E.B.D
Davi: a manifestação da graça
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 233 – 2º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 12 – 22 de junho de 2025
TEXTO PRINCIPAL
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hb 4.16).
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – II Sm 4.4
O menino coxo
Terça-feira – II Sm 9.6,7
A bondade de Davi
Quarta-feira – Sl 23.1
O Senhor é suficiente
Quinta-feira – II Sm 11.13-15
A maldade de Davi
Sexta-feira – Rm 3.21-26
A graça imerecida
Sábado – Ef 2.8,9
Salvos pela graça
TEXTO BÍBLICO
II Samuel 9.1-7.
1 – E disse Davi: Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?
2 – E havia um servo na casa de Saul cujo nome era Ziba; e o chamaram que viesse a Davi, e disse-lhe o rei: És tu Ziba? E ele disse: Servo teu.
3 – E disse o rei: Não há ainda algum da casa de Saul para que use com ele de beneficência de Deus? Então, disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jónatas, aleijado de ambos os pés.
4 – E disse-lhe o rei: Onde está? E disse Ziba ao rei: Eis que está em casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.
5 – Então, mandou o rei Davi e o tomou da casa de Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar.
6 – E, vindo Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, a Davi, se prostrou com o rosto por terra e se inclinou; e disse Davi: Mefibosete! E ele disse: Eis aqui teu servo.
7 – E disse-lhe Davi: Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu de contínuo comerás pão à minha mesa.
INTRODUÇÃO
O reino já estava consolidado, Davi era reverenciado por todos como rei e uma sucessão de vitórias e avanços nas mais diversas áreas em Israel faziam parte do cotidiano. Nesse contexto, dois eventos chamam a nossa atenção: a expressão de bondade para com Mefibosete, filho de Jônatas, e a voracidade da maldade para com Urias, marido de Bate-Seba. No primeiro caso vemos a expressão da graça. No segundo, a frieza do mal.
I. A BONDADE PARA COM MEFIBOSETE
1. Há ainda alguém? Muitos anos haviam se passado, Davi já estava firmado como rei de Israel e o reino prosperava. A tendência humana indicava olhar para frente e buscar ainda mais conquistas e ampliar ainda mais as fronteiras. Mas o homem segundo o coração de Deus tinha uma dívida a ser paga (I Sm 20.15,42). A aliança com Jônatas mencionava o cuidado e a bondade para com ambas as casas e, com a morte do filho de Saul, restou a Davi o cumprimento do que havia sido prometido. Certo dia, Davi começou a procurar algum descendente de Jônatas para que pudesse ser alcançado pela bênção. Então o rei perguntou ao servo Ziba: “Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?” (II Sm 9.1). Ziba então revelou a história de Mefibosete e o seu paradeiro (II Sm 4.4; 9.4). O filho de Jônatas, com os pés aleijados por conta de um acidente, ainda na infância, durante a fuga dos inimigos que buscavam exterminar a casa de Saul, vivia em Lo-Debar, na casa de Maquir, filho de Amiel. Então, Davi ordenou que buscasse Mefibosete para que pudesse agir com bondade, por amor a Jônatas.
2. Dois atos de bondade.O encontro entre o rei e o homem exilado e aleijado foi memorável. O que se seguiu destoava de todas as expectativas. Mas Davi era diferente, ele tinha sua vida dirigida pelo Espírito de Deus. Mefibosete estava atônito e temendo até por sua vida, sem dúvidas sua estadia em Lo-Debar era também motivada pela busca de um esconderijo diante da possibilidade de ser reconhecido como neto de Saul, e assim ser morto.
Já Davi estava ansioso por receber o filho de seu grande amigo Jônatas. O tempo passou, mas as memórias eram vívidas. A amizade entre os dois foi um instrumento de Deus para proteger, ensinar, treinar, edificar e dar suporte emocional a Davi diante das tantas perseguições sofridas.
Quando o filho de Jônatas entrou no recinto onde estava o rei, a cena foi impressionante: Davi se prostou diante do jovem e exclamou: Mefibosete! A forma como esse nome foi mencionado trouxe alento ao coração do jovem. Naquele momento, ocorreram dois inspiradores atos de bondade praticados por Davi: recebeu o filho de Jônatas e neto de Saul em sua mesa diariamente como seu fosse seu próprio filho (II Sm 9.7); devolveu as terras que pertenciam ao seu avô, e criou condições para que ele tivesse o seu sustento de forma continuada (II Sm 9.9,10).
3. Alcançado pela graça. A comunhão existente entre Davi e Jônatas rendeu bons frutos e teve seus efeitos manifestados em um tempo posterior. Por amor ao amigo, alguém esquecido em Lo-Debar foi chamado para viver uma nova história. Assim como o filho pródigo, ele foi alcançado pela graça (Lc 15.22). Temos em Davi um tipo de Cristo que, em sua bondade para com Mefibosete, nos desperta para o amor e a misericórdia de Deus em nosso favor, pecadores indignos de sua graça (Rm 3.24).
II. A MALDADE PARA COM URIAS
1. Uma janela aberta e um terraço.Era apenas uma janela aberta (Bate-Seba poderia tê-la fechado) e um simples terraço (o rei poderia evitá-lo), parecia inofensivo. Mas levou-os a um triste destino. Devemos sempre vigiar, orar e nos refugiar no Senhor, somos fracos, mas Ele é nossa força (Mt 26.41).
2. Dois atos de iniquidade.Davi foi o responsável por dois terríveis atos de iniquidade: o adultério com Bate-Seba (II Sm 11.4) e a articulação para o assassinato de Urias (II Sm 11.14,15). A bondade, a justiça, a benignidade que em nós repousam, assim como outras virtudes, são consequências do quanto nos permitimos estar no centro da vontade divina (Gl 5.22,23). Quanto mais nos aproximamos do Senhor e andamos em sintonia com as suas orientações, mais nos envolvemos com os propósitos, pensamentos, caminhos e sonhos que Ele tem para nós (Is 55.8,9).
3. Maldade e bondade. A maldade para com Urias e a bondade para com Mefibosete contrastam na vida de um mesmo homem. Davi era o mesmo homem segundo o coração de Deus, mas não era imune ao pecado. Ao se aproximar do Senhor, as bênçãos o seguiam (Dt 28.3), ao se afastar, o contrário também poderia ser percebido (Sl 32.3,4).
III. ALCANÇADOS PELA GRAÇA
1. Maravilhosa graça.O filho de Jônatas se considerava um cão morto (2Sm 9.8), porém Davi o via como um príncipe. A atitude de Davi nos faz lembrar do significado da graça de Deus para com nossas vidas. Éramos perdidos, escravos do medo e mortos diante de nossos pecados. O Senhor abriu-nos o caminho que leva à salvação e assim, fomos achados, libertos e presenteados com uma vida plena. A graça encontrada nessa bela história é, também, uma prefiguração do que viria a acontecer na plenitude dos tempos (Gl 4.4) onde Cristo nos apresentou a salvação em sua maravilhosa graça (Ef 4.7).
2. À mesa com Jesus.Assim como Davi convidou Mefibosete à mesa do rei, Jesus também nos convida a participar da sua mesa e usufruir da sua presença. Uma possível definição para a palavra graça é: “um favor imerecido da parte de Deus”. A Bíblia nos apresenta dois tipos de graça: comum (Mt 5.45) e salvadora (Tt 2.11-14). A primeira é estendida à toda humanidade, a segunda também é para todos, porém apenas é concedida aos que aceitarem a Jesus Cristo como Salvador de suas vidas.
A graça comum é concedida ao homem pelo amor, bondade e misericórdia de Deus. Ela se refere à vida, ao ar que respiramos e todas as demais coisas que são necessárias em nosso cotidiano, a chamada ao evangelho, à influência cristã e à longanimidade de Deus (Rm 9.21,22). Já a graça salvadora é a maravilhosa manifestação do amor de Deus (Jo 3.16) possibilitando ao homem o perdão dos seus pecados e a salvação de sua alma ao aceitar Jesus Cristo com seu único e suficiente Salvador. A partir desse momento, passamos a ter uma nova vida e recebemos o Espírito Santo para uma caminhada de santificação e crescente intimidade com Deus. Devemos, ardentemente, buscar a presença divina e a graça para as nossas vidas.
CONCLUSÃO
Assim como Davi foi usado por Deus para derramar a graça sobre a vida de Mefibosete, também podemos ser usados pelo Senhor em uma vida abençoadora por onde caminharmos. A graça comum de Deus está acessível a todos e nós somos chamados ao compartilhamento dessa bênção no que se refere às necessidades do cotidiano, ao anúncio das Boas-Novas, à influência cristã e à longanimidade do Senhor. Dessa forma, podemos despertar nas pessoas o desejo profundo em serem também alcançados pela graça salvadora de Cristo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD