Connect with us

E.B.D

Autenticidade e julgamento alheio

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 217 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 09 – 02 de março de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.” (Rm 14.10)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Jo 8.7
Quem pode atirar a primeira pedra?
Terça-feira – Rm 2.1
Você é indesculpável quando julga
Quarta-feira – I Co 4.5
Nada julgueis antes do tempo
Quinta-feira – Gl 6.1
Trate os que erram com mansidão
Sexta-feira – Ef 4.32
Aja com benignidade
Sábado – I Pe 4.8
O amor cobrirá uma multidão de pecados

TEXTO BÍBLICO

Mateus 7

1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3 Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu próprio olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o ar- gueiro do olho do teu irmão.

Tiago 4

11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem que fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.
12 Um só é Legislador e Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem

INTRODUÇÃO

Já sabemos que a Carta de Tiago é rica em conselhos práticos para uma vida cristã próspera. Na lição deste domingo veremos os conselhos e advertências a respeito do julgamento alheio. Tiago nos exorta que todo e qualquer julgamento pertence exclusivamente a Deus. Então, vamos refletir a respeito da natureza do julgamento dos homens, a soberania de Deus como único juiz e a necessidade de praticar a humildade e a compreensão nas relações interpessoais.

I. A NATUREZA DO JULGAMENTO HUMANO

1- Cuidado com a precipitação. Muitas vezes, julgamos precipitadamente uma pessoa, sem conhecer todos os fatos. Esse julgamento pode nos levar a cometer injustiças. Por isso Tiago aborda os efeitos maléficos dos conflitos, disputas e o julgamento entre os irmãos. Ele identifica o orgulho e a cobiça como as raízes desses conflitos e chama os crentes à humildade e à submissão a Deus. A exortação “não faleis mal uns dos outros” é uma advertência divina para evitar qualquer forma de calúnia, difamação ou critica. No grego, a expressão utilizada é katalaleite, que pode ser traduzida como “caluniar” ou “difamar” pessoas ausentes, que não podem se defender das injúrias. Falar mal dos outros prejudica a reputação alheia, mas também mina a unidade e o amor dentro da igreja levando à mornidão espiritual.
2- Falta de conhecimento. Somos limitados em nosso conhecimento. Por isso, quando julgamos os outros, baseamo-nos geralmente em informações que muitas vezes podem estar incompletas ou erradas. Tiago prossegue dizendo que quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, na verdade, fala mal da Lei e julga a Lei. Aqui, “lei” provavelmente se refere à “Lei Régia” mencionada em Tiago 2.8: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” Criticar e julgar os outros é, portanto, uma violação direta desse mandamento.
3- Julgamento e orgulho. O julgamento humano é frequentemente influenciado pelo orgulho. Ao julgar os outros, muitas vezes, nos consideramos melhores ou mais justos, ignorando nossos próprios defeitos e falhas. O julgamento, como resultado do orgulho, não só nos prejudica espiritualmente, mas também prejudica nossos relacionamentos. Ele cria divisões, ressentimentos e impede a verdadeira comunhão. O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir superiores aos outros. Ele nos impede de enxergar as nossas próprias falhas e nos leva a focar nos erros dos outros. Nas Escrituras Sagradas, este sentimento é repetidamente condenado como um pecado que nos afasta de Deus. Quando julgamos os outros com base em nossas percepções e sentimentos, estamos essencialmente dizendo que somos melhores ou mais justos do que eles. Esse é um ato de presunção que contraria a humildade, a santidade e a justiça de Deus.

II. A SOBERANIA DE DEUS COMO ÚNICO JUIZ

1- Deus conhece tudo. Tiago 4.12 afirma: “Há um só Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” Deus é o único que possui conhecimento perfeito (onisciência) de todas as situações e das intenções dos corações humanos. Por essa razão somente Ele tem autoridade para julgar, salvar e destruir. Ao tomar para nós o papel de juiz, estamos usurpando a autoridade do Senhor. Esse conhecimento absoluto garante que seus julgamentos sejam sempre perfeitos e equitativos, pois Ele vê além das aparências e entende a totalidade da situação.
2- Justiça perfeita. Somente Deus é justo. Sua justiça é parte da sua natureza santa, ao contrário do ser humano que é imperfeito e injusto. Em Deuteronômio 32.4. Moisés nos diz que “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deus julga com equidade, assegurando que cada pessoa receba exatamente o que merece, de acordo com sua perfeita justiça.
3- Autoridade exclusiva. Deus possui autoridade exclusiva para julgar porque Ele é o Criador de todas as coisas. Sua soberania abrange todo o universo e, por ser o Criador, tem direitos sobre as criaturas. Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. A usurpação dessa autoridade é uma afronta à soberania divina, e um sinal de falta de humildade e submissão da nossa parte. A Bíblia ensina que haverá um julgamento final, onde o Senhor julgará todos os seres humanos com base em suas obras e em sua fé em Cristo (Ap 20.12).

III. A HUMILDADE E A COMPREENSÃO ENTRE IRMÃOS

1- Evite criticar. Tiago nos aconselha a não falar mal uns dos outros (v.11) e para que isso aconteça, precisamos ter uma atitude de humildade com os nossos irmãos, reconhecendo nossas próprias falibilidades. Ao nos lembrar de que somos pecadores e que necessitamos da graça de Deus, nos tornamos mais humildes e menos propensos a criticar e falar mal dos outros. A humildade nos leva a agir com compaixão e misericórdia, em vez de críticas. Não podemos jamais compactuar com os erros dos irmãos, mas precisamos orar para que haja arrependimento e crer no perdão e na misericórdia divina.
2- Ame. Quando você for criticar alguém lembre-se da lei do amor de Deus (Mt 22.37-40) e diga algo bom. Jesus ensina em Mateus 7.3-5 que devemos primeiro remover a trave do nosso próprio olho antes de tentar remover o cisco do olho do nosso irmão. Obedecer ao mandamento de amar ao próximo implica falar e agir de maneira a edificar, e não a destruir. O amor ao próximo é um dos pilares do ensinamento cristão e o verdadeiro amor se manifesta em palavras e ações que promovem o bem-estar e o crescimento do outro. Falar mal dos outros evidencia falta de amor. Quando amamos o próximo como a nós mesmos, tratamos as falhas dos outros com a mesma compreensão e paciência com que gostaríamos de ser tratados.
3- Seja misericordioso. Uma atitude de compreensão e misericórdia reflete o caráter de Cristo em nós. Se quisermos ter bons relacionamentos, precisamos nos esforçar para entender as circunstâncias e lutas dos outros, oferecendo apoio e compaixão em vez de julgamento.

CONCLUSÃO

Esta lição nos oferece uma visão clara sobre o julgamento alheio, enfatizando que essa prerrogativa pertence exclusivamente a Deus. A tendência humana de julgar precipitadamente, sem pleno conhecimento e muitas vezes por orgulho, deve ser substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único juiz justo e conhecedor de todas as coisas, chama-nos a deixar toda avaliação em suas mãos. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos do coração de Deus. Que possamos praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquele que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

Compartilhe!
Clique aqui para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidos

Copyright © Seara de Cristo - Todos os direitos reservados