Adultos - Betel
Ana: A força de quem ora gera milagres
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 303 – 4º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 06 – 09 de novembro de 2025
TEXTO ÁUREO
“Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a minha petição, que eu lhe tinha pedido”, I Samuel 1.27.
VERDADE APLICADA
Na jornada cristã, em todo o tempo, devemos expressar um viver marcado por humildade, oração, perseverança, fidelidade e gratidão ao Senhor.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
I Samuel 1
- Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente.
- E votou um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim de lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
- E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.
- E subiu aquele homem Elcana, com toda a sua casa, a sacrificar ao Senhor o sacrifício anual e a cumprir o seu voto.
- Porém Ana não subiu, mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor e lá fique para sempre.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – I Sm 2.1-10
Ana exaltou o Senhor.
Terça-feira – Sl 37.5
Entrega o seu caminho ao Senhor e confia.
Quarta-feira – Sl 113.9
Deus faz a mulher sem filhos viver em família.
Quinta-feira – Rm 12.12
Quem persevera na oração sempre alcança.
Sexta-feira – Tg 4.10
O Senhor exalta os que se humilham diante dEle.
Sábado – Ap 21.4
Deus seca as lágrimas dos que choram.
INTRODUÇÃO
Nada é impossível para Deus, e Ana experimentou essa verdade. Sua história nos mostra a importância de perseverar na oração e de cumprir nossos votos a Deus, cuja bondade é de eternidade a eternidade.
I – A HISTÓRIA DE ANA
Ana é mencionada somente nos dois primeiros capítulos da Primeira Carta de Samuel, mas seu nome até hoje é lembrado no meio cristão. Do hebraico Hanah, seu nome significa “graça”; “benevolência” ou “favor”. Uma mulher atribulada de espírito por não conseguir engravidar, ela orou incessantemente até fazer um voto ao Senhor: “[…] e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”, I Sm 1.11.
- Ana não tinha filhos. Casada com Elcana, um levita da tribo de Coate (I Cr 6.22-23,32-34), Ana não tinha filhos. Porém, a outra mulher de Elcana, Penina, já tinha filhos (I Sm 1.2). Por essa razão, Penina humilhava Ana constantemente. Elcana amava muito a Ana, tanto que ele subia a Siló todos os anos para adorar e sacrificar ao Senhor e dava a ela uma porção do sacrifício maior e melhor, embora desse porções do sacrifício também a Penina (I Sm 1.3-5).
- Ana se humilhou diante de Deus. A humildade levou Ana à vitória tão esperada, uma vez que a humildade precede a honra (Pv 15.33). Com o coração amargurado e muito choro, Ana se humilhou diante de Deus por sua causa: ter um filho varão. A resposta à oração de Ana mostra que Deus tem poder para mudar circunstâncias, mesmo as que, aos olhos humanos, pareçam impossíveis. O Senhor ouve e responde às nossas súplicas, e isso de acordo com a Sua vontade e no Seu tempo.
- Ana fez um voto com Deus. Uma mulher sem filhos, na cultura judaica da época, era um tipo de maldição, e Ana vivia essa dura realidade. Humilhada por Penina, embora Elcana a amasse mais, ela não se conformou com aquela situação. Certamente, Ana compreendia a seriedade de fazer um voto a Deus (Ec 5.5), mas ela foi ousada e disse que, se o Senhor lhe desse um filho varão, ela não só entregaria o menino para o serviço a Ele como também seus cabelos nunca seriam cortados (I Sm 1.11).
II – A ORAÇÃO DE ANA
Ana ainda é lembrada como um exemplo de fé, oração e perseverança. Ela estava orando com amargura de alma e chorando muito quando fez o seguinte voto: se o Senhor lhe desse um filho varão, ela daria o menino para servir ao Senhor pela vida toda (I Sm 1.10,11). Ana, após anos de esterilidade e angústia, recebeu a bênção de conceber Samuel, que mais tarde se tornaria um grande profeta e juiz em Israel.
- Ana perseverou em oração. Ana entendeu que não podia retroceder nem abdicar de seu sonho (Hb 10.38,39), e a sua atitude de fé perseverante a faz ser lembrada até hoje. A história de Samuel também começa com a oração de sua mãe. A resposta veio, sugerindo que os dons de Deus muitas vezes vêm com um propósito maior: Samuel foi um presente para Ana, mas também um instrumento divino para o povo de Israel.
- Ana foi grata. Ao dizer: “O Senhor me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido” (I Sm 1.27), Ana expressa gratidão e reconhecimento pela bênção de Deus. Isso nos ensina a importância de dar o devido crédito a Deus pelas vitórias em nossa vida. Como aprendemos com Tiago, o líder da igreja primitiva em Jerusalém: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação”, Tg 1.12 ARA. Ana suportou, perseverou, creu e, após receber a bênção pedida, expressou sua gratidão e cumpriu seu voto a Deus.
3. O choro sincero de Ana. O choro de Ana expressou a dor de sua alma. Seu pranto não era apenas por tristeza, mas um clamor profundo a Deus: “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente”; (I Sm 1.10). Seu choro revelou sua vulnerabilidade, mas também sua confiança absoluta em Deus, e a resposta veio em I Sm 1.27, quando o Senhor transformou suas lágrimas em alegria. O choro de Ana nos ensina que, mesmo em meio ao sofrimento, a súplica sincera encontra eco no coração de Deus: “Os justos clamam, e o Senhor os ouve”; Sl 34.17.
III – A FIDELIDADE DE ANA
Quando Samuel foi desmamado, Ana não hesitou em levar o menino ao Templo para servir sob a tutela do sacerdote Eli (I Sm 1.24-27). Em vez de recuar diante do sacrifício de deixar ali seu tão desejado filho, ela declarou: “Ao Senhor eu o entreguei”; I Sm 1.28. Ao cumprir seu voto, Ana mostrou sua fidelidade e obediência ao Deus que ouviu seu clamor (Ec 5.4).
- Não faça voto de tolo. O Senhor não se agrada de quem vota e não cumpre, fazendo voto de tolo (Ec 5.1-5). No hebraico, o termo neder significa “voto”; “promessa”; e está ligado, pela mesma raiz, à nadir, que significa “raro”; “incomum”. Assim, fazer um voto a Deus é assumir o raro compromisso e cumprir a promessa, conforme o propósito específico pretendido pelo votante. Essa atitude é essencial para manter o vínculo de fidelidade com Deus: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues”; (Ec 5.4,5).
- O legado de Ana.O legado de Ana transcende sua história pessoal e se eterniza como um testemunho de fé, oração e propósito divino. De sua angústia e clamor (I Sm 1.10), nasceu Samuel, um dos maiores profetas e juízes de Israel, que ungiu os primeiros reis da nação, Saul e Davi (I Sm 10.1; 16.13). Assim, sua fidelidade a Deus expressa na entrega de Samuel ao Senhor, teve participação e reflexos no desenvolvimento do Plano Redentor, pois o estabelecimento da monarquia e a unção de Davi estavam conectados com a vinda do Messias.
- O louvor de Ana.O cântico de louvor de Ana (I Sm 2.1-10) exalta a soberania divina e prenuncia o cântico de Maria, no NT (Lc 1.46-55), refletindo uma espiritualidade profunda e que inspirou gerações. O legado de Ana é um exemplo de como nossa fidelidade pode ecoar na Salvação Eterna, mostrando que Deus usa corações quebrantados para cumprir Seus grandes propósitos.
CONCLUSÃO
O sacerdote Eli, num primeiro momento, não foi capaz de compreender a profundidade do sofrimento de Ana: “Até quando estarás tu embriagada?’; I Sm 1.14. Entretanto, Ana nos deixou uma poderosa lição de fé e submissão à Soberania de Deus. Do choro desesperado à entrega de Samuel para o serviço de Deus, Ana transformou sua dor em um ato de adoração, cumprindo seu voto ao Senhor com fidelidade e gratidão (I Sm 1.27,28).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel
