Adultos - Betel
A unidade do corpo de Cristo

EDIÇÃO: 98 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 08 – 21 de novembro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” Romanos 12.5
VERDADE APLICADA
A unidade do Corpo de Cristo é dom de Deus, que se tornou possível pela cruz de Cristo e é efetivada pelo Espírito Santo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Efésios 4
1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Rm 12.3-10
Humildade e fidelidade no uso dos dons.
Terça-feira – I Co 12.12-27
A unidade dos membros do Corpo de Cristo.
Quarta-feira – Gl 5.16
O dever de andar em Espírito.
Quinta-feira – Gl 5.22-23
Exercitando o fruto do Espírito.
Sexta-feira – Ef 2.14-16
Unidos por Deus mediante a cruz de Cristo.
Sábado – Cl 3.15
Que a paz de Deus domine nossos corações.
INTRODUÇÃO
Na segunda parte da epístola de Efésios, Paulo expõe como cada membro tem que ser para que a Igreja cumpra sua parte no plano e no propósito de Deus.
I – ANDANDO DE ACORDO COM A VOCAÇÃO
Nos primeiros três capítulos, o assunto tratado foi o aspecto doutrinário; agora o apóstolo começa a discorrer acerca da vida prática (Ef 4.1).
- Rogo-vos. O apelo de Paulo é para que os cristãos que já possuem um determinado nível de vida com Deus se aproximem cada vez mais de Cristo e vivam de acordo com a vocação com que foram chamados (Ef 1.18; 4.1). Desde que a graça de Cristo nos alcançou e nos tornamos filhos de Deus, devemos dar exemplo tanto como servos dedicados, quanto como mensageiros eficazes. O apelo é para que vivamos em conformidade (tomemos a forma) com aquele a quem pertencemos e servimos, buscando agradá-Lo em tudo (Fp 1.29; Cl 1.10).
- Andando de acordo com a vocação. Quando uma pessoa ingressa em uma sociedade ou fraternidade, ela tem que cumprir determinadas obrigações e viver de acordo com as regras: caso não viva assim, ela frustra os fins da sociedade e traz descrédito ao nome da mesma. Qual seria então a vocação da Igreja? Tornar visível o Cristo invisível que habita em nós. E como? Através de uma vida de transformação e testemunho (Ef4.1). O desígnio de Deus é que todos os homens e todas as nações se tornem um em Cristo. Para que isso se torne realidade, Cristo ordena e envia a Igreja ao mundo para anunciar a todos os seres humanos Seu amor e Sua misericórdia (Mc 16.15; Mt 28.18-20).
- Andando de maneira digna. A Igreja é o complemento de Cristo, ela representa Seu Corpo, Suas mãos, Seus pés e Sua voz para levar Seu propósito a cumprir-se nesse mundo. Para tanto, Cristo ordena e age para que os membros de Seu Corpo estejam unidos numa comunhão, conheçam e experimentem Seu amor ilimitado (Ef 4.1). Jamais poderemos ensinar a outra pessoa aquilo que desconhecemos ou transmitir o que não possuímos. Antes que possamos levar a outros o amor de Cristo, devemos vivenciar esse amor no contexto da igreja local (Ef 3.18) – notemos a oração de Paulo: “compreender, com todos os santos”, isto é, no contexto da coletividade.
II – VIRTUDES PRODUZIDAS PELO ESPÍRITO SANTO
Paulo destaca, agora, as virtudes que são indispensáveis ao nosso chamado. Essas virtudes são produzidas pelo Espírito Santo e devem ser cultivadas, a fim de que tenhamos êxito em nossa caminhada (Ef 4.1-3).
- Mansidão e humildade. Nas palavras de João Crisóstomo, um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo: “ser manso é você ter poder de vingar-se do outro e não o fazer”. Ou seja, é ter pleno controle de seus sentimentos. A mansidão é a maneira afável e gentil com que tratamos os demais. Ela é fruto do Espírito Santo, virtude que nos ajuda a agir com brandura em tempos difíceis (Gl 5.22). Mansidão não é fraqueza, mas, sim, poder sob controle. Jesus era manso e humilde, mas era poderoso (Mt 11.29). A humildade pode ser definida como a completa ausência de orgulho. É ter uma estimativa justa de si mesmo, sem orgulho ou arrogância em relação aos irmãos. Ela estima os outros de igual valor e direito diante de Deus (Pv 18.12).
- Longanimidade e paciência. Longanimidade, “de longo ânimo”, é a atitude de tolerar o desconforto sem nunca revidar. A palavra grega usada é “makrothymia” que significa: “aguentar com paciência pessoas provocadoras”. É o estado de espírito estendido ao máximo, fala de uma tolerância mútua sem a qual nenhum grupo de seres humanos poderá conviver em paz (Ef 4.2; Cl 3.12). Paciência, a capacidade de suportar o desconforto sem ser incomodado, é saber se conter, é uma atitude de benevolência amorosa para com os demais. Ser paciente é ter a capacidade de suportar, sem contradição, os vários inconvenientes ou testes que surgem em nosso relacionamento com os outros. Paulo aqui se refere ao nosso relacionamento com os irmãos da Igreja [II Pe 1.5-7; I Tm 6.11).
- A unidade do Espírito pelo vínculo da paz. A unidade espiritual aqui indicada é um pré-requisito indispensável para promover a saúde e a felicidade da igreja, para adiantar a causa das missões e para alcançar a vitória sobre Satanás e seus aliados. A exortação para que os leitores vivam em amor e unidade é seguida por uma descrição dessa unidade (Ef 4.2-3; Cl 3.14-15). Nesta descrição, a unidade e todas as características relacionadas a ela são consideradas, em primeiro lugar, derivadas do Espírito, que entrou no coração dos crentes; e dali ele volta ao Senhor (Jesus Cristo), cujo sacrifício vicário tornou possível o dom do Espírito, e, finalmente, vai até Deus o Pai, que deu seu Filho e quem, juntamente com o Filho, foi também o Doador e o que enviou o Espírito.
III – AS BASES DA UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A unidade da Igreja está fundamentada na ação das três pessoas da Santíssima Trindade. Um só Espírito, um só Senhor, e um só Deus e Pai de todos (Ef 4.4-6). Não há divisão no Deus Trino. E juntas, as três pessoas produzem a unidade de todos os cristãos.
- Um só corpo e um só Espírito. O corpo “único” do qual Paulo se refere aqui é, certamente, a igreja composta por judeus e gentios, e a sua unidade é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima (Ef 2.14-22), a família “única” no céu e na terra (Ef. 3.15). Embora em certo sentido sejamos muitos, ainda assim somos um só corpo em Cristo (Rm 12.5; I Co 12.12-30). Existe apenas um pão, um corpo (I Co 10.17). Além disso, esse corpo, ou igreja, não é de origem terrena ou uma instituição de criação humana, mas um produto do Espírito Santo; por isso é “um corpo e um Espírito”. Da mesma forma que o corpo humano é impulsionado pelo espírito humano, o Corpo de Cristo, a Igreja, vive impulsionada pelo Espírito Santo.
- Uma só esperança e um só Senhor. O apóstolo se refere à esperança para a qual fomos chamados, unidos em “um corpo e um Espírito”. Jesus Cristo é a cabeça, o corpo é o Corpo de Cristo, que é a Igreja, e sem unidade coordenada os membros não funcionam bem, pois um depende do outro e todos dependem da cabeça. É por isso que a unidade da Igreja é essencial para a obra de Cristo. O Espírito é o sopro vivificante do Corpo, que é a Igreja; desse modo, não pode haver Igreja sem o Espírito. Portanto, há apenas uma esperança em nosso chamado, que constitui o objetivo que estamos seguindo e o grande segredo da unidade cristã. Mesmo que haja diferenças entre nossos métodos, na maneira de fazer as coisas ou em nossa organização, todos buscamos a consumação de um mundo redimido em Cristo, por Cristo e para Cristo.
- Uma só fé e um só Deus e pai de todos. A Bíblia destaca vários tipos de fé: Fé para salvação, fé como fruto, fé como dom. No entanto, aqui, Paulo se refere à fé que diz respeito ao que cremos (Gl 1.23; I Tm 3.9; 4.1; II Tm 4.7). A igreja segue e obedece a uma só fé, ou seja, tem uma só doutrina. “Um Deus e Pai de todos”, tanto de judeus, quanto de gentios, e que está acima de todos como Rei dos reis e Senhor dos senhores, e por todos, enchendo e suprindo tudo, provendo a todos conforme Seu incomensurável amor e misericórdia, e em todos, ensinando-nos que Ele habita em cada um de seus filhos por meio de seu Espírito, em um relacionamento pessoal e íntimo. É isso que temos aprendido através do Evangelho, que vivemos em um mundo que foi criado por Deus, que é controlado por Deus, sustentado por Deus e cheio de Deus.
CONCLUSÃO
Deus nos chamou para viver com Ele um relacionamento íntimo, onde o Espírito Santo é o principal agente dessa unidade. Compete a nós a obediência aos requisitos que “a unidade do Espírito” exige.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel