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Adultos - Betel

Não cobiçarás o que é de teu próximo: cultivando um espírito de contentamento e gratidão pelo que temos

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 256– 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 11 – 15 de dezembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” I Timóteo 6.6

VERDADE APLICADA

Devemos enfrentar a inclinação à cobiça, andando em Espírito e nos contentando com o cuidado e a provisão de Deus, com alegria e louvores.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

I Coríntios 10

1- Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nu- vem, e todos passaram pelo mar.
2- E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
3- E todos comeram de um mesmo manjar espiritual,
4- E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
5- Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto.
6- E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobiçamos as coisas más, como eles cobiçaram.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Lv 19.16
Não te porás contra o sangue do teu próximo.
Terça-feira – Js 7.21
A cobiça de Acã.
Quarta-feira – I Rs 21.1-16
Acabe e a vinha de Nabote.
Quinta-feira – Sl 131
A humildade de Davi.
Sexta-feira – Mc 7.21-23
Os males procedem do interior do coração.
Sábado – Tg 1.14-16
Atraídos e engodados pela concupiscência.

INTRODUÇÃO

O décimo mandamento trata dos desejos impróprios que surgem no pensamento e coração do ser humano que, se guardados e alimentados, causam prejuízos ao relacionamento com Deus e com o próximo. O enfrentamento passa por não ignorar ou desprezar tal realidade e recorrer à Palavra de Deus e ajuda do Espírito Santo para continuarmos nos contentando com o cuidado e a provisão de Deus, bem como vigiando quanto às nossas intenções e motivações. Afinal, somos do Senhor!

I – AS VÁRIAS FACES DA COBIÇA

A função do décimo mandamento é inibir a cobiça de modo geral. Ele proíbe especificamente a cobiça da mulher, dos empregados, dos animais e de todos os bens materiais e ideais do próximo.

1. O décimo mandamento. No sétimo mandamento vemos a proibição do adultério, no décimo, vemos algo mais profundo: a proibição do desejo. Esse último mandamento visa proteger o ser humano das ambições erradas, a tal cobiça que tem infectado a muitos nas suas mais diversas formas. O mandamento é abrangente e abarca a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (Gn 3.6; 1 Jo 2.16). Ο qual envolve diversas modalidades de pecados, como: a sensualidade, a luxúria, o desejo desenfreado por possessões ilícitas, a obsessão pelo poder, a ostentação esnobe e orgulho. Desde a queda do homem, esse mal desenfreado continua se alastrando e a única maneira de contê-lo é começando com uma profunda mudança no interior pela poderosa ação da Palavra de Deus e do Espírito Santo (Mc 7.21-23).
2. Não cobiçarás. “Casa” aqui corresponde a tudo o que pertence ao próximo, tudo aquilo que ele tem necessidade, tudo o que constitui e prolonga sua vida pessoal (Êx 20.17). A enunciação desse mandamento propõe possíveis exemplos de cobiça, mas sua lista não é exaustiva, mas coloca as pessoas na vida da comunidade. A versão de Deuteronômio 5.21 coloca antes da cobiça pela “casa”, a cobiça pela mulher do próximo, o que supõe uma evolução no pensamento em relação à mulher. Ela é a coisa mais importante do próximo, não seus pertences. A obra divina de libertação deve chegar até o coração. Pois a cobiça é o obstáculo; ela é uma interrogação dentro de cada indivíduo, e lá onde só existe Deus como testemunha, ela pode assumir muitas formas (Mt 6.24; Lc 12.15; I Co 13.4).
3. Um mal corrosivo. A cobiça é o desejo irreprimível de querer ser como os outros, o desejo excessivo de ser o que os outros são e não podemos. É um desejo excessivo que corrói, e que promete uma felicidade que não dará: é aí que reside o seu fracasso. O ser humano nunca poderá satisfazer-se apenas com bens materiais ou conquistas temporárias. Se assim fosse, esta seria a época mais feliz da história, porém, não é. Notamos que os consultórios de neurologistas, psicólogos e psiquiatras, especialmente das grandes cidades e dos países ricos, estão cheios de pessoas insatisfeitas, não por problemas econômicos, mas por motivos existenciais. O problema se localiza no “ser” pessoal, no mais profundo da alma humana (Lc 12.15).

II – OS PERIGOS DA COBIÇA

Cobiçar é estritamente proibido pelo décimo mandamento. Cobiçamos sempre que colocamos nosso coração naquilo que legitimamente não nos pertence, e isso pode ser muito perigoso (Êx 20.17).

