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E.B.D

A autenticidade de uma linguagem sadia

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 214 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 06 – 09 de fevereiro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” (Pv 18.21)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Sl 34.13
Guarda a tua língua
Terça-feira – Pv 21.23
O que guarda a língua se livra de angústias
Quarta-feira – Pv 12.18
A língua do sábio é saúde
Quinta-feira – Mt 12.36
Prestaremos contas de nossas palavras
Sexta-feira – Lc 6.45
A sua fala reflete o que está no seu coração
Sábado – Cl 4.6
Que as nossas palavras sejam agradáveis

TEXTO BÍBLICO

Tiago 3

1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeçar em palavras, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
4 Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
5 Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6 A língua também é um fogo: como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o
7 Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana:
8 Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear, está cheia de peçonha mortal.
9 Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens. feitos à semelhança de Deus:
10 de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
11 Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial de água doce e água amargosa?
12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.

INTRODUÇÃO

Qual o efeito que nossas palavras exercem sobre a vida daqueles que nos ouvem? No texto bíblico que estudaremos nesta lição, o capítulo 3 da Carta de Tiago, somos advertidos a respeito do poder e a responsabilidade do uso da língua. Tiago aborda a importância de controlar nossa língua e desenvolver uma elocução sadia que reflita nossa fé em Jesus Cristo.

I. A NECESSIDADE DE DOMINAR A LÍNGUA

1- A responsabilidade dos mestres com o que falam. Tiago inicia o capítulo três com uma advertência para os professores (v. 1). Aqueles que ensinam são responsáveis por usar sua língua com sabedoria, pois suas palavras têm grande influência sobre os outros. A palavra grega para mestre è kyrios ou kurios, cujo significado também é “senhor”. O mestre aqui é alguém que ensina a respeito das coisas de Deus, e dos deveres dos homens, alguém que é qualificado para ensinar, trazendo a ideia de um rabino que possuía conhecimentos sobre a Lei. Aqueles que ensinavam, nesse tempo, faziam de forma oral e seus insucessos estavam relacionados às palavras proferidas. O ato de ensinar está diretamente ligado à língua, à comunicação.
2- O poder da língua. No versículo 2, Tiago afirma: “Porque todos tropeçamos em palavras, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.” Ele explica que todos nós cometemos erros e destaca o dever que os crentes têm de controlar não apenas as palavras, mas também as ações.
3- Língua, um pequeno membro capaz de causar um grande impacto. Tiago faz uso de uma ilustração para ampliar a compreensão e o impacto da língua. Ele compara a língua ao freio que dirige um cavalo e ao leme que controla um navio (v. 4). Embora a língua seja um pequeno órgão do corpo humano, ela pode direcionar uma vida inteira para o bem ou para o mal. O ser humano, que é relativamente pequeno em porte e força, por meio do freio (um artefato muito pequeno), pode controlar um animal maior e mais forte, logo, tem condições de controlar sua boca. Da mesma forma, Tiago se utiliza da comparação com o leme. Grandes embarcações à vela, movidas pela força do vento, são guiadas por um pequeno leme. Assim, se o ser humano pode controlar o curso de uma grande embarcação com um pequeno leme, ele deve ser capaz de controlar a sua língua para que tenha um bom curso nos mares desta vida os quais precisamos atravessar.

II. OS PERIGOS DE UMA LÍNGUA DESCONTROLADA

1- A língua como fogo. O freio dos cavalos, o leme e a língua possuem as mesmas características: são pequenos, porém capazes de grandes feitos. Tiago também descreve a língua como um fogo, capaz de incendiar um grande bosque (v. 5). A ideia é mostrar que palavras podem causar danos enormes e duradouros. Você já deve ter ouvido nos noticiários os muitos males que as queimadas produzem para o meio ambiente, sendo até mesmo capazes de mudar o clima de uma determinada região. Os prejuízos são enormes para os ecossistemas e principalmente para o homem. “Como um mundo de iniquidade“. Essa expressão significa uma profunda violação da lei e da justiça, injustiça de coração e vida. Como um fogo, a língua que professa iniquidade é perversa, está fora de controle e destrói tudo à sua volta. A fala pode ser um instrumento para o bem, semeando a Palavra de Deus, como também para o mal, como por exemplo: mentir, difamar, alimentar o ódio, criar discórdias, incitar a luxúria etc. Muitos dos pecados que são cometidos têm sua origem na falta de controle da língua.
2- A inconsistência no falar. No versículo 9. Tiago destaca a inconsistência da língua: “Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” Esta dualidade mostra a necessidade de sermos consistentes em nossa fala, refletindo nossa fé em todas as circunstâncias. As Sagradas Escrituras nos ensinam que as palavras adequadas, pronunciadas no momento certo e com a atitude correta, têm o potencial de gerar vida. Por outro lado, palavras inadequadas, proferidas no momento errado e com a atitude incorreta, podem trazer destruição (Pv 18.21).
3- A incapacidade de dominar a língua. Tiago afirma que “nenhum homem pode domar a língua” (v. 8). É um mal incontido cheio de veneno mortal. O termo grego utilizado aqui é kakos que significa uma natureza perversa no modo de pensar, sentir, e agir, pessoa desagradável, injuriosa, perniciosa, destrutiva, venenosa. A comparação é com uma víbora, cujo veneno é tão mortal quanto os insultos, calúnias, maledicência e mentiras. Embora difícil, o controle da língua é essencial para evitar as armadilhas do mal e para se viver uma vida piedosa. Esse controle só é possível mediante a ação do Espírito Santo em nós. Neste capítulo, é destacada a contradição quanto ao uso da língua por algumas pessoas, pois ao mesmo tempo em que louvam a Deus, também amaldiçoam o próximo, que são feitos à semelhança de Deus (v.g). Tiago mostra aos irmãos(as) que tal atitude não deve existir entre os crentes, pois fomos chamados a utilizar nossas palavras para edificação e não para maldição. Considerando que as palavras possuem o poder tanto de gerar vida quanto de causar morte, elas são prejudiciais e contaminam aqueles que as pronunciam e os que ouvem. Um dia teremos que prestar contas de todas as palavras ociosas que proferirmos (Mt 12.36). Em tempos de redes sociais, essa orientação de Tiago é fundamental. Não são poucos os que se utilizam delas para destilar seus venenos, fruto de um coração cheio de perversidade.

III. CARACTERÍSTICAS DE UMA LINGUAGEM SADIA E IRREPREENSÍVEL

1- A fala que edifica. Tiago enfatiza o poder e a responsabilidade que acompanham o uso da língua. Somos advertidos a possuir uma linguagem sadia para edificar e encorajar os outros. Escrevendo aos crentes de Éfeso, Paulo também enfatiza esse ensino afirmando que: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Nossas palavras devem ser construtivas e benéficas. Com a língua, pode-se bendizer e amaldiçoar, contudo não somos chamados para amaldiçoar ninguém, e sim para apregoar a Palavra de Deus. Que venhