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Adultos - CPAD

Espírito — O âmago da vida humana

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 712 – 4º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 10 – 07 de dezembro de 2025

TEXTO ÁUREO

“Peso da Palavra do Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.” (Zc 12.1).

VERDADE PRÁTICA

Uma vez livre, nossa alma recebe vida espiritual e dirige nosso corpo para adorar e servir ao Criador.

LEITURA DIÁRIA

Segunda-feira – Jó 32.8
Há um espírito no homem
Terça-feira – Fm v.25
A graça no espírito
Quarta-feira – Pv 16.18,19
Humilde de espírito
Quinta-feira – Rm 12.11
Fervorosos no espírito
Sexta-feira – At 7.59
A oração de Estêvão
Sábado – II Tm 4.22
O Senhor seja com o teu espírito

LEITURA BÍBLICA

Gênesis 2

7 — E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

Eclesiastes 12

7 — e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.

Zacarias 12

1 — Peso da Palavra do Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.

João 4

24 — Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

INTRODUÇÃO

Já estudamos a respeito do corpo e da alma. Nesta lição estudaremos acerca do espírito. Veremos como nos foi comunicado pelo Criador. Trataremos de sua divisão em relação à alma e sua importância para nossa comunhão com Deus, em santificação e adoração.

I – O SOPRO DIVINO: A CONCESSÃO DO ESPÍRITO

  1. O fôlego da vida. Feito de uma matéria pré-existente, o pó da terra, o corpo humano estava inerte até receber o sopro divino (o fôlego da vida), ato pelo qual Deus deu ao homem o espírito e o tornou alma vivente (Gn 2.7). Até então, toda a Criação havia sido feita mediante o emprego de ordens verbais: “Haja”, “Ajuntem-se”, “Produza” (Gn 1.3-11).
    O homem, contudo, recebeu vida por uma comunicação especial: o elemento espiritual soprado por Deus. A matéria recebeu vida espiritual consciente, constituída de espírito e alma. O espírito é a parte imaterial através da qual estabelecemos nossa comunhão com o Criador. A vida que o espírito recebe de Deus é por Ele transmitida à alma. Esta, por sua vez, a expressa por meio do corpo. Portanto, o espírito é o âmago, a parte mais profunda e íntima do ser humano, entranhado com a alma e inseparável dela.
  2. A singularidade do espírito. Alma e espírito são mencionados ao longo do Antigo e do Novo Testamento como componentes imateriais distintos. Zacarias 12.1 diz que Deus “forma o espírito do homem dentro dele”. Jó faz referência ao corpo (representado pela boca), ao espírito e à alma (Jó 7.11). Há, também, o bem conhecido texto de Eclesiastes 12.7: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. O retorno do espírito para Deus se dá junto com a alma, consciente das ações humanas, boas ou más (Lc 16.22-25; Ap 20.4). Neste texto, como em outros, ruah, o termo hebraico para “espírito”, é representativo dos dois elementos espirituais (Gn 45.27; Sl 146.4; 1Sm 30.12). Da mesma sorte, em diversas passagens nephesh(alma) é tomada pelo todo imaterial (Gn 35.18; 1Rs 17.21).
  3. A tênue divisão. No Novo Testamento, I Tessalonicenses 5.23 e Hebreus 4.12 se destacam em relação à distinção entre alma e espírito, pois os mencionam expressamente sem qualquer aparência sinonímica. O segundo texto, aliás, refere-se à tênue divisão que há entre os dois componentes imateriais e é acessada sobrenaturalmente pela Palavra de Deus, que penetra até o mais íntimo de nosso ser, onde alma e espírito estão entretecidos. Conclui-se, portanto, que apesar das discussões teológicas a respeito da composição tríplice (espírito, alma e corpo), as Escrituras Sagradas fazem claras referências às três partes, distinguindo-as.