1. A cobiça é um desejo profano. Thomas Watson, o puritano, definiu a cobiça como “o desejo de possuir o mundo”. Claro que nem todos os desejos são egoístas, o problema está nos desejos corrompidos, os quais nossa natureza pecaminosa se inclina a querer. O problema reside quando desejamos a coisa errada, da maneira errada e na hora errada (Ec 3.1). Esse mandamento proíbe nosso descontentamento em relação a nossa condição de vida. Não podemos ter sentimento de pesar pela prosperidade de nosso próximo ou afeições desordenadas sobre algo que lhe pertença. Sempre existirá algo de inveja a cobiça. Quando Eva comeu o fruto proibido, não o fez somente pelo prazer de comer o fruto, mas porque era “desejável para dar entendimento”, como sugerido pelo inimigo (Gn 3.5). Satanás lançou em seu coração uma mentira. Ela comeu pela cobiça que a mentira lhe causou (Gn 3.6).
2. Cobiçar pode ser um desejo mortal. Quando Deus escreveu com seu próprio dedo os mandamentos colocou a cobiça no mesmo grupo dos “grandes pecados”. Ele não alterou a ordem, colocando em primeiro os pecados dramáticos e intrigantes (roubo, adultério, assassinato), terminando depois com a cobiça que parece ser um pecado brando, mas tão condenável quanto qualquer um dos outros. Em todos os demais textos ao longo da Bíblia, a cobiça aparece de forma condenável. Jesus a citou junto com o roubo, o assassinato e o adultério (Mc 7.21-22); Paulo afirma que os cobiçosos não herdarão o reino (I Co 6.9-10; Ef 5.5; Cl 3.5). A triste história de Acă nos mostra como alguém pode precipitar sua própria vida por algo que talvez nunca desfrute. A Bíblia nos diz que antes de Acă roubar o tesouro, ele o cobiçou (Js 7.21).
3. A cobiça é um falso amor. A cobiça é o amor que está fora de ordem, fora de proporção e fora do lugar, é um amor falso e traiçoeiro. Significa colocar nossos afetos onde não correspondem, ou seja, colocar “coisas”, como: dinheiro, sucesso ou fama, no centro, acreditando que tais coisas oferecem uma base sólida para a existência (Hb 3.12-14). Cobiçar não é apenas desejar algumas coisas que não temos, é desejar algo que outra pessoa tem (Pv 14.30). A cobiça torna as “coisas” mais importantes do que as pessoas e suas necessidades. Cobiçar é colocar as coisas acima dos valores eternos e espirituais. Ao ler o relato da história da vinha de Nabote, vemos o que a cobiça é capaz de fazer no coração de um ser humano. Acabe desejou o que não poderia lhe pertencer de maneira legal e, para obter sucesso, teve que matar Nabote (I Rs 21.1-16). Nabote demonstrou temor ao Senhor ao recusar vender sua vinha (I Rs 21.3). Já Acabe demonstrou que não temia a Deus. De acordo com a lei de Moisés, os israelitas não podiam vender sua propriedade porque a terra pertencia a Deus (Lv 25.23; Nm 36.7). O que para “Acabe” era vaidade e egoísmo, para Nabote era questão de honra, não era por dinheiro. O castigo de “Acabe” mostra que Deus não está indiferente aos atos cruéis e às demonstrações de ausência de temor a Ele.

III – O LADO POSITIVO DO DÉCIMO MANDAMENTO

Como os outros nove mandamentos, o décimo não se refere apenas a certos atos específicos de comportamento, mas a valores e atitudes. Ele nos chama para uma vida prática, de intimidade com Deus.

1. Devemos aprender a estar contentes. Vivemos em uma sociedade cheia de descontentamento. Nós nos sentimos insatisfeitos com nossos empregos, salários, casamento, igreja, saúde, nossa aparência e em quase todas as áreas de nossas vidas. Essa falta de contentamento é o produto do pecado em nós. Com o descontentamento vem a reclamação; e com a reclamação, o enfado; e com o enfado a amargura (Nm 11.5-6; 14.2). O contentamento é uma das virtudes cristãs mais importantes. Ele não é circunstancial, não depende de nossa situação, mas, sim, de uma pessoa: Deus. Paulo nos diz que Deus é tudo o que precisamos e tudo o que devemos desejar (Fp 4.11-13). Nosso Senhor nos diz que não devemos viver ansiosos e inquietos quanto ao suprimento das necessidades de tal maneira que desvia nossa atenção quanto a buscar primeiro o reino de Deus e sufoque nossa confiança no poder provedor do Senhor (Mt 6.31-34).
2. Devemos crer na suficiência de Deus. A dura verdade é que na raiz da cobiça está a rejeição da suficiência de Deus em nossas vidas. Cobiçar é o mesmo que dizer que Deus não é o suficiente para nós, e ainda nos falta algo. É preciso ter sempre em mente que Nosso Pai Celestial “bem sabe” de nossas necessidades e é amoroso e poderoso para suprir todas [Mt 6.32]. As coisas não foram planejadas para tomar o lugar dEle (Lc 12.34). Como diz o pastor James Macdonald: “Quando alcançamos algo e o tornamos essencial, e em seguida suplicamos a Deus que nos dê, estamos lhe pedindo que coloque no lugar dEle mesmo deter- minada coisa que consideramos mais importante” (Mt 6.24). Os primeiros discípulos entenderam muito bem essa perspectiva de vida. Após o fracasso da pesca, Jesus entrou em suas vidas e tudo mudou. Imediatamente, eles abandonaram o peixe, o barco, e resolveram ficar com Ele (Lc 5.11).
3. Devemos viver com simplicidade. Na vida espiritual, a simplicidade também pode ser considerada uma virtude. Para Davi, ela é o descanso que a alma encontra quando encontra redenção, satisfação e respostas em Deus (Sl 131.1-2). Embora o salmista reconheça que há coisas ainda grandes e incompreensíveis para ele, ele assume a simplicidade como a doce serenidade de uma criança que descansa nos braços seguros de sua mãe depois de ser alimentada. Não há mais choro, não há mais sentimento de insegurança, agora só resta descansar e aproveitar aquele momento. Para nós, cristãos, esta simplicidade vital é uma decisão de fé que se traduz na confiança serena que nasce de uma relação pessoal com o Senhor Soberano que cuida de nós (Sl 125.1-2).

CONCLUSÃO

O décimo mandamento é um alerta aos discípulos de Cristo para cultivarem, com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, o necessário contentamento que se expressa na gratidão ao Nosso Pai Celestial por Seu contínuo cuidado e provisão, com alegria e louvores ao Senhor. Tal postura, diz a Palavra, é uma grande fonte de riqueza (I Tm 6.6). Ao final deste estudo, cantemos o Hino 473, da Harpa Cristã: “Que outro bem ansioso buscarei? Bem melhor, que Jesus não acharei”.

 

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

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