Connect with us

E.B.D

O que você semear, ceifará

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 246 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 12 – 21 de setembro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6.2).

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira — Mt 26.41
Vigiando e orando
Terça-feira — Rm 12.16
Deseje coisas humildes
Quarta-feira — Gl 6.1
A mansidão como marca do cristão
Quinta-feira — Ef 4.32
Aprendendo a perdoar
Sexta-feira — Gl 6.7
A colheita e a semeadura
Sábado — Gl 6.8
Semeando para a vida eterna

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 6

1 — Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.
2 — Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.
3 — Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4 — Mas prove cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro.
5 — Porque cada qual levará a sua própria carga.
6 — E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.
7 — Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8 — Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna.

INTRODUÇÃO

O apóstolo Paulo se detém no início do último capítulo a tratar da forma como a verdadeira liberdade cristã pode ser vivenciada na comunhão dos santos. Para isso, ele destaca os seguintes pontos: como tratar um irmão que pecou? Como pensar o que é o correto sobre nós mesmos para não nos enganarmos? Como ter cuidado com o que plantamos, pois colheremos depois? São três pontos importantes que mostram, na prática, a espiritualidade que Deus espera que tenhamos.

I. COMO TRATAR DOS PECADOS DOS IRMÃOS

  1. A possibilidade de se cometer um pecado.Paulo nos diz que é possível que um irmão na fé seja surpreendido praticando algo que desagrada a Deus. A descrição feita não se refere a uma pessoa que vive pecando, ou que deliberadamente desobedece à Palavra de forma costumeira. Aqui é tratado a respeito de um servo ou serva de Deus que cometeu um erro, um pecado, mas que não era intencional.
    A palavra “restaurar”, no grego, é katartizo, que trazia a ideia de colocar no lugar um osso que havia saído do lugar. É certo que fazer isso não é simples, e no mundo antigo poderia causar bastante dor, mas era necessário para a restauração do corpo. Mesmo como cristãos, nascidos de novo, precisamos da ajuda do nosso próximo em alguns momentos difíceis. A restauração de um irmão que pecou e se arrependeu começa na Casa de Deus, na comunhão dos santos. É certo que há casos em que a disciplina na igreja deve existir, e ela é necessária, mas deve ter um caráter terapêutico. Se uma parte do nosso corpo sofre um ferimento, tratamos dele, mas há casos em que um membro do corpo está tão infeccionado que precisa ser amputado, pois não está respondendo aos tratamentos que lhe estão sendo administrados.
  2. O que define uma pessoa espiritual? A vida espiritual do cristão é um tema muito discutido na atualidade, no entanto, não é algo exclusivo do nosso tempo, ele também era conhecido nos dias de Paulo. As pessoas buscam algo que lhes conecte com Deus, ou com alguma outra divindade. Buscam reverenciar algo ou alguém que lhes oriente, que lhes dê um senso de direção e um propósito de vida.
    Um espírito de mansidão é apresentado por Paulo nesta Carta como um sinal de espiritualidade. É provável que esse conselho tenha mais importância em nossos dias, onde os meios de comunicação e as redes sociais se tornaram um campo fértil para brigas, contendas e disputas.
    Há crentes que amam a Jesus, mas se veem envolvidos em um pecado e precisam passar por um processo de restauração. Observe que o Senhor não ordena, através do apóstolo, para que o mundo ajude um crente que pecou. Ele ordena que aqueles que são espirituais, a igreja, ajudem esses irmãos que caíram. Pessoas livres em Cristo valorizam tanto a liberdade que cuidam para que seus irmãos não só recebam os cuidados necessários se pecarem, como também buscam restaurar à comunhão aquele que se arrependeu, confessou e abandonou o pecado.
    A nossa vida espiritual, aos olhos de Deus, não é medida somente pelos nossos momentos com o Senhor, mas também pelos nossos momentos com nossos irmãos. Gritarias, grosserias e maus-tratos vão na contramão do que Deus planejou para a comunhão do seu povo.
  3. Todos podemos ser tentados. Ninguém está imune à tentação. “Olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado” (v.1). Não basta perceber quando um irmão falha, ou corrigi-lo com espírito de mansidão: é preciso que estejamos atentos, vigilantes para não cairmos no mesmo pecado.
    Se mesmo o Senhor Jesus, cheio do Espírito, foi tentado por Satanás após ter jejuado, nós também podemos ser tentados em diversas áreas.
    Não se pode negar que o pecado tem uma força destruidora, e que não estamos livres de, em algum momento, nos deixar levar pela antiga natureza e pecar contra Deus. O pecado domina a vida dos não salvos, e tenta demover dos santos a comunhão com o Senhor.
    Irmãos podem corrigir uns aos outros. E a igreja espiritual incentiva que os espirituais possam corrigir os seus irmãos que falham.
    Da mesma forma que um medicamento busca tratar uma pessoa doente, somos chamados a tratar dos nossos irmãos que pecaram e demonstram arrependimento e vontade de trilhar novamente o caminho da comunhão com Deus e a igreja.

I. LEVAI AS CARGAS UNS DOS OUTROS

  1. Levai as cargas uns dos outros. A palavra “carga” é a tradução da palavra grega baros, que traz a ideia de um fardo. Não é a representação de um pecado, mas de uma pressão, uma provação. Nem todos temos os mesmos desafios ou lutas. Há irmãos, em nossas igrejas, que passam por situações difíceis, que se tornam verdadeiras cargas, acrescentando peso na caminhada. Essas lutas podem ser uma doença na família, um desemprego, um divórcio, um luto etc. É preciso que sejamos sensíveis com nossos irmãos, na mesma medida em que desejamos ser compreendidos.
    Quem leva as cargas uns dos outros cumpre a lei de Cristo. Os judaizantes inseriram nas igrejas da Galácia a ideia da circuncisão como o início da prática da Lei para os gentios, mas se esses irmãos queriam mesmo cumprir a lei de Cristo (Gl 6.2), e não a de Moisés, deveriam ajudar uns aos outros.
  2. O que você acha de si mesmo? É notório que temos, todos nós, uma imagem do que somos. É possível que vejamos a nós mesmos de uma forma e Deus nos veja de outra.
    Um dos elementos facilitadores da tentação é a arrogância (Gl 6.3). É um cuidado que todos devemos ter, pois não raro, acreditamos que somos mais do que realmente somos. É da natureza humana pecaminosa a arrogância, e por isso devemos cultivar um espírito humilde. Observe que Paulo apresenta esse pensamento através de uma hipótese: “Se alguém cuida ser alguma coisa” (Gl 6.3). Ele se vale dessa premissa não para apontar pessoas, e sim para que seus leitores olhassem para si mesmos e não fossem descuidados.
    O orgulho pode nos fazer pensar que somos superiores aos outros, que merecemos muito mais do que nos é dado, ou que estamos sendo preteridos no trabalho, nos estudos e até mesmo na igreja.
  3. O que é instruído na Palavra. Uma pessoa que é abençoada recebendo um ensino das Escrituras deve ter uma mente e um coração aberto à generosidade, pois aquele que o está instruindo passou tempo aprendendo, entendendo um conteúdo e se esmerando em repassá-lo para que o seu aluno possa crescer diante de Deus. A palavra instruir, no grego, é katecheo, de onde vem a palavra catecismo, que significa “instruir”, ensinar.
    Uma pessoa espiritual compartilha o que possui com outras pessoas, e no caso do ensino bíblico, isso é uma ordenança: “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui” (v.6).
    Quem ensina precisa se qualificar, estudar, aprender e usar o seu conhecimento para o crescimento do Reino de Deus. Portanto, é justo que esse tipo de obreiro seja reconhecido na igreja e ajudado a cumprir o seu ministério.

III. COLHENDO O QUE SE PLANTA

  1. Deus não se deixa escarnecer. Pode parecer estranho Paulo dizer que Deus não se deixa escarnecer para a igreja, mas foi necessário. Em nossos dias, o Eterno tem sido apresentado erroneamente por alguns, como uma divindade boazinha, que existe para ser acionada quando algumas pessoas se veem em problemas. Quantas pregações têm sido veiculadas com o objetivo de mostrar um deus que obedece às vontades humanas, que isenta os homens de seus pecados sem que haja arrependimento. Mas esse não é o Deus da Bíblia.
    Cremos na misericórdia do Senhor, na sua presença quando invocado, e no seu poder de transformar situações, mas isso não anula a nossa responsabilidade para com nossos erros.
    A expressão “não erreis” deixa claro que quem pensa que plantará na carne e colherá frutos no espírito está agindo fora do conhecimento natural e espiritual.
  2. Plantando e colhendo (v.7). O que o homem semear, isso haverá de colher. A lei da semeadura é opcional, mas a da colheita é obrigatória. Paulo não fala aqui da simples ação da natureza levando sementes pelo vento para serem depositadas em terrenos férteis, como ocorre com certas plantas. Paulo aqui foca a ação do homem ao plantar o que vai ser colhido no futuro.
    Deve se ter em mente que há uma lacuna de tempo entre a semeadura e a colheita. Nem sempre as nossas ações, sejam elas boas, sejam elas más, terão frutos imediatos, mas esses frutos, um dia nos alcançarão.
  3. Carne e Espírito como campos de semeadura. A carne e o espírito são terrenos férteis para serem semeados. Não é sem razão que no capítulo 5 o apóstolo fala acerca das obras da carne e o Fruto do Espírito: dois “terrenos” a que, se dada a devida atenção, trazem seus frutos. Ao longo da Carta, ele usa as palavras Carne e Espírito algumas vezes. Ele queria que os gálatas soubessem, e nós também, que essa luta é real, diária e precisa ser levada a sério. Não basta saber quais são as obras da carne e o Fruto do Espírito. É preciso tomar uma decisão: semear na carne e colher as obras da carne ou semear no espírito e colher o Fruto do Espírito.

CONCLUSÃO

Cuidar uns dos outros com misericórdia, restaurar o irmão que pecou e vigiar no que semeamos são orientações de Deus para os nossos dias. Há leis no mundo natural que não podem ser quebradas, e no mundo espiritual vale o mesmo. Se desejamos ser tratados com misericórdia caso pequemos, ajamos da mesma forma com aqueles que pecaram, conduzindo-os ao arrependimento e à restauração.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

Compartilhe!
Clique aqui para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidos

Copyright © Seara de Cristo - Todos os direitos reservados