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E.B.D

Parábolas e pronunciamentos

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 253 – 4º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 06 – 09 de novembro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá […].” (Jr 13.11).

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Jr 13.1,2
Deus fala e o profeta obedece
Terça-feiraJr 13.10
A podridão da soberba de Judá e Jerusalém
Quarta-feiraJr 13.10
Um povo obstinado, rebelde
Quinta-feiraJr 13.14
O julgamento divino
Sexta-feiraJr 13.15
Escutai ao Senhor
Sábado – Jr 13.25
Se esqueceram de Deus e confiaram em mentiras

TEXTO BÍBLICO

Jeremias 13

1 — Assim me disse o Senhor: Vai, e compra um cinto de linho, e põe-no sobre os teus lombos, mas não o metas na água.
2 — E comprei o cinto, conforme a palavra do SENHOR, e o pus sobre os meus lombos.
3 — Então, veio a palavra do SENHOR a mim, segunda vez, dizendo:
4 — Toma o cinto que compraste, e trazes sobre os teus lombos, e levanta-te; vai ao Eufrates e esconde-o ali na fenda de uma rocha.
5 — E fui e escondi-o junto ao Eufrates, como o SENHOR me havia ordenado.
6 — Sucedeu, pois, ao cabo de muitos dias, que me disse o SENHOR: Levanta-te, vai ao Eufrates e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses ali.
7 — E fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar onde o havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido e para nada mais prestava.
8 — Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
9 — Assim diz o SENHOR: Do mesmo modo farei apodrecer a soberba de Judá e a muita soberba de Jerusalém.
10 — Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo o propósito do seu coração e anda após deuses alheios, para servi-los e inclinar-se diante deles, será tal como este cinto, que para nada presta.
11 — Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o SENHOR, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória; mas não deram ouvidos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos o cativeiro sendo representado por um cinto de linho. Veremos também a respeito da parábola dos dois cestos de figos narrada no capítulo 24 de Jeremias.

I. A PARÁBOLA COMO RECURSO LITERÁRIO

  1. Uma definição. O termo “parábola” vem do grego parabole, composto de uma preposição: para, “ao lado de” e “próximo de”; ballo, “colocar”, “lançar” e “pôr”. Portanto, parábola dá a ideia de colocar uma coisa ao lado de outra para transmitir, vívida e claramente, uma verdade.
    A parábola permite que uma mensagem espiritual e teológica seja transmitida de forma concreta e dramática. No Novo Testamento, as parábolas mostram a natureza, os princípios e os valores do Reino de Deus, além de ensinar o modo pelo qual o crente deve agir e reagir no mundo.
  2. A interpretação de uma parábola. As parábolas bíblicas foram contadas há muito tempo e em um contexto cultural bem diferente do que nós vivemos, e isso aumenta as dificuldades de interpretação. Mas existem caminhos para a compreensão de sua mensagem, tornando-a possível e segura. O primeiro passo é identificar se a parábola tem ou não pessoas envolvidas, qual seria este contexto, e quais as circunstâncias em que estavam para que ela fosse usada. Em segundo lugar, é preciso conhecer, minimamente, a cultura dos personagens e os elementos inseridos, identificando assim a representatividade de cada um deles.
  3. Jesus e as parábolas. Em seu ministério terreno, principalmente na comunicação do Evangelho do Reino, Jesus utilizou-se das parábolas (Mc 4.2). Contar parábolas foi o método mais usado pelo Mestre, reafirmando, com simplicidade e profundidade, os princípios de seu Reino: o amor, a forma de viver de seus discípulos e o alerta sobre a Sua segunda vinda e a eternidade.
    Jesus contava as suas parábolas aos que se interessavam, mas aos que endureciam o coração e não buscavam compreender os seus ensinamentos, as mesmas parábolas serviam de julgamento divino. O uso das parábolas por Jesus foi algo previsto, e com o propósito de tornar claras as verdades antes ocultas.

