E.B.D
As marcas de Cristo

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 247 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 13 – 28 de setembro de 2025
TEXTO PRINCIPAL
“Desde agora, ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” (Gl 1.7).
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Rm 2.25
A circuncisão só tem valor se guardar a Lei
Terça-feira – Gl 6.10
Façamos o bem a todos
Quarta-feira – Gl 6.13
Os judaizantes ensinavam a Lei, mas não a guardavam
Quinta-feira – Gl 6.9
A colheita para os que não se cansam de fazer o bem
Sexta-feira – Hb 4.16
Graça em tempo oportuno
Sábado – Gl 6.17
Um soldado com várias cicatrizes
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 6
9 — E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10 — Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.
11 — Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão.
12 — Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.
13 — Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a Lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.
14 — Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo.
15 — Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura.
INTRODUÇÃO
Ao longo deste trimestre estudamos a Carta aos Gálatas, escrita pelo apóstolo Paulo. Ao concluir sua carta, Paulo apresenta recomendações práticas para os irmãos e os incentiva a terem uma fé igualmente prática. Ele prossegue com a ideia da perseverança no fazer a obra de Deus, e lembra novamente do centro do seu pensamento na Carta: a não circuncisão para os gentios que aceitaram a Jesus. Como um bom soldado, ele trazia consigo as marcas do seu Senhor, algo que os judaizantes não traziam, e completa desejando a graça de Deus para os seus leitores.
I. O BEM DEVE PERMANECER SENDO FEITO
- Firmeza no fazer o bem. Na parte final de sua Carta, Paulo fala sobre a constância no fazer o bem. Se por um lado, ele adverte aos gálatas sobre questões doutrinárias, por outro lado, reconhece que eles faziam boas obras, e que elas deveriam permanecer como uma prática cristã. Paulo não diz que os gálatas precisavam fazer o bem, como se não o fizessem. Ele pede para que não se cansem de fazê-lo. O motivo pelo que Paulo incentiva os gálatas a serem constantes nisso é que um dia ceifarão o que estão plantando. Essa linguagem conectada à agricultura era de conhecimento dos seus leitores.
Se na lição antecedente vimos um tipo de plantio e colheita, o que o homem semear, isto também colherá, nesta lição veremos o poder da decisão e a necessidade de ser constante no trabalho do Reino. Quem faz o bem, ainda que demore, um dia colherá o que plantou, isso se tal pessoa não desistir.
Paulo lembra aos seus leitores de que para receber a recompensa não podem desfalecer, se cansar. Da mesma forma que um agricultor exerce seu trabalho constante, mesmo dependendo do clima, sabe que um dia a colheita vai chegar. - Os domésticos da fé. A nossa fé deve ser prática e direcionada às pessoas que nos cercam, mas de forma específica. Paulo menciona um grupo de pessoas: os domésticos da fé. Esses eram os irmãos da igreja em que congregavam. A prioridade deveria ser direcionada aos que já tinham sido salvos.
Em nossos dias, somos bombardeados com propagandas solicitando auxílio para diversos grupos tidos por necessitados. Não é errado um cristão oferecer auxílio a qualquer grupo de pessoas que realmente precise, pois doenças, guerras, catástrofes naturais e outras situações que afetam a economia e a segurança de um país podem surgir em qualquer lugar do mundo. Muitos cristãos colaboram nesse aspecto, que é uma forma de generosidade, e isso não deve ser desconsiderado. Entretanto, a recomendação apostólica é que façamos o bem a todos, “principalmente aos domésticos da fé” (v.10). - Grandes letras. É provável que Paulo estivesse tendo dificuldades com sua visão. Uma possível referência nesse aspecto é que ele relembra aos gálatas que quando esteve com eles, mesmo em fraqueza, não foi desprezado. Pelo contrário, ele diz que se os gálatas pudessem, eles teriam arrancado os olhos para darem ao apóstolo (Gl 4.15). Pode ter sido esse o motivo que o levou a destacar esse texto.
II. APARÊNCIA NA CARNE
- Circuncisão nos gentios. “Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos” (v.12). O apóstolo mostra que os judaizantes queriam demonstrar uma aparência de que andavam no Espírito. Eles preferiam a marca de um ato exterior para não serem perseguidos.
A circuncisão nunca foi nem nunca será um pré-requisito ou pós-requisito para a salvação em Cristo. - Não guardam a Lei. Um dos problemas dos falsos mestres é que eles não cumpriam aquilo que ensinavam os outros a guardarem. Na prática, os judaizantes provavelmente foram os primeiros a perseguir os verdadeiros cristãos, não com a força do Estado ou com armas e prisões, como o Saulo não convertido fazia. A constância na apresentação e um falso ensino não deixa de ser uma forma de perseguição. Uma das formas de tirar uma pessoa dos caminhos do Senhor é ensinar a ela um atalho que a levará a lugar nenhum.
- Em que gloriar-se. Os judaizantes impunham a circuncisão aos gentios, mas eles mesmos não guardavam a Lei. Se sentiam realizados em obrigar os gentios a guardarem os mandamentos que eles mesmos não guardavam (v.13).
Paulo diz que a alegria dele não era a mensagem da circuncisão, e sim a cruz de Cristo. Ele via o mundo como crucificado, ou seja, morto, e da mesma forma, se via morto para o mundo. Essa fala é necessária, pois uma pessoa pode ver o mundo como um sistema morto, mas estar disponível para torná-lo vivo em sua vida.
III. PALAVRAS FINAIS
- Jesus faz acepção de pessoas? Paulo explica que ser ou não circuncidado não faz diferença em Cristo, mas sim ser uma nova criatura. Milhares de judeus, no primeiro século, receberam Jesus como seu Messias, da mesma forma que gentios também creram no Evangelho e tiveram suas vidas transformadas. Não é a circuncisão que faz a pessoa ser uma nova criatura. No judaísmo, uma pessoa gentia poderia se tornar um prosélito, desde que fosse circuncidada e praticasse as obras da Lei, mas isso não fazia dela uma nova criatura.
- As marcas de Cristo. Paulo fala algo que os judaizantes não tinham autoridade para alegar: ele tinha as marcas de Cristo. Essa expressão remonta aos sofrimentos e adversidades enfrentados por amor a Jesus ao longo do seu ministério.
Ele escreveu aos Coríntios sobre o que havia passado por amor do Evangelho: açoitado diversas vezes, preso, apedrejado, náufrago em três ocasiões, além das viagens perigosas por causa de ladrões, de falsos irmãos, de judeus que lhe desejavam a morte, e os períodos de escassez, de vigílias e a constante pressão que as igrejas lhe traziam ao coração (II Co 11.22-29). Cada momento de perseguição deixou marcas no apóstolo, mas ele não se manifesta em tom de reclamação ou vitimismo, mas sim no sentido de mostrar que os seus acusadores tentavam fugir da perseguição por causa da cruz de Cristo. - A graça de Jesus. Paulo começa sua Carta aos Gálatas desejando “graça e paz da parte de Deus pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 1.3) e conclui com a graça de Jesus. Ao longo de sua Carta, ele mostrou que a graça não é somente para a salvação, mas também para a nossa vida cristã. Ele experimentou a graça em sua vida mesmo quando teve negada uma oração por si mesmo, ao ouvir de Deus: “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Co 12.9). O autor aos Hebreus nos orienta a que “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.16).
Aqui vale lembrar de que um dos lemas da Reforma Protestante: “Somente a graça, e não os esforços humanos, pode nos levar até Deus”.
CONCLUSÃO
A Carta aos Gálatas permanece sendo uma defesa do Evangelho de Jesus Cristo para os gentios. É um documento para toda a Igreja. Que essa seja apresentada completa, da mesma forma que foi completo o sacrifício de Jesus por nós.
Assim concluímos este trimestre: com a graça de Deus, uma graça disposta não somente para a salvação, mas também para a manutenção dela. Que esta esteja conosco, em nossas vidas até que sejamos chamados por Deus para experimentar a vida eterna com Ele nos céus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD