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Males da língua

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Apesar de pequena, a língua é po­tencialmente traiçoeira e difícil de ser controlada. Um homem pode ter pleno controle sobre todos os demais aspectos de sua vida e, no entanto, ser apanhado em pecados da língua pelo   menos em certas ocasi­ões. O homem que controla bem a lín­gua logo saberá controlar toda a vida moral, ainda que, ocasionalmente, caia em alguma falha. Afinal, o controle da língua evidencia o controle de todo o corpo.
Em Tiago 3, o autor ilustra o siste­ma de freio utilizado no cavalo para explicar esse fato. As rédeas são geralmente presas ao animal para fazê-Io parar. Além disso, possibilitam virar a cabeça do cavalo para a direção deseja­da. Assim também é o homem que consegue dominar sua personalidade – se pode controlar a boca, certamente sa­berá controlar o restante do corpo. Caso contrário, conduzirá mal as outras áre­as de sua personalidade.

O navio
Imaginemos um navio empurrado pelo vento forte e ameaçador, cujo pe­queno leme, a despeito da situação que de outro modo seria desesperadora, pode mantê-Io em seu devido curso. Assim sendo, a língua, apesar de peque­na, realiza grande função ou efetua grande mal. O homem sem a ajuda de Deus é como um cavalo fogoso; como um navio açoitado pelas ondas e pelo vento. Os ventos rijos simbolizam as tentações e impulsos a que uma pessoa está sujeita. Estes sentimentos exercem influência no falar, provocando altera­ções no comportamento humano.
O piloto de um navio movimenta o leme para onde desejar, de acordo com as exigências da viagem. Igualmente, a língua é controlada pelo desejo mais profundo da pessoa. O controle da lín­gua depende do desenvolvimento espiritual em Cristo e o impulso se baseia no grau de espiritualidade da pessoa. Após aceitar o Evangelho, o novo cren­te segue naturalmente um estágio de aperfeiçoamento até alcançar a estatu­ra de varão perfeito (Efésios 4.13).

Timoneiro
Cada ser humano é um timoneiro. Pode utilizar os seus recursos intelec­tuais para fazer o bem ou o mal. Tal como o freio na boca de um cavalo ou como o leme de um navio, a língua, apesar de ser um pequeno membro, igualmente exerce capital importância no controle da personalidade, podendo gerar grande e destrutiva malignidade como uma fagulha que começa minús­cula, mas não demora a engolfar uma grande floresta.
O escritor sagrado, em Tiago 3.5, fa­lando sobre o perigo da língua, acres­centa: “Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia”. Uma peque­na fagulha pode inflamar o curso da natureza e se transformar numa das for­ças mais destruidoras do universo. A lín­gua é também comparada às chamas do inferno. Quando controlada pelo mal, leva o homem a transgredir com o seu próximo. Incontestavelmente, fogo sig­nifica destruição incontrolável.
Um cavalo indomável, sem seu freio; um navio sem direção, em alto-­mar; o incêndio aterrorizante e incontrolável de uma floresta, tudo ilustra o emprego da língua que não tem o devi­do controle do Espírito Santo. Todavia, Provérbios 15.23, declara o seguinte: “Somente Deus dará forças para domi­nar a língua. O homem se alegra na res­posta da sua boca, e a palavra, a seu tem­po, quão boa é!”.

Males da língua
Constantemente, a língua descontro­lada profana, amaldiçoa, jacta-se, pro­fere juramentos falsos, mente, engana e conduz à idolatria, ao adultério, ao homicídio. Traz a discórdia a uma fa­mília, a contenda a uma comunidade inteira ou o cisma em uma igreja local. Primeiramente, ela contamina o homem e então, por intermédio dele, todo um grupo de pessoas que o cerca. E dos males, o pior: quando deveria pronun­ciar-se pelo bem, mantém-se calada. A língua, às vezes, incendeia o curso da natureza mediante a ação de palavras malignas e destruidoras. Tal como uma roda gira sobre seu próprio eixo, sem ir a lugar nenhum, assim também é a re­petição do mal que nunca cessa, e que se mostra insensato e inútil, com rela­ção aos bons propósitos.
Impressionante como o homem con­segue domar todos os tipos de animais irracionais, grandes e pequenos, mas não tem capacidade de domar a sua língua bestial. Os animais, as aves e os répteis se sujeitam ao homem, mas sua língua, dentro de seu próprio corpo, re­cusa-se. Está fora do controle humano. A menos que recebamos o auxílio divi­no, através da influência do Santo Es­pírito de Deus, jamais poderemos mu­dar nossos hábitos como sinceros cris­tãos. “Não vos enganeis: as más con­versações corrompem os bons costu­mes”, I Coríntios 15.33.

Bênção e maldição
O homem pode utilizar a língua para abençoar e amaldiçoar, muito embora isso não seja natural – uma fonte deve produzir água boa ou má e uma árvore frutífera um tipo ou outro de fruto. Logo, é contra a natureza um homem jorrar de si mesmo maldição e bênção. O mal uso da língua mostra a deprava­ção íntima. A língua é um pequeno membro, mas pode inspirar uma nação a uma ação heróica. E também uma cha­ma que pode inflamar uma multidão, levando-a a praticar um linchamento.
Alguém disse: Uma palavra profe­rida em um momento solene pode ser uma palavra mais poderosa para o bem ou para o mal do que qualquer ato físi­co”. Pois o efeito que o Senhor Jesus tem tido na História se deve às suas pa­lavras. Igualmente, Hitler, o ditador po­lítico alemão, inflamava as massas com sua oratória. Hoje, grandes líderes po­líticos e figuras religiosas, cuja orató­ria é poderosa, exercem influência so­bre vasto número de pessoas tanto para o bem quanto para o mal.
Jesus disse em Mateus 12.36-37: “Eu afirmo que no dia do juízo cada um vai prestar contas de toda palavra inútil que falou. Porque as suas palavras vão servir para julgar se você é inocente ou culpado”. Devemos admitir que o Se­nhor Jesus nunca usou de palavras su­perficiais, nunca brincou com as pala­vras, nunca falou por mera diversão, nunca disse alguma palavra sem propó­sito ou utilidade. Ele não tinha um es­pírito inclinado à tolices; era manso, misericordioso, inclinado à simpatia; mas jamais mostrou-se superficial. Nunca teve conversas banais. Esse ditado mostra que nosso padrão é muito ele­vado, e que temos muito o que fazer para alcançar o alvo que se apresenta na pes­soa de Jesus.
Concluímos que, tanto a glória como a desgraça vem do falar – “O homem bom, do bom tesouro do coração tira o bem. O homem mau, do mau tesouro do coração tira o mal. Porque a boca fala do que está cheio o coração,” Lucas 6.45. No entanto, o indivíduo que tem a sua língua sob controle em todos os sen­tidos é um homem autocontrolado.

 

Extraído

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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