I. O ANTIGO TESTAMENTO E AS PARÁBOLAS

  1. Parábolas no Antigo Testamento. O uso de parábolas não é exclusivo do Novo Testamento, é encontrado também no Antigo. Masalé o termo hebraico no Antigo Testamento, enquanto parabole é do Novo Testamento. Estes dois termos falam do ato de comparar, ou de corresponder com o ensino de algum valor espiritual. Há diferenças, inclusive estruturais, entre as parábolas do Antigo e as do Novo Testamento (I Sm 24.13; Ez 17.2; 18.2). Contudo, elas se assemelham no objetivo que é transmitir de forma clara e acessível, ensinamentos que de outra forma não seriam facilmente assimilados. Sendo assim, a parábola é um recurso literário bem presente nos escritos bíblicos, daí porque precisam ser bem compreendidas.
  2. As parábolas do Antigo Testamento. Os hebreus sempre usaram histórias para transmitir valores e princípios, conforme se vê no contexto do Antigo Testamento. Estas parábolas são representações curtas e que, à semelhança de histórias longas, transmitem verdades eternas e espirituais dentro do contexto e da realidade dos ouvintes. Observe algumas parábolas no Antigo Testamento: a de Jotão, sobre as árvores que escolheram um rei (Jz 9.7-15); a de Natã ao tratar sobre o pecado de Davi (II Sm 12.1-5); a da mulher de Tecoa (II Sm 14.4-17) e a de Jeoás, rei de Israel, sobre o cedro e o espinheiro (II Rs 14.9). Além destas, há parábolas contadas por profetas, com o mesmo objetivo das demais.
  3. Os profetas e as parábolas. Os profetas foram responsáveis pela exposição dos ensinamentos de Deus ao seu povo. Certamente, esta não foi uma tarefa simples e nem fácil, por isso eles eram separados, consagrados e dedicados a uma vida de comunhão com Deus. Além da relação do profeta com Deus, há também sua relação com o povo, na entrega da mensagem que deveria ser inteligível e acessível. Diante disso, estes homens escolhidos por Deus, em algum momento, usaram as parábolas para transmitir a mensagem divina.
    Além de Balaão e Natã, a Bíblia registra outros profetas que falaram dos oráculos divinos por meio de parábolas, como Isaías que falou da “Parábola da Vinha Má” (Is 5.1-7) e Ezequiel, contemporâneo de Jeremias, que apresentou as seguintes parábolas: a das duas águias e da videira (Ez 17.3-10); a do leão enjaulado (19.2-9) e a da panela (24.3-5). Os profetas também falaram por parábolas ao povo.

III. PARÁBOLAS DE JEREMIAS

  1. A parábola do cinto de linho. O capítulo 13 de Jeremias têm duas parábolas: a do cinto de linho (vv.1-11) e a do odre de vinho (vv.12-14). A semelhança entre elas é que, tanto o cinto de linho quanto os odres de vinho deveriam ser destruídos e ambas alertavam a respeito do juízo de Deus sobre Judá e Jerusalém. Seguindo a ordem divina, Jeremias comprou um cinto de linho, usando-o em sua cintura e depois o enterrou junto ao rio Eufrates (Jr 13.1-5). Depois de “muitos dias”, o profeta desenterrou o cinto que já se encontrava “apodrecido” e sem nenhuma utilidade (Jr 13.6,7). O linho era o tecido usado pelos sacerdotes, e este cinto, certamente, foi uma referência à missão de Judá em ser uma nação sacerdotal (Lv 16.4). À semelhança do cinto que perdeu o seu valor, Judá perderia o sentido de ser, caso deixasse de cumprir o seu propósito (Jr 13.7).
    Assim como um cinto abraça o corpo do seu usuário, assim também Deus desejou abraçar Judá. Entretanto, Judá não permitiu e negligenciou a sua missão. O povo não se arrependeu de seus pecados e por isso teve o seu orgulho ferido pelo Senhor (Jr 13.9).
  2. Os dois cestos de figos (Jr 24.1-10). Por meio de uma visão, Jeremias recebeu a parábola de dois cestos de figos e isso se deu no período da primeira deportação, no reinado de Jeoaquim, por volta de 597 a.C. Nos dois cestos havia o mesmo tipo de fruto, sendo que em um deles havia figos bons para serem consumidos e, no outro, estavam os figos ruins, e que não serviam de alimento. Qual o valor de um figo se não serve como alimento? Conforme visto, Judá deveria servir como um sacerdote, refletindo a santidade divina e abençoando os povos (Êx 19.6; Is 27.6).
    Nesta parábola fica claro que, mesmo tendo sido levado à Babilônia, os judeus da primeira deportação tinham alcançado o favor divino, provavelmente porque foram generosos com Jeremias (Jr 26; 36); já os que ficaram em Jerusalém — que foram hostis a Jeremias — seriam punidos mais tarde (Jr 24.8-10). A disciplina serve de aperfeiçoamento para alguns e de punição para outros.
    O povo não aprendeu a lição e pôs a confiança em Zedequias, que por sua vez, firmou-se em seu próprio caminho e desprezou a Palavra de Deus (Jr 27).
  3. Uma aplicação necessária. Estas duas parábolas alertaram o povo dos dias de Jeremias e continua servindo de lição à Igreja da atualidade. Na igreja há os que cumprem a sua missão — e agradam a Deus —, mas há também aqueles que, ao contrário, desagradam ao Senhor. A Igreja deve ser o que foi chamada para ser, e fazer o que efetivamente o Senhor a mandou fazer (Mt 28.18-20).
    A motivação para que a igreja cumpra o seu papel é a consciência de que ela depende de Deus em tudo, por isso deve confiar inteiramente no Senhor, afinal de contas, é Ele quem dá crescimento à sua igreja (1Co 3.6). A igreja é chamada a agradar a Deus (At 5.29), mas para isso ela deve cumprir — com fidelidade — o seu papel, ou à semelhança do cinto de linho e dos figos ruins, ela perderá a razão de ser.

CONCLUSÃO

As parábolas são importantes em todo o contexto bíblico, inclusive os profetas usaram deste recurso.  Nesta lição, aprendemos a respeito de duas parábolas de Jeremias: a do “cinto de linho” e a dos “dois cestos com figos”. Estas parábolas servem como um alerta para a Igreja. Recebemos do Senhor a missão de agradá-lo, confiar nEle e representá-lo entre os povos.

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

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