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E.B.D

A promessa que não pode ser revogada

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 241 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 07 – 17 de agosto de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.” (Gl 3.26).

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Gl 3.17
A aliança não é invalidada pela Lei
Terça-feira – Gn 12.3
Todas as famílias da terra
Quarta-feira – Jo 1.17
A graça veio por Jesus Cristo
Quinta-feira – Gl 3.19
A Lei existe por causa das transgressões
Sexta-feira – Gl 3.25
Não precisamos de aio
Sábado — Gl 3.21
A Lei não é contra as promessas de Deus

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 3

17 — Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa.
18 — Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente a Abraão.
19 — Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
20 — Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.
21 — Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.
22 — Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
23 — Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
24 — De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que Paulo se refere à importância da promessa em detrimento da Lei. Os judaizantes criam que eram a semente de Abraão, e somente eles. Mas Paulo mostra que a semente de Abraão, para Deus, é mais abrangente, e alcança todos os que creram e creem em Jesus pela fé, judeus e gentios. A Lei, que é o pacto moisaico, não tem o poder de anular a promessa de Deus feita ao patriarca 400 anos antes, pois Deus não voltou atrás em sua promessa.

I. O PACTO DE DEUS ANTERIOR À LEI

  1. A Lei não invalida o testamento. Paulo se vale de uma linguagem jurídica para mostrar aos gálatas a importância das promessas de Deus. Aqui, ele apresenta uma contraposição entre a promessa e uma lei. Deus fez promessas a Abraão, e destacamos a de que ele seria pai de uma grande nação. Pelo que vemos ao longo da revelação divina, com base em Gênesis 12.3: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”, o alcance da promessa divina a Abraão ia além da sua semente física. Deus fez um pacto com Abraão, e esse pacto não seria revogado pela lei de Moisés.
    Na língua grega há duas expressões para a palavra “aliança”. A primeira é syntheke, “colocar junto”, onde um pacto é feito entre partes iguais, com direitos iguais de discutir o acordo a ser proposto. A segunda palavra é diatheke, “colocar por”, e traz a ideia de um acordo em que as partes são desiguais, quando uma parte coloca os termos e a outra aceita ou rejeita. Esse é o termo que Paulo usa para explicar o pacto de Deus com Abraão. O patriarca, como ser humano, era limitado no que poderia oferecer a Deus, exceto pela fé que tinha no Eterno. Deus, por sua vez, prometeu bênçãos a Abraão, e uma vez feito o pacto acerca dessa promessa, não voltaria atrás. Em sua presciência, Deus sabia que os gentios seriam alcançados e experimentariam a oportunidade de viver pela fé.
  2. A herança vem pela promessa. Por mais que a herança possa ser regulamentada por uma lei, ou seja, por mais que uma lei defina as regras para que uma herança possa ser dada e recebida, a lei não tem o poder de modificar a vontade do testador, nem de alterar o testamento depois de o testador ter falecido. A lei pode regulamentar, mas não invalidar o testamento, ainda mais se essa lei veio muito tempo depois de o testamento ter sido acertado entre o doador e o herdeiro. A promessa de Deus a Abraão não poderia ser revogada pela Lei que Deus deu ao seu povo. A herança não viria através da Lei, mas da promessa baseada e ratificada pelo testamento entre Deus e Abraão.
  3. A Lei existe por causa das transgressões. Paulo explica o motivo da Lei existir, pois se não o fizesse, certamente os gálatas manteriam a percepção de que seguir os preceitos mosaicos, sendo gentios, era a forma correta de viver o Evangelho. De certa forma, a Lei de Moisés pode ser comparada a um objeto que tem a capacidade de refletir a imagem de uma pessoa, mas não de limpá-la. A Lei mostrava quem a pessoa era, mas não podia mudá-la. Espelhos não mudam a aparência das pessoas que se colocam diante deles.
    A Lei tinha por objetivo regular as relações entre o homem e Deus, entre o homem e o seu próximo e o homem consigo mesmo. Era um código de suma importância para os hebreus. Ela existia porque a natureza pecaminosa dos filhos de Abraão era a mesma natureza pecaminosa dos demais seres humanos, e os hebreus pelo menos teriam um referencial escrito para não pecar contra Deus.
    Como já sabemos, a Lei apontava o pecado. Ela, de certa forma, restringia a maldade, e nos é dito que ela existia por conta das transgressões. Como sabemos, é da natureza pecaminosa do ser humano tentar burlar regras (Rm 7.7). A Lei mostrava o pecado, e os homens testavam os limites do alcance dela pecando contra Deus.

II. A LEI NÃO INVALIDA AS PROMESSAS DE DEUS

  1. A Lei não é contra as promessas de Deus. É estranho imaginar que Deus tenha feito um pacto com Abraão e, quatrocentos anos depois, tenha mudado as regras, fazendo uma Lei para os descendentes de Abraão e mudando os termos antes acertados. Em sua fidelidade, o Eterno mantém o que foi ajustado com Abraão ao longo dos séculos.
    Paulo pergunta: “Logo, a Lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma Lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela Lei” (Gl 3.21). O que os judaizantes não compreendiam é que a Lei e a promessa de Deus não eram opostas. Deus não criou a Lei para se opor à promessa que havia feito a Abraão, mas para conduzir os hebreus à fé em Cristo. Ela era um aio, como veremos.
  2. Tudo está debaixo do pecado. Antes de falar sobre a Lei como um tutor, Paulo fala que “a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” (Gl 3.22). A salvação é uma dádiva, não uma dívida que tenha de ser paga pelo esforço humano. Aqui entra o fator graça de Deus. Com todos colocados no mesmo padrão, ou seja, debaixo do pecado, há uma “padronização”, ou seja, ninguém é melhor ou superior a ninguém quando se trata de receber a salvação. Ou é pela fé ou não é por caminho nenhum.
  3. A lei como “aio”. A Lei agia como um tutor. Ela ensinava, conduzia no caminho, mas também tolhia a liberdade. Como um batedor militar, que conduz uma autoridade até o seu destino, o aio assim agia. Ele direciona o comboio, faz a proteção, mas não os deixa em liberdade até que tenham chegado ao destino esperado. A Lei de Moisés deve guiar os seus seguidores até Cristo. Da mesma forma que um aio deveria conduzir uma criança até o destino proposto, assim a Lei deveria fazer.
    A Lei de Moisés não é adversária da graça de Deus. Na prática, a Lei conduz os hebreus até a graça de Deus, pois as ordenanças mosaicas apontam para uma impossibilidade de se agradar a Deus pelas obras: “Porque a lei foi dada por Moisés: a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17). A Lei nos prende ao pecado mostrando o que é o pecado. A liberdade dessa prisão só pode vir por Cristo.

III. OS VERDADEIROS FILHOS DE DEUS

  1. Somos filhos de Deus pela fé. O que faz com que sejamos feitos filhos de Deus não é a observância da Lei. Não somos filhos de Deus pelas coisas que fazemos, e sim pela fé em Jesus. É possível que resquícios da mensagem dos judaizantes estejam sendo ensinados em nossos dias, quando se exige que uma pessoa cumpra uma série de preceitos para que possa ser abençoada ou salva.
  2. Não há judeu nem grego. Na graça de Deus, todos somos iguais para a salvação: pecadores. Sem fé, um hebreu não terá a salvação, e pela fé, um gentio verá a Deus. Por isso Paulo diz que “nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
  3. Somos descendentes de Abraão (Gl 3.29). Paulo não diz que somos herdeiros de Abraão por força da Lei de Moisés, mas sim por causa da promessa de Deus. Os judeus ainda são descendência física de Abraão, mas todos os que creem em Jesus, pela fé, são igualmente filhos de Abraão.
    Nós fomos feitos filhos de Deus por adoção, mas nem por isso somos menos filhos de Deus. A adoção traz para nós as prerrogativas de uma herança que nos está destinada pela fé.

CONCLUSÃO

A salvação é um presente de Deus, uma herança, que nos é dada por intermédio da fé, que nos justifica e nos faz filhos de Deus por adoção. Ela não é nem pode ser fruto de troca, como algumas pessoas queiram sugerir. E a Lei de Deus não se opõe à promessa dEle, pois aceita o homem pela fé, e esse é o padrão que Ele estabeleceu para que os homens se aproximassem dEle. Somos filhos de Deus e descendência do patriarca Abraão pela fé.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

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