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Pequeninos e preciosos

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Sem sabedoria suficiente para discernir as coisas, as crianças dependem dos pais para desenvolverem uma vida com Cristo

É natural vermos pais impor­tando-se com a aparência física dos filhos, com a saú­de, alimentação, roupas,l azer, notas da escola, enfim, preocu­pam-se em fazer com que os filhos se­jam sempre os melhores em tudo. Isso é muito bom, desde que se respeite o intelecto e a capacidade individual de cada criança. No entanto, na maioria das vezes, os pais esquecem-se da par­te principal – a alma dos pequeninos.
Parece absurdo? Mas é o que temos contemplado nos dias de hoje, quando notamos a ausência dos pequeninos nos cultos, nas orações e, principalmen­te, nas Escolas Dominicais. Isso nada mais é que impedir a criança de ir a Jesus.
A Bíblia nos conta em Mateus 19.13 que quando Jesus esteve aqui na Ter­ra, alguns pais trouxeram as crianças para serem abençoadas por Ele. Mas os discípulos os repreendiam, pensando em proteger o Mestre dos importunos infantis. Porém, erraram gravemente e foram repreendidos pelo Senhor: “Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus”.
O dever dos pais, além de evangelizar, educar e discipular no lar, é fazer com que haja continuida­de deste ensino na igreja, para que as crianças cresçam adquirindo bons hábitos, conhecendo seus direitos e deveres, tornando-se verdadeiros ci­dadãos dos Céus.
A igreja é o Corpo de Cristo, uma comunidade cristã onde todo crente deve estar inserido, inclusive os pequeninos. Mesmo que alguns não concordem, as crianças fazem parte do Corpo de Cristo, portanto estão inseridas no contexto Igreja. Devemos ter consciência desta verdade e dar às crianças a mesma importância que deu o Senhor: “E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe”, Mt 18.5.
Como você receberia o Senhor Je­sus, se soubesse que Ele iria passar o final de semana em sua casa? Muito bem, naturalmente! É assim que Ele ordena que recebamos também os pequeninos.
O Salmo 127.3 diz que os filhos são heranças do Senhor. Logo, antes de pertencerem aos pais, eles pertencem a Deus. Foi meditando na Bíblia que cheguei à conclusão que devemos priorizar alguns cuidados com os pequeninos, pois tal responsabilidade não é apenas dos pais, mas de todos os educadores cristãos.
Temos em Tiago 3.1, um alerta aos ensinadores da Palavra de Deus: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”. Creio que este versículo não foi escrito para nos de­sanimar ou nos fazer perder o interes­se pela área do ensino e discipulado, mas sim, para levar-nos a refletir na seriedade da causa e buscarmos sabe­doria de Deus para ensinar, não somen­te com boa didática e oratória, mas muito mais com palavras sábias e ins­piradas por Deus, acompanhadas de testemunho de vida.
Gosto de relatar testemunhos, os quais tenho ouvido e muitas vezes presenciado, no meu dia-a-dia com as crianças. Bianca, de 12 anos, que con­gregava em minha igreja, foi colhida pelo Excelente Jardineiro, Jesus, e na semana seguinte sua mamãe ainda so­frida pela dor da separação, pegava alguns pertences da filha e distribuía carinhosamente entre os sobrinhos. Em certo momento, disse ao pequeno Gabriel, de 2 anos: “Gabrielzinho, este brinquedo é pra você. Pertenceu a Bianca, por isso cuide bem dele, tá?”Gabriel o recebeu como um presente especial, pois revelava sentir um amor muito grande por sua priminha. Em seguida, apanhou um papel de embru­lho e começou a enrolar cuidadosa­mente o brinquedo. A tia, admirada, in­terrompeu o embrulho e falou: “O que você está fazendo? Não precisa guardar, pode brincar com ele!” Gabriel res­pondeu: “Não tia, eu vou dar a Bianca!” A tia, com os olhos marejados em lágrimas, disse: “Mas Gabrielzinho, a Bianca não está mais conosco, ela foi morar com o Papai do Céu!” O meni­no respondeu com uma firmeza admi­rável: “Eu sei, tia! Mas vou guardar prá quando eu for lá no Céu também! Daí, eu dou prá ela de novo!”
Que lição de fé convicta nos dá o pequeno Gabriel! Isso mostra que al­guém preocupou-se em ensiná-lo so­bre o nosso maravilhoso futuro no Céu, dando-lhe a gloriosa esperança da vida eterna com Jesus. Quanto ao presente, ele vai aprender depois que lá não ha­verá necessidade destas coisas, pois o que está reservado para nós é uma gló­ria que não tem a que se comparar. Vale a pena ensinar! Façamos a nossa parte, o Espírito Santo faz o resto.
Vejamos, a seguir, qual é a nossa parte, tendo como prioridade os cui­dados com os pequeninos.

