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Adultos - CPAD

Uma perspectiva pentecostal de missões

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 601 – 4º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 05 – 29 de outubro de 2023

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8)

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo derramado no Pentecoste é o mesmo Espírito que Deus deseja derramar de novo na Igreja da atualidade.

LEITURA DIÁRIA

Segunda-feira I Co 12.11
A atividade de Deus por meio do ministério do Espírito Santo
Terça-feira – At 2.1-12
O Espírito Santo experimentado pelos cristãos do século I
Quarta-feira – At 1.8
O poder pentecostal é indispensável para a obra de Missões
Quinta-feira – At 8.26-30
O primeiro missionário transcultural da Igreja do
Primeiro Século
Sexta-feira – At 10.34,35; 11.17,18
Deus não faz acepção de pessoas para a salvação
Sábado – At 9.31
Ousadia e poder do Espírito na obra missionária

LEITURA BÍBLICA

Atos 2.1-8, 14-18

1-Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 – e de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 – E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 – E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 – E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 – E correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 – E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8 – Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
14-Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
15-Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.
16- Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel.
17- E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
18 – e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão.

INTRODUÇÃO

Uma característica notável do Movimento Pentecostal, desde o seu início, na virada do século passado, tem sido a paixão por Evangelismo e Missões. Nesta lição, estudaremos algumas características que marcam o trabalho pentecostal em Missões, uma marca da obra do Espírito Santo nestes últimos dias.

I – UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES

1- Somos evangélicos. Historicamente, o evangélico é conhecido como alguém que enfatiza
(1) o compromisso pessoal com Jesus a partir do “novo nascimento”,
(2) a autoridade bíblica e
(3) o apelo de anunciar a Cristo aos outros.

Basicamente, esses princípios são o que os evangélicos têm em comum. Eles tornam-se num impulso evangélico com raiz histórica na tríplice ênfase da Reforma Protestante:
1) a autoridade das Escrituras,
(2) a salvação pela fé e
(3) o sacerdócio universal dos crentes.

Então, de acordo com o missiólogo Paul Pomerville, podemos dizer que o Movimento Pentecostal contribuiu com esse impulso evangélico, descrito acima, com a natureza dinâmica da fé cristã. Esse princípio envolve a atividade de Deus em termos do ministério do Espírito Santo (I Co 12.11).

2- Somos pentecostais. Com o termo “pentecostal” nos referimos ao crente que crê que a experiência do Espírito Santo que ocorreu com os apóstolos, no dia de Pentecostes, de acordo com o Livro de Atos, pode acontecer hoje também, ou seja, a experiência com o Espírito Santo hoje não é diferente da experimentada pelos cristãos do século I (At 2.1-12). Nas palavras do missiólogo Paul Pomerville, essa experiência do Espírito perpassou a História da Igreja. Ela remonta à obra do Espírito Santo com a Igreja que começou no dia de Pentecostes e continua ao longo dos últimos dias, até que Jesus Cristo volte para arrebatar a sua Igreja (At 1.10,11).

3- Contribuições Pentecostais às Missões. Uma das contribuições pentecostais mais significativas para as missões modernas, sem dúvida, é a ênfase do papel indispensável do Espírito Santo no complexo desafio de plantar igrejas onde Cristo ainda não foi anunciado. Esse entendimento está na base do importante crescimento evangélico depois das Missões operadas pela obra pentecostal. Nesse sentido, o sucesso das missões pentecostais está ligado diretamente ao “lugar” que damos ao Espírito Santo, um lugar semelhante ao que os crentes do Novo Testamento deram em Atos dos Apóstolos (At 16.6-10). Assim, podemos dizer que somos evangélicos-pentecostais, pois para além de afirmarmos todos os princípios que os evangélicos afirmam, para nós é inegociável e indispensável o poder do Espírito na prática das Missões.

II – A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES

1- A causa da obra missionária da primeira igreja. A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes é o acontecimento que impulsiona a obra missionária da primeira igreja. O Senhor Jesus disse aos discípulos que, uma vez capacitados pelo poder do Espírito Santo, eles seriam suas testemunhas até aos confins da Terra (At 1.8). Por isso, o período em que a igreja cristã viveu seu maior crescimento foi o do primeiro século de nossa era. Ali começou o poderoso movimento de Missões. Nesse sentido, os oito primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos explicam a razão desse crescimento: antes de sair para alcançar as nações com o Evangelho, os discípulos deveriam estar revestidos de poder (At 1.4). Isso se cumpriu fielmente em Atos 2.

2- A expansão missionária da primeira igreja. Depois de serem cheios do Espírito Santo, os discípulos puderam compartilhar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo com outras pessoas além das fronteiras da Palestina. O livro de Atos dos Apóstolos relata, de forma detalhada e precisa, o avanço missionário da igreja do século primeiro. Embora o Livro de Atos destaque a atuação do apóstolo Paulo, considerado o maior missionário da Igreja Primitiva (I Co 16.8,9), pois ele estabeleceu igrejas nas quatro províncias romanas (Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia), também estão registrados trabalhos importantes de outros homens e mulheres de Deus, tais como: Barnabé, Pedro, Silas, Filipe, João Marcos, Apolo, Áquila, Priscila etc. Nesse aspecto, podemos dizer que o diácono-evangelista Filipe foi o primeiro missionário transcultural enviado a pregar para um africano (At 8.26-30).

3- “Deus não faz acepção de pessoas”. O apóstolo Pedro, um missionário cheio do Espírito Santo, reconheceu que todos os seres humanos são alvos do amor de Deus (At 10.34.35; 11.17,18). De perseguidor dos cristãos, Paulo se tornou o Apóstolo dos gentios (At 9.15,16, I Tm 2,7; Tt 2.11). O apóstolo João relata que Deus se interessa pela salvação de todos os homens (Ap 5.9,10,13; 7.9; 11.15). Com esse entendimento a respeito da natureza ilimitada do plano de salvação de Deus para os homens, e impulsionada pelo Espírito Santo, a Missão da primeira igreja atingiria a escala mundial. Podemos ver isso no ministério de Pedro com o centurião Cornélio (At 10), o trabalho de Filipe (At 8), a igreja missionária em Antioquia (At 13.1-3). bem como em Roma e outras regiões longinquas com o ministério apostólico de Paulo (Rm 15.22-29).

III – A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA

1- A função do Espírito na obra missionária. Dentre as muitas funções do Espírito Santo estão as de ungir, inspirar, separar e enviar homens e mulheres para os quatro cantos da terra como missionários do Senhor. Por isso, a obra missionária é uma tarefa ligada à ação exclusiva do Espírito Santo. Vemos esse princípio com o nosso Senhor Jesus, que foi ungido pelo Espírito Santo para o exercício do seu ministério (Is 61.1-3; Lc 4.17-20). Em outro momento, o Espírito Santo não permitiu que os apóstolos ficassem envolvidos com problemas sociais e quaisquer outras atividades que não fosse a evangelização (At 6.1-4). Os cristãos primitivos, por seu turno, eram fiéis em suas contribuições (At 4.32), o que proporcionava condições para que os apóstolos tivessem mais ousadia e poder do Espírito Santo para pregar a Palavra de Deus (At 9.31).

2- O Espírito Santo capacita para a obra. O Espírito Santo é quem escolhe e envia missionários para anunciarem as Boas-Novas de salvação ao mundo (At 8.29; 13.2; 20.28). Em Atos 16, temos uma revelação clara de como o Espírito Santo deseja que a ação missionária seja realizada (At 16.4-7). Nesse sentido, o Espírito Santo também é o instrutor dos ministros da Palavra de Deus no exercício da proclamação da mensagem no campo missionário (I Co 2.1-18). Não por acaso, a ação do poder do Espírito Santo na Igreja é a característica mais surpreendente no livro de Atos, a ponto de o livro ter sido chamado de “Os Atos do Espírito Santo”. Tanto o ministério público de Jesus quanto o ministério público da Igreja Primitiva foram iniciados sob a experiência do Espírito Santo.

3- Deus age por meio do Espírito Santo. Na obra “Verdades Pentecostais” (CPAD), o pastor Antonio Gilberto descreve a assistência do Espírito Santo na obra missionária. Ele mostra que o Espírito Santo escolhe, envia, capacita e direciona os evangelizadores. É o que observamos no livro dos Atos dos Apóstolos, quando o Espírito Santo age na vida da Igreja. Ali, fica claro que o Deus da Bíblia não é o deísta, isto é, impessoal, que se encontra longe do seu povo, mas Ele intervém de modo que deseja estabelecer um relacionamento vivo com a sua Igreja pelo poder ativo do Espírito Santo (At 17.28-30). Assim, a Igreja que dá espaço para a atuação do Espírito Santo será um celeiro de evangelismo, com eficácia e direção divina. Portanto, essa perspectiva de atividade do Espírito direta na obra missionária é uma ênfase dos pentecostais.

CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos uma das mais importantes contribuições dos pentecostais para as missões modernas: o poder do Espírito Santo na vida da Igreja. Vimos que assim ocorreu no ministério terreno de Jesus, bem como o ministério terreno da Igreja Primitiva. Tudo isso nos mostra que é indispensável para qualquer projeto missionário que toda obra comece e termine sob o poder e direção do Espírito Santo. É essa presença santa que garante o sucesso e eficácia da obra missionária em pleno século XXI.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista CPAD

 

 

 

 

 

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