Adultos - CPAD
Uma Igreja fiel à pregação do Evangelho

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 691 – 3º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 03 – 20 de julho de 2025
TEXTO ÁUREO
“E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira pregação bíblica consiste em dar testemunho de Cristo no poder do Espírito.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira — I Co 1.23-25
A necessidade da pregação
Terça-feira — Mc 16.15
Chamados para pregar
Quarta-feira — Lc 4.18
Ungido para pregar
Quinta-feira — At 4.16
Pregando Cristo
Sexta-feira — At 4.19
Um chamado ao arrependimento
Sábado — At 4.25
A ênfase da promessa abraâmica
LEITURA BÍBLICA
Atos 3.11-19.
11 — E, apegando-se ele a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado de Salomão.
12 — E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?
13 — O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto.
14 — Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida.
15 — E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.
16 — E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.
17 — E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes.
18 — Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer.
19 — Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor.
INTRODUÇÃO
Esta lição mostrará uma das marcas de uma igreja bíblica: seu compromisso com a pregação da Palavra de Deus. Uma igreja verdadeira valoriza a mensagem das Escrituras e coloca Jesus Cristo no centro de tudo o que ensina. É por meio da pregação da Bíblia que o mundo pode conhecer a Cristo. Além disso, uma igreja bíblica prega no poder do Espírito Santo. Não transmite apenas palavras vazias, mas a mensagem viva e transformadora que vem da inspiração do Espírito de Deus. Por fim, uma igreja bíblica traz esperança para aqueles que já não enxergam saída. Ela anuncia que há um futuro de refrigério e renovação na presença do Senhor.
I – A IGREJA QUE PREGA AS ESCRITURAS
1. As Escrituras revelam Deus. A Igreja deve pregar as Escrituras, pois elas revelam Deus. A segunda pregação de Pedro, registrada em Atos 3.11-26, é um grande exemplo disso. A mensagem do apóstolo é completamente baseada nas Escrituras e coloca Deus no centro.
Pedro usa trechos das Escrituras para fundamentar sua pregação, citando Deuteronômio 18.15-19 (v.23) e Gênesis 22.18 (v.25). Há também uma conexão como o Salmos 22.1-31 (v.18) e a Daniel 9.26 (cf. v.18). Além disso, Pedro mostra que Deus sempre esteve presente e agindo na história do seu povo (At 3.13), da mesma forma que os autores da Bíblia falavam sobre a revelação de Deus ao longo dos tempos (cf. Gn 26.24; 28.13; 31.42,53; 32.9; Êx 4.5; I Rs 18.36; I Cr 29.18; II Cr 30.6; Sl 47.9).
2. As Escrituras testemunham de Jesus. As Escrituras apontam para Cristo. Jesus disse que as Escrituras davam testemunho dEle (Jo 5.39). Cristo é o centro da Bíblia. Essa era também a compreensão do apóstolo Pedro. Segundo suas palavras, os profetas anunciaram antecipadamente o sofrimento de Cristo (At 3.18). A pregação de Pedro invocou o testemunho das Escrituras para mostrar que a rejeição de Jesus e sua morte não foram por acaso — já haviam sido preditas pelos antigos profetas.
3. As Escrituras confrontam o pecado. A verdadeira pregação também mostra o problema do pecado e o confronta (At 3.19). No texto citado, Pedro usa o termo grego metanoéō, traduzido aqui como “arrependei-vos”. Essa palavra, além do já conhecido sentido de “arrependimento”, significa também mudança de mente e mudança interior, especialmente no que diz respeito à aceitação da vontade de Deus. A pregação bíblica deve confrontar o pecado e exige uma mudança radical dos seus ouvintes.
II – A IGREJA QUE PREGA NO PODER DO ESPÍRITO
1. O Espírito capacita o mensageiro. Não podemos nos esquecer de que Pedro estava cheio do Espírito Santo quando pregou a mensagem registrada em Atos 3. Isso fica evidente no uso do verbo grego atenízō, traduzido como “fixar os olhos” na passagem: “E Pedro, com João, fitando os olhos nele” (At 3.4). O estudioso Strong explica que, no Novo Testamento, esse termo é usado para descrever momentos de revelação, reconhecimento ou atenção especial, geralmente ligados a acontecimentos divinos ou milagrosos.
2. “Fixar os olhos”. Essa mesma expressão também é usada para descrever o apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, quando olhou fixamente para um homem paralítico na cidade de Listra e o curou (At 14.9). Da mesma forma, aparece em Atos 13.9, quando Paulo, cheio do Espírito Santo, fixou os olhos no falso profeta Elimas para repreendê-lo. Retomando o episódio de Pedro, isso nos mostra que ele não apenas estava capacitado para curar, mas também estava ungido para pregar. O Espírito Santo é quem inspira e dá poder à pregação da Palavra. Portanto, pregar não é apenas fazer um discurso! Pregar é anunciar a mensagem de Deus com a autoridade e a unção do Espírito Santo.
3. O Espírito glorificará a Jesus. Jesus disse que o Espírito Santo o glorificaria (Jo 16.14). O Espírito nunca chama a atenção para si mesmo, mas sempre aponta para Cristo. Isso é exatamente o que vemos na cura do paralítico na Porta Formosa, em Atos 3. Pedro, cheio do Espírito Santo, não poderia aceitar ser o centro das atenções. Ele deixou claro que o milagre não aconteceu por seu próprio poder ou santidade; “Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). Da mesma forma, qualquer pregação que tira o foco de Cristo e coloca o homem no centro não é uma pregação bíblica. Isso não passa de um discurso humano.
III – A IGREJA QUE PREGA A ESPERANÇA VINDOURA
1. Alerta a uma sociedade indiferente e insensível. O apóstolo Pedro já havia exortado os seus ouvintes na sua primeira pregação a salvarem-se daquela “geração perversa” (At 2.40). Agora, ele reconhece que aquela era também uma geração “ignorante” (At 3.17). Era uma cultura indiferente e insensível para a realidade espiritual. Era, portanto, uma geração sem esperança (I Ts 4.13). A insensibilidade às coisas espirituais é a marca daqueles que não conhecem a Deus (I Ts 4.5). É a essas pessoas que a mensagem da cruz deve ser pregada.
2. A promessa da Segunda Vinda. Concluindo a sua pregação, Pedro deixa uma mensagem de esperança: “e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). Por um lado, os ouvintes do apóstolo já podiam experimentar a bênção prometida a Abraão, que fora trazida por Jesus, o Messias. Essa bênção, portanto, já era uma realidade. Por outro lado, essas palavras de Pedro olham para o futuro, apontando para um “refrigério” dos últimos dias que fora prometido a Israel. Trata-se da futura “restauração de todas as coisas”. A Igreja, portanto, tem uma mensagem de esperança para aqueles que estão sem esperança. É uma realidade que, no tempo de Deus, se cumprirá.
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim de mais uma lição. Nela, vimos a grande importância que a pregação bíblica tem e como devemos ser fiéis na exposição do texto sagrado. Pedro, mesmo sendo um simples pescador, com uma gramática e conhecimentos limitados, sabia expor com maestria as Escrituras Sagradas. Assim como ele, devemos nos render totalmente ao Espírito Santo, sendo cheios dEle, para sermos exitosos no ministério da Palavra de Deus. Uma igreja bíblica é uma igreja que vive e sabe expor as Sagradas Escrituras.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD