Adolescente - CPAD
A prisão e o julgamento de Paulo
EBD – Adolescentes – EDIÇÃO: 193 – 3º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 11 – 15 de setembro de 2024
TEXTO BÍBLICO
Atos 23.25-35
DESTAQUE
“E agora estou aqui sendo julgado porque tenho esperança na promessa que Deus fez aos nossos antepassados.” Atos 26.6
LEITURA DEVOCIONAL
Segunda-feira – Mt 23.37
Terça-feira – Mt 5.10-12
Quarta-feira – Ef 3.1
Quinta-feira – II Tm 1.16
Sexta-feira – At 28.30,31
Sábado – Hb 11.32-40
I. A PRISÃO EM JERUSALÉM
Quando Paulo foi preso em Jerusalém, depois do tumulto que houve no templo (At 21.33,34), ele pediu ao comandante Cláudio Lísias para se defender diante da multidão, antes de ser levado para a prisão (At 21.37-39). Sempre sábio, o Apóstolo aproveitou a oportunidade para pregar o Evangelho. Ele contou seu testemunho (At 22.1-16). Tudo ia bem, até que ele falou do seu chamado de pregar aos não judeus (At 22.21). Nesse momento, a multidão ficou enfurecida novamente e pediu a morte de Paulo. Em consequência, o comandante ordenou que os soldados levassem o Apóstolo para a fortaleza a fim de chicoteá-lo (At 22.24). O açoitamento estava prestes a começar.
Mas, o Apóstolo questionou se os soldados poderiam chicotear um cidadão romano (At 22.25). — Você recorda que Paulo era cidadão romano? Isso fez uma grande diferença porque nem os soldados, nem os oficiais queriam machucá-lo, por causa de sua cidadania (At 22.26-29). Considerando que o assunto contra Paulo era religioso, o comandante o enviou para o julgamento do Sinédrio (At 22.30). Você sabe o que é Sinédrio? Também traduzido por “Conselho Superior”, era a mais alta corte dos judeus, que governava e julgava com base na Lei de Moisés.
O Sinédrio, porém, não se resolveu o caso. O julgamento de Paulo se tornou um debate teológico entre fariseus e saduceus e escalou para outra confusão (At 23.6-9). Assim, uma vez mais o comandante interferiu para proteger a vida de Paulo (At 23.10). Percebendo que os meios Legais não estavam ajudando, alguns judeus combinaram uma emboscada para matar Paulo (At 23.12-14). Então, por questões de segurança, Paulo foi enviado a Cesaréia, a capital romana da Judéia (At 23.23,24).
II. OS JULGAMENTOS EM CESARÉIA
1- O Julgamento por Félix. Assim, o Grande Sacerdote, alguns líderes e o advogado Tértulo, que representavam o lado da acusação, viajaram para a Cesaréia para o julgamento (At 24.1). As acusações contra Paulo foram as seguintes:
(1°) ser provocador de desordens entre os judeus do mundo inteiro,
(2°) ser o líder do partido dos nazarenos,
(3°) ter tentado profanar o templo (At 24.5,6).
Quando chegou o seu momento de falar, Paulo se defendeu, afirmando que:
(1°) ele esteve poucos dias em Jerusalém e não causou desordem (At 24.11-13),
(2°) ele tinha a mesma fé em Deus que seus acusadores, embora seguisse a Cristo (At 24.14-16) e (3°) não havia presente no julgamento nenhuma testemunha que confirmasse a suposta profanação (At 24.17-19).
Não houve uma decisão nesse julgamento. Félix, o governador e responsável pelo caso, adiou sua decisão. Ele manteve Paulo preso por dois anos. Durante esse período ele chamou o Apóstolo para conversar várias vezes. E Paulo utilizava essas oportunidades para falar de Cristo. Félix queria agradar aos judeus e também receber alguma propina de Paulo (At 23.22-27).
2- O Julgamento por Pórcio Festo. Após esse período, Félix foi substituído por Pórcio Festo. Algumas semanas depois da sua posse, Festo realizou um novo julgamento com Paulo e seus acusadores (At 25.1-8). Durante o julgamento, Paulo apelou para o imperador César, ou seja, pediu para que seu caso fosse transferido para Roma (At 25.10,11). Enquanto esperava pela transferência, Paulo fez um discurso de defesa diante do rei Agripa e sua esposa Berenice. Este casal estava visitando o Pórcio Festo. E, mais uma vez, Paulo teve a oportunidade de contar seu testemunho e explicar sobre a salvação em Jesus (At 25.23; 26.1). Depois de tanto tempo preso, as autoridades romanas chegaram à conclusão de que Paulo era inocente. No entanto, nada podiam fazer, porque ele já havia apelado para César. Portanto, Paulo precisava ir a Roma (At 27.1).
3- A viagem até Roma. A viagem até Roma foi longa e difícil. Paulo foi levado junto com outros prisioneiros (At 27.1,3). A viagem durou alguns meses (At 27.7,9). Paulo e seus companheiros de viagem passaram por uma dezena de lugares e tiveram que trocar de meio de transporte algumas vezes. O navio que levava o Apóstolo atravessou uma longa tempestade (At 27.10,13) e acabou sofrendo um naufrágio (At 27.39-41). Em meio a essa crise, Paulo atuou como um mediador de conflitos (At 27.30,31), acalmou as pessoas (At 27.34-36) e falou de Deus para todos (At 27.22-25). O Senhor prometeu a Paulo que ele e todas as demais 275 pessoas, que estavam no navio, teriam a vida preservada durante a viagem. E foi exatamente isso o que aconteceu.
Mesmo havendo um naufrágio, ninguém morreu (At 28.1). Toda a tribulação e passageiros chegaram a nado à ilha de Malta. Lá, Paulo foi picado por uma cobra, mas Deus lhe deu mais um livramento (At 28.4,5). Após 3 meses, o Apóstolo conseguiu seguir viagem e, finalmente, chegou a Roma (At 28.14,15). Ali, Paulo conseguiu permissão para aguardar o julgamento em prisão domiciliar (At 28.16). E, assim, ficou mais dois anos preso em Roma e continuou pregando o Evangelho (At 28.30,31). A demora do julgamento do caso de Paulo se deu, provavelmente, pela lentidão do sistema judicial romano. Porém, mais uma vez, esta demora serviu aos propósitos de Deus.
III. O SISTEMA LEGAL ROMANO
Os acusadores do Apóstolo usaram a principal preocupação dos romanos, que era manter a estabilidade do Império, para culpar Paulo (At 24.5a). De acordo com o sistema romano, a crença religiosa era livre, desde que não provocasse confusão na sociedade. Pela Lei criminal romana, o encarceramento da pessoa não era para punir. As punições mais frequentes eram: execução, exílio, trabalho nas minas ou multas.
A prisão servia apenas para deter o acusado para interrogatório e julgamento, ou, em alguns casos, para deter alguém que desrespeitou uma autoridade. Ou seja, a prisão era o lugar de aguardar o julgamento e o tempo de espera variava conforme o andamento do sistema. Familiares e amigos podiam visitar o preso. Paulo ficou do ano 60 d.C. ao 62 d.C. sob prisão domiciliar em Roma. Durante esse tempo, além de receber visitas, escreveu as cartas que ficaram conhecidas como “epístolas da prisão”: Colossenses, Efésios, Filipenses e Filemom.
CONCLUSÃO
Muitas vezes planejamos como viver a vida, mas as circunstâncias podem ser contrárias ao programado. Para Paulo, o mais importante era cumprir sua missão de anunciar as Boas-Novas de Jesus (At 20.24). Sua alegria estava na salvação (II Co 4.16,17).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD