Adultos - CPAD
O corpo como templo do Espírito Santo
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 705 – 4º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 04 – 26 de outubro de 2025
TEXTO ÁUREO
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Co 6.19).
VERDADE PRÁTICA
Ter consciência de que nosso corpo é habitação do Espírito Santo faz toda a diferença na maneira como o possuímos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – II Co 4.10
A vida de Jesus se manifesta em nosso corpo
Terça-feira – Pv 11.17
O homem cruel prejudica o próprio corpo
Quarta-feira – Rm 6.12
O pecado não pode reinar em nosso corpo
Quinta-feira – Tg 3.2-6
Frear a boca é fundamental para dirigir o corpo
Sexta-feira – I Co 12.18-25
Todos os membros do corpo são importantes
Sábado – I Co 7.1-5
O uso santo do corpo na vida conjugal
LEITURA BÍBLICA
I Coríntios 3
16 – Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
17 – Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
I Coríntios 6
15 – Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 – Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17 – Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18 – Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19 – Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 – Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos como o pecado afetou o corpo humano, trazendo sofrimento e morte. Mas vimos também que a obra redentora de Cristo é poderosa para restaurar todas as coisas, o que inclui a redenção de nossa matéria corrompida (Rm 8.23). Nesta lição, estudaremos a respeito do corpo como templo do Espírito Santo, enfatizando sua importância e necessidade de cuidado, principalmente quanto à santificação.
I – CORPO: PROPRIEDADE E HABITAÇÃO DIVINA
- Comprado e selado.Assim como o espírito e a alma, nosso corpo também foi comprado por Cristo e tem o selo do Espírito Santo (I Co 6.20; Ef 1.7-13). Isso nos torna propriedade de Deus em todos os aspectos, inclusive no físico, que é, literalmente, templo e santuário. Como Jesus prometeu aos discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que […] habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16,17). A expressão “habita convosco e estará em vós” indica dois estados distintos.
Antes da morte e ressurreição de Jesus os discípulos tinham a presença do Espírito com eles. Depois passaram a tê-lo dentro deles, pela experiência da regeneração (Jo 20.22), como acontece com todos que nascem de novo (Jo 3.3-8; Tt 3.4-7; I Pe 1.23). Como propriedade e habitação divina temos de nos santificar e nos dedicar a Deus por inteiro. Enganam-se os que dizem que Ele quer apenas o “coração” (I Ts 4.4; I Pe 1.15). - “Não sabeis vós?”. A pergunta retórica feita por Paulo aos coríntios indica que, apesar de ensinados (At 18.1,11), faltava-lhes uma compreensão espiritual correta acerca da mordomia do corpo. O apóstolo faz semelhante indagação por quatro vezes (I Co 3.16; 6.15,16,19). Os coríntios eram imaturos e carnais, por isso havia tantos pecados entre eles (I Co 5.1,2,9-11). Discussões que visam negar a necessidade de santificação corpórea são sinais de imaturidade e carnalidade, inclusive as relativas ao vestuário. Depois do pecado, Adão e Eva se cobriram com aventais de folhas de figueira (Gn 3.7). Deus substituiu por roupas de peles, demonstrando que o corpo — seja da mulher, seja do homem — não deve ser fragilmente coberto e ficar sujeito à exposição, como objeto de tentação e cobiça (Gn 3.21; I Tm 2.9). O padrão moral segundo Deus é mais elevado que o nosso.
- Propriedade e domínio. O detentor da propriedade deve ter também o domínio. Se pertencemos ao Espírito, devemos viver sob seu domínio. Como enfatiza Paulo, nosso corpo é “para o Senhor” (I Co 6.13) e não para as impurezas (Ef 5.1-6). Somos “membros de Cristo” (I Co 6.15) e “templo do Deus vivente” (II Co 6.16). Por isso, o pecado contra o corpo ofende gravemente a santidade de Deus e produz terríveis sofrimentos (Sl 32.2-5; 51.4; I Co 3.17; 5.1-5; 6.18). Quando isso acontece, somente um profundo arrependimento e sincera confissão conduzem a uma verdadeira e completa cura e restauração (Sl 32.1-6; Tg 5.16).
II – O CORPO COMO TABERNÁCULO
- Portador da Presença. Uma das figuras aplicadas ao corpo no Novo Testamento é o tabernáculo. Paulo e Pedro usam essa linguagem metafórica (“estamos neste tabernáculo” — II Co 5.4); (“brevemente hei de deixar este meu tabernáculo” — II Pe 1.14). Isso nos remete ao Antigo Testamento; ao tabernáculo de Moisés — “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8) — e solidifica o entendimento do corpo como portador da presença de Deus (Rm 8.11). O Todo-Poderoso decidiu viver em nós, uma tão frágil habitação (Jo 14.23; II Co 4.7; Ap 3.20).
- Tabernáculo e tricotomia. A analogia do tabernáculo reforça também o aspecto tricotômico do ser humano — a composição em três partes, assim como a edificação feita no deserto. O tabernáculo compreendia: (1) o pátio — um espaço externo aberto —, (2) o Lugar Santo e (3) o Lugar Santíssimo — um espaço interno único, coberto, separado apenas por um véu (Êx 26.33; 27.9), o que lembra a tênue divisão entre alma e espírito (Hb 4.12). Quando o tabernáculo foi levantado, a glória do Senhor o encheu completamente (Êx 40.34,35). Assim é a presença do Espírito Santo na vida do crente: enche-o em sua integralidade — corpo, alma e espírito (Ef 3.19; 5.18). Isso se torna ainda mais evidente nas gloriosas experiências pentecostais (At 10.44-46; I Co 12.7-11).
- Um tabernáculo guiado. Outra lição espiritual que extraímos da metáfora do tabernáculo é a importância de ter a presença de Deus como guia permanente e eficaz em nossa vida. Se a nuvem do Senhor, que estava sobre o tabernáculo, se levantava, os filhos de Israel caminhavam; se não se levantava, permaneciam no mesmo lugar (Êx 40.36-38). Ser sensível ao Espírito nos livra de decisões e movimentos errados em nosso viver diário (Êx 33.15). É melhor seguir a Nuvem; quer de dia, quer de noite (Nm 9.21).
III – CUIDANDO DO TEMPLO DO ESPÍRITO
- “Fugi da prostituição”. O substantivo grego porneiatraduzido como prostituição em 1 Coríntios 6.18 tem um significado amplo, referindo-se à “impureza” (ARA) ou “imoralidade sexual” no sentido geral (NAA e NVI). Toda a prática sexual fora do casamento está abarcada nesta expressão. Ao usar o verbo “fugir” na voz ativa (pheugo, “fugir de ou para longe”), Paulo aponta para a necessidade de ações concretas que nos ponham a salvo dos terríveis malefícios das impurezas sexuais, o que começa pelo cuidado com os olhos (Jó 31.1; Sl 101.3). O que vemos e como vemos determina se nosso corpo será cheio de luz ou trevas (Mt 6.22,23). Além dos nefastos efeitos espirituais, os pecados sexuais produzem graves consequências físicas e mentais. A pornografia, por exemplo, tem se tornado um vício altamente destrutivo. O alerta divino é imperativo e radical: “Fugi!” (I Ts 5.22).
- Disciplinas espirituais. Para uma vida espiritual plena como templo do Espírito Santo não basta que os membros do corpo deixem de ser instrumentos do pecado. É preciso apresentá-los a Deus como instrumentos de justiça (Rm 6.12,13) e culto, “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). É por meio do corpo que praticamos as mais importantes disciplinas de nossa vida espiritual, como o jejum, a oração e o estudo da Palavra de Deus, que são fundamentais para uma contínua e fluente agência do Espírito de Deus em nosso interior. Ele nos guia em toda a verdade (Jo 16.13; I Co 2.12,13), produz em nós o seu fruto (Gl 5.22), nos capacita para servir a Cristo (At 4.31; Rm 15.18,19) e habita em nosso coração como o penhor de nossa eterna redenção (II Co 1.21,22; Ef 1.13,14).
- Disciplinas corporais. É um contrassenso ter o corpo como templo do Espírito Santo e tratá-lo sem o devido cuidado (3 Jo 2). Dentre esses cuidados estão a quantidade e a qualidade de nossa alimentação. Às vezes se afirma, em tom jocoso, que crente não bebe, mas come muito. Não seria reflexo da falta de moderação de alguns? Além do aspecto alimentar, descanso (especialmente o sono, Sl 127.2) e exercícios físicos também são importantes cuidados para o corpo e a mente. Cabe-nos, também, fazer uso regular dos meios de saúde preventivos e curativos disponíveis (Is 38.21).
CONCLUSÃO
Corpo e mente saudáveis nos tornam mais dispostos para adorar e servir a Deus (Mc 12.30). Que vivamos de maneira sábia e equilibrada, como templo do Espírito. Um elevado privilégio, fruto da graça de Deus em Cristo Jesus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD
