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Débora, uma mulher corajosa

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INTRODUÇÃO

Débora destacou-se como grande líder espiritual numa época em que Israel fora governado por juízes. Sua carreira, embora breve, teve grande importância para história do seu povo. Das experiências dessa competente e corajosa mulher, podemos extrair valiosas lições para os nossos dias.

CONTEXTO HISTÓRICO DOS JUÍZES DE ISRAEL                                                 

Idolatria e paganismoDébora foi convocada para julgar seu povo num dos piores momentos da vida nacional. Josué, o grande líder, não estava mais entre eles e, por isso, não havia unidade espiritual no país. A idolatria e a apostasia assolavam a nação (Jz 4.1,2). A circunstância era tão difícil que Débora fez questão de registrá-la em seu cântico (Jz 5.8). Certamente o que provocou esta situação foram os longos anos de paz e relativa prosperidade sob a liderança de Eúde Jz 3.30). A Bíblia afirma que “os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR, depois de falecer Eúde” ( Jz 4.1). Por conta disso, “Entregou-os o SENHOR nas mãos de Jabim, rei de Canaã” (Jz 4.2 – ARA).

Débora fora convocada pelo Senhor no mesmo instante em que o povo de Israel clamou por Ele     (Jz 4.3). Ainda hoje, quando a Igreja clama, arrependida, confessando seus pecados, o Senhor chama e envia obreiros com a missão de reconduzi-Ia ao caminho da santida­de (II Cr 7.14; Jr 33.3; Lc 10.2).

Progresso da civilização pagãNo tempo dos juízes, a Palestina era uma região muito próspera. Havia grandes e pomposas cidades, resultado do crescimento de uma civilização milenar. Por essa razão, os hebreus ficaram impressionados com as realizações culturais de seus vizinhos e, aos poucos, foram absorvendo sua cultura, religião e o modo de vida daquelas nações.

Infelizmente, nos dias atuais, o secularismo continua crescendo na igreja. Ele é o responsável pelo des­vio de muitos cristãos. Há crentes que deixam de buscar priorita­riamente o Reino de Deus e a sua justiça, para mergulharem no mun­danismo traiçoeiro (Mt 6.33,34; Lc 10.42).

Opressão sob os cananeusJabim, rei de Canaã (Jz 4.1-­3), dominava as principais rotas comerciais da região. Isso fazia com que o povo de Israel se sentisse oprimido, não havendo outra alternativa senão tomar outro rumo (Jz 5.6). Os cananeus eram bem superiores a Israel, especialmente no que tange às armas de guerra (Jz 4.3). Possuíam novecentos carros de ferro (Jz 4.7,15) e recebiam treinamento militar especializado. Dominavam a indústria e o comércio bélicos, armavam seus vizinhos contra Israel, e não permitiam que ninguém vendesse armas aos judeus: “não se via escudo nem lanças entre quarenta mil em Israel” (Jz 5.8 – ARA).

Foi nessa época que Débora recebera sua divina chamada. Só a intervenção sobrenatural de Deus poderia fazer de Israel um povo vitorioso. Quando a guerra é do Senhor a vitória é certa! ( Sm 7.1-13;17.40-54). Inicialmente Deus os entregara nas mãos de Jabim para prová-los (Jz 4.2). Porém, mais tarde, o Senhor entregou Jabim nas mãos dos filhos de Israel para honrá-los (Jz 4.14). o Todo-Poderoso precisava de uma pessoa corajosa para interceder pelo povo ( Ez 22.30).

Deus continua procurando e convocando seus santos arautos (Is 6.8; Jn 3.1-3; Mc 16.15,16).

DÉBORA, PROFETISA E JUÍZA (JZ 4.4)

Débora, “mãe em Israel” (Jz 5.7). Na Bíblia, os nomes quase sempre relacionam-se ao contexto sócio-histórico em que a pessoa vive, ou ao ofício que desempenha na comunidade. O nome Débora, no hebraico, significa “abelha”. O título “mãe de Israel” pode ser uma alusão às funções e à importância da “abelha-rainha” em seu meio (5.7).

Débora era casada com Lapidote e, provavelmente, descendia da tribo de Efraim ( Jz 4.4,5 ). Mulher madura, séria, determinada e de conduta moral elevada. Além do mais, era muito corajosa: em nenhum momento temeu estar à frente da batalha com Baraque, o grande general dos exércitos de Israel (4.8).

Débora e sua biografia bíblica. Débora fora designada por Deus para ocupar um cargo importante e exercer funções que eram reservadas à classe masculina da época. As mulheres, salvo raríssimas exceções, sempre ocuparam posições inferiores aos homens, tanto em Israel quanto nas comunidades vizinhas. Todavia, aprouve ao Senhor contrariar os conceitos humanos, como faria Jesus tantas outras vezes (Jo 4. 9,10,28-30).

Débora foi a única juíza de Israel. Sua história revela a mais retumbante das vitórias cantadas na Bíblia (Jz 5). Deus usa quem quer, como quer e onde quer. Sua multiforme sabedoria é a característica essencial das suas operações.

Débora, a profetisa (Jz 4.4). Antes de julgar Israel, Débora já atuava no ministério profético (4.4). Na Bíblia, há várias mulheres que se dedicaram a esse mister: Miriã (Êx 15.20), Hulda (II Rs 22.14), Noadias (Ne 6.14) e Ana (Lc 2.36).

Como profetisa, Débora não se acovardou. Entregou a mensagem divina a Baraque com segurança e determinação (Jz 4.6,7). O Eterno confiou a essa grande mulher as estratégias de guerra, o comando e a vitória. Em seu belíssimo cântico, louva ao Senhor com ênfase e ousa­dia: “Ao SENHOR, eu, sim, eu canta­rei!” (Jz 5.3).

Débora, a juíza (Jz 4.4). Débora era capaz, e profundamente espiritual. Sabia discernir e julgar com retidão. Sob orientação divina estabeleceu um fórum público ao ar livre, facilitando o acesso de qualquer pessoa que desejasse receber seus conselhos (Jz 4.5; cf. 2 Sm 20.18). De juíza local, estabelecida nas montanhas de Efraim (Jz 4.5), Deus a elevou à categoria de juíza geral de Israel. Isso faz o Todo-Poderoso com todos aqueles que se colocam à disposição de sua soberana vontade. Ajamos assim! Nada de forjar posições de honra! E, depois, dizer que tudo veio do Senhor.

O Senhor continua buscando homens e mulheres fiéis, que estejam com a visão correta, no lugar e no tempo de Deus.

A vitória de Israel. Diante do perigo, Débora agiu com urgência e decisão. Ordenou que Baraque viesse imediatamente à sua presença (Jz 4.6), a fim de comunicar-lhe os planos de Deus. Assim cantou: “Cessaram as aldeias em Israel, cessaram, até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei” (Jz 5.7). O verbo “levantar” denota desprendimento, coragem, fé e determinação. Com liderança e autoridade, essa autêntica heroína israelita ordenou que o exército hebreu enfrentasse seus inimigos com ousadia e veemência (Jz 4.6-8). Providencialmente, Débora estava, no lugar certo, no momento certo e com a estratégia certa.

CONCLUSÃO

Débora é um exemplo de fé e coragem para todos os que amam a Palavra de Deus (I Tm 1.6-12; Hb 11.32). Quando estivermos indecisos acerca do caminho a trilhar, é melhor seguirmos o exemplo de Débora. Tomarmos o caminho da confiança incondicional em Deus. Sua fé inabalável tornou-a determinada e atuante. Estas virtudes estão ao alcance de todos os que desejam viver sob a soberana vontade de Deus.

 

Postado por: Ev. Ademilson Braga

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