II – ESPÍRITO, PECADO E SANTIFICAÇÃO

  1. Pecados do espírito. Existem pecados do corpo, como a prostituição, e da alma, como os maus pensamentos. Mas também existem pecados do espírito, como o orgulho, a soberba, a vanglória, a arrogância e a inveja (Pv 16.18; I Tm 3.6). Estes costumam ser piores que os pecados do corpo. Sutis (e às vezes ocultos!), os pecados do espírito causam terríveis males (Pv 15.25). Além de prejudicar seus autores, afetam e destroem muitos relacionamentos (Tg 3.13-16). Certas expressões pecaminosas da alma e do corpo, como iras, disputas e maledicências, geralmente são reflexos de pecados do espírito (Ne 4.1-8). Em alguns casos não é difícil percebê-los. Sambalate, Tobias e seus asseclas não contiveram sua soberba e inveja, mas Neemias permaneceu firme, redobrando a vigilância e a oração. Diante de capciosas e sistemáticas oposições, precisamos ter prudência e resiliência, sem nos abalar (Rm 12.21).
  2. Raízes do pecado. Em I Tessalonicenses 5.23, Paulo trata do processo de santificação que deve atingir o ser humano por inteiro. A ordem por ele apresentada — espírito, alma e corpo — não nos parece aleatória. O ato de criação se deu do material para o imaterial (Gn 2.7), mas a Redenção se dá do espiritual para o físico (I Pe 1.23; Rm 8.23). É no imaterial, que a Bíblia geralmente chama de “coração”, que o pecado fica enraizado (Mt 15.19). Por isso, a verdadeira santificação acontece de dentro para fora (Ez 36.26,27; Rm 8.10-13; Gl 5.22). A falta dessa compreensão leva ao legalismo, além de representar grave distorção da Doutrina da Graça, pela confiança nas próprias obras (Mt 23.25-28; Ef 2.8-10).
  3. Vencendo o pecado. A força do pecado arraigado em nosso espírito somente é vencida quando deixamos de confiar em nós mesmos, e dependemos inteiramente da graça de Deus e seu poder salvador e santificador (Rm 6.14; Hb 10.10). Como ensina Paulo, “a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2). O que é impossível à força humana torna-se possível mediante o poder divino operante em nós (Rm 8.3,4). Revestir-se de mansidão e humildade, no modelo de Cristo, é essencial para uma vida espiritual saudável e frutífera (Fp 2.3-8). A arrogância sequer deveria ser nominada entre nós. Quando contendas — inclusive públicas — são feitas “em nome de Cristo” é porque ainda não compreendemos o que é o verdadeiro Cristianismo: “ao servo do Senhor não convém contender” (II Tm 2.24). Purifiquemo-nos de todos os pecados (inclusive do espírito) pelos meios da Graça, “aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (II Co 7.1).

III – REGENERAÇÃO E ADORAÇÃO

  1. O Novo Nascimento. A vitória sobre o pecado começa necessariamente com a experiência espiritual do Novo Nascimento, ato divino operado em nosso interior que nos outorga um espírito regenerado (Jo 3.5-8; Ef 2.1-6). Isso era incompreensível para Nicodemos e seu padrão religioso, assim como é para os que desejam mostrar aparência de piedade sem terem experimentado o sobrenatural processo de Regeneração (II Tm 3.5). Com espírito altivo, resistem à verdade e negam a inerrância e a infalibilidade da Bíblia, considerando sua mensagem ultrapassada. Interpretam as Escrituras conforme seus desejos já estabelecidos (2Tm 2.8; 4.3). Não podemos ter comunhão com os tais (I Tm 6.1-5; II Tm 2.5).
  2. Em espírito e em verdade. A compreensão da imprescindível obra do novo nascimento operada em nosso interior é fundamental também para uma vida correta de adoração. Assim como Nicodemos, a mulher samaritana expressou um entendimento religioso limitado ao visível, apontando o Monte Gerizim, conhecido lugar de adoração de seus pais (Jo 4.20). Uma vida espiritual sadia não se fundamenta em misticismos, mas em uma comunhão com Deus segundo as Escrituras (Jo 7.38).
  3. Um espírito quebrantado. O Pentecostalismo Clássico sempre foi despido de crenças e práticas alheias às Escrituras, buscando sempre refletir o autêntico cristianismo bíblico. Como Jesus ensinou à samaritana, “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). A verdadeira e pura adoração nasce de um espírito quebrantado, em simplicidade, sem pretensão de louvor ou glória humana (Sl 51.17; 2Co 11.3).

CONCLUSÃO

Âmago da vida humana, o espírito nos foi dado por Deus para que mantenhamos comunhão com Ele. Não deixemos que os cuidados da vida nos façam esquecer de que somos seres espirituais. Desfrutar da presença divina fortalece o espírito, alegra a alma e nos enche de vigor para enfrentar os desafios cotidianos em nossa jornada ao Céu.

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista CPAD

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