No lar

  • Façam sentir-se amados antes mesmo do nascimento
  • Ensine-os a amar e temer a Deus, acima de toda e qualquer coisa.
  • Ensine-os a amar e respeitar o pró­ximo, pois cumprindo este mandamen­to, estarão cumprindo toda a Lei de Deus.
  • Revele seu amor por eles, discipli­nando-os com carinho e respeito.
  • Procure, dentro de suas limita­ções, dar a eles uma alimentação sau­dável e nutritiva.
  • Mesmo tendo condições, não dê tudo que pedirem. Mostre-Ihes que nem sempre é possível possuir aquilo que desejamos. A vida é cheia de altos e baixos, e devemos saber viver sem murmuração, antes com resignação e dignidade. Afinal, estamos em um mundo cheio de maldade, e tanto a chuva como o sol são para os bons e para os maus.
  • Vista-os decentemente. Embora você tenha o domínio e saiba o que é melhor para eles, você deve respeitar seus gostos, dentro dos parâmetros cristãos. A educação cristã é o alicerce de uma vida feliz, segura e exemplar, e esta educação começa no lar. O de­ver da igreja é dar o suporte, a conti­nuidade do ensino.
  • Nunca revele as possíveis diver­gências na educação dos filhos ou em qualquer outro aspecto, na presença dos mesmos. Isso pode causar desas­tres quase irreparáveis. Evitar danos é melhor do que remediá-los.

Na igreja, com os ministros

Há vários fatores que implicam em um bom discipulado infantil. É neces­sário que haja, por parte da liderança, total compreensão do valor que os pequeninos possuem na igreja. É preciso, ainda, que sintam a urgência de evangelizar as crianças, reconhecendo que também elas precisam de salvação. Romanos 3.23 diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. A palavra todos inclui também as cri­anças. Nossa preocupação atribui-se ao fato de que a Bíblia não revela exata­mente a idade da inocência delas, e o Inimigo de nossas almas não perde tempo usando tudo que tem em seu poder (televisão, rádio, computador etc) para arrebatar as crianças para si.
Carecemos de obreiros que tenham uma visão ampla das necessidades do trabalho com crianças. Assim, poderão dar o suporte certo aos educadores, provendo-os de material adequado para o bom desempenho das suas ati­vidades.
Dentro do possível, deve-se ter o material didático organizado como cânticos e versículos visualizados, fla­nelógrafo, retroprojetor, quadro de pre­gas, tudo guardado em armários ou prateleiras. A sala das crianças deve ser escolhida com o mesmo cuidado com que escolhem e decoram a sala pasto­ral. Afinal, em casa escolhemos os me­lhores cômodos para se fazer o quarto dos filhos, não é verdade? As crianças precisam também de mesas e cadeiras apropriadas às suas idades. Isso é o suficiente para que possam estudar a Palavra de Deus tran­quilas, sentindo-se im­portantes, amadas e acomodadas, as­similando o momento agradável de conforto e segurança com o amor de Deus e seu cuidado por elas

Na igreja, com os professores

Os professores devem ser escolhi­dos cuidadosamente, pois é de suma importância que tenham as mesmas características dos ministros de Deus. Devem ser nascidos de novo, possuir conhecimento bíblico, ter uma vida consagrada de oração, ser amorosos, pacientes e evangelistas. Se não evangelizarmos, a quem vamos discipular? Quando isto acontece, contemplamos, com alegria, o evidente crescimento da igreja.

Fora das quatro paredes

Esse tópico é dirigido a todos os crentes, independente de serem minis­tros, obreiros, professores, pais etc. Ecoa em meus ouvidos a pergunta: quem se importa com a alma dos pequeninos? Eles estão espalhados em todos os lu­gares do mundo – nas ruas, embaixo dos viadutos, nos parques, nas praças e cal­çadas, nas escolas e creches, nos orfa­natos, nas casas de apoio, nos hospitais, nas prisões de menores, em lares desa­justados, em lares ricos, em lares pobres, na cidade e no sertão etc.
E a que tipos de pequeninos estamos nos referindo? Aos fartos, lim­pinhos e perfumados, aos famintos, sujinhos, seminus e descalços, aos vi­ciados em drogas, fumo e bebidas, aos angustiados de alma e espírito, aos enfermos de corpo e alma. São bran­cos, negros, loiros, morenos, magros, gordos, esqueléticos, possuem olhos verdes, azuis, pretos, castanhos, cor de mel etc.
Mas qual a importância de tudo isso? Sabemos que nosso Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Deve­mos, assim como Jesus, demonstrar compaixão por todos os pequeninos, independente de sua cor, etnia, condi­ção social ou aparência física, nos im­portando de fato com eles e, dentro de nossas limitações, procurando ajudá-­los física, social, psicológica e espiritu­almente. Isto é amar ao próximo como a si mesmo. Isto é se importar com os pequeninos.

Fonte: Ensinador Cristão

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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