas que não oram em tempo algum, mas se apresentam nas redes sociais como se fossem os discípulos mais piedosos de Cristo. Eles não seguem o Redentor, são escravos de seus próprios corações imundos. É urgente
É que, como seguidores do Nazareno, rompamos com toda prática teatral, com as ambições pessoais, e nos lancemos aos pés daquEle que pode transformar nossa inquieta alma num mar de bonança e paz. Enquanto alguns, erroneamente, continuarem fazendo das orações um espetáculo, a humanidade continuará distante do Criador. Não se preocupe com o que os outros vão pensar enquanto você ora, e de preferência, que os outros nem vejam ou saibam de sua prática cotidiana de oração (Mt 6.6). Seja verdadeiro e pleno diante daquEle que o conhece sem qualquer máscara, filtro ou disfarce (Ef 6.6). É tempo de proclamarmos e vivermos os verdadeiros valores do Evangelho, mostrar o tamanho do maravilhoso amor do Pai (SL 40.17).
2- A oração é um convite para seguir a Jesus. Testemunhamos um tempo tão difícil que até na prática da oração as pessoas querem estabelecer conflitos. Atitudes cheias de inveja e rancor, as quais, diante de Deus, são abominações terríveis. A oração é sempre sobre o Pai, nunca sobre nós ou os outros. Por isso, quando estivermos em oração, devemos ser inundados pela presença do Pai, e não por mágoas ou lembranças ruins. Orar é seguir a Deus de olhos fechados, sem nunca errar o caminho. Em meio à incredulidade de muitos, quem segue sua jornada de joelhos chega mais rápido no centro da vontade de Deus (SL 28.7).
3- Ore mais, negocie menos. Oração é quebrantamento e não uma “queda-de-braço”, não devemos imaginar que precisamos vencer Deus pelo cansaço, isso é tolo e infantil (Mt 6.7). Não existe pois mérito nosso em qualquer resposta de oração, não são campanhas com datas, vigílias em lugares ermos ou qualquer outro mecanismo que nos concederá as respostas às nossas petições. Tudo é graça, amor e compaixão divina. Orar é retirar todo disfarce diante de Deus e se reconhecer estruturalmente carente do amor que vem dEle (Mt 26.36-46).
II – APRENDENDO A ORAR COM JESUS
1- O que não é o “Pai Nosso”. Como o próprio Cristo ensinou, a oração não deve ser uma prática mecânica ou com expectativas automáticas, como se orar fosse uma receita de bolo cujo resultado final se chegará necessariamente quando todos os passos forem seguidos. Orar é uma atitude espontânea e Livre de um coração que ama a Deus, todavia, não é algo caótico, aleatório. Toda oração deve seguir determinados princípios fundamentais para que seja realizada para a glória de Deus, e é exatamente isso que Jesus faz em Mateus 6.9-13. O Mestre não ensina uma fórmula mágica que deve ser repetida várias vezes e da qual o indivíduo fica dependente. Pelo contrário, o Salvador ensina os discípulos a orar (Lc 11.2) apresentando componentes em sua oração que são indispensáveis para todo e qualquer clamor. Já maneira como se ora, o lugar, a forma, o horário são meros detalhes que podem alterar-se ou até mesmo não constar nas práticas devocionais de algumas pessoas.
2- O “Pai Nosso” como indicativo dos parâmetros para uma vida de oração. Qual o resumo que se pode apresentar da oração modelar de Jesus?
a) Orar em primeiro lugar é sempre reconhecer a grandeza e amabilidade de Deus – somente a partir dos ensinamentos de Jesus se popularizou a liberdade de denominar o Criador de Pai (Mc 14.36; Rm 8.15; Gl 4.6);
b) Quem ora nunca deve confundir a generosidade do Eterno com conivência com o pecado, pois Ele é um todo de santidade (Santo é o nome de Deus!);
c) Toda oração deve apontar para a eternidade, pois uma das desgraças da sociedade contemporânea é seu imediatismo materialista (Is 22.12; I Co 15.32);
d) Deve-se sempre orar, pois diariamente o maná do céu vem ao povo santo (a arrogância e a soberba afastam as pessoas de uma vida de oração dedicada);
e) Somente consegue orar aquele que se permitiu viver uma conversão de valores, práticas e ideais (os rancorosos provam, duplamente por seus atos, que não conhecem Deus);
f) Quem ora deve reconhecer suas limitações e medos (o mal é um fato real de todos nós, com ou sem oração);
g) A culminância de toda oração deve nos conduzir à certeza de que a soberania de Deus é um fato.
3- Não faz nenhum sentido orar sem perdoar. Oração e perdão são intrínsecos e simultâneos (Mt 6.14,15). Só tem paz para orar quem já perdoou e só consegue perdoar quem tem uma sólida vida de oração. Para o Mestre está muito evidente que a escolha de um estilo de vida odioso, onde a mágoa seja o centro das decisões, terá como consequência inevitável a falência espiritual dessa pessoa. Deus nos convida para uma experiência cristã na qual sejamos muito mais que fariseus repetidores de orações vazias ou libertinos irresponsáveis que procuram esconder seus desatinos atrás de uma capa. Ore, e conheça o verdadeiro “rosto de Deus”.
III – A IMPORTÂNCIA DO JEJUM
1- A naturalidade da adoração: o jejum. Servir a Deus deve ser uma prática simples e natural para todos nós. Adorá-Lo é mais que um mero ato corporal, é um estilo de vida que expressa a soberania de Deus em nossos corações, pois o desejo do Altíssimo é que nossa vida seja uma constante de louvor, assim ir ao culto deve ser uma das infinitas formas de bendizer ao Criador. Vamos ao templo para continuar adorando a Deus, mas o Eterno não está confinado lá. É pensando sob esta perspectiva que Jesus traz à discussão as práticas de jejum, tão comuns no mundo antigo (Mt 6.16-18).
A exortação do Mestre é que seus discípulos sejam diferentes dos religiosos do seu tempo, pois estes faziam de seus atos devocionais um meio de autopromoção, desejosos de ludibriar pessoas incautas. Nossa fé em Jesus Cristo precisa ser encarnada, real, natural, as imagens de Jesus falam sobre lavar o rosto, se perfumar e sair para cumprir seus deveres no cotidiano. Para algumas pessoas, jejuar é algo tão raro, tão anormal, tão difícil que, quando elas o praticam, fazem disso uma pompa, perdendo assim a bênção de Deus.
2- O jejum como prática libertadora. Jejuar não é símbolo de opressão ou sofrimento, mas anúncio de gratidão e adoração. Quem Jejua não quer se martirizar, infligindo sofrimento a si mesmo em meio a muitas tristezas, antes, o praticante do jejum é alguém alegre, jubiloso pelas bênçãos já recebidas, oferecendo assim não apenas ofertas externas a si mesmos, mas a própria vida, o seu ser, como sacrifício ao Deus vivo. Assim como o Salvador Jejuou, e o fez com uma atitude de confiança e adoração a Deus, também somos chamados para vencer as tentações do Inferno através de uma vida de contínua comunhão com o Senhor. No deserto da vida, o jejum é uma prática indispensável. Se Israel estivesse adorando durante sua peregrinação à Canaã não teria demorado tanto a chegar no centro da vontade de Deus.
3- As consequências abençoadoras do jejum. As recompensas públicas do jejum secreto são evidentes já que o coração transbordante da presença do Senhor se torna algo evidente diante dos olhos de todos (Pv 15.13). Nunca é demais repetir: jejum não é moeda de negociação espiritual, se seremos abençoados depois de momentos de dedicação ao Altíssimo, isso acontecerá porque estaremos mais sensíveis às orientações divinas, e, seguindo-as, certamente vamos experimentar o bem do Senhor. Quem oferece ao Redentor o verdadeiro jejum, não se preocupa com o que vai receber, pois já está feliz pelo que tem.
CONCLUSÃO
Quanto mais se aproxima o fim de todas as coisas, menos as pessoas oram ou jejuam Na verdade, o que testemunhamos hoje é uma terceirização da adoração e do quebrantamento, infelizmente a grande parte das pessoas só desejam as bênçãos e não o abençoador. Todavia, o nosso Redentor merece a verdadeira oração e o verdadeiro jejum. Não se preocupe com o que vai receber. Seja grato pelo que já tem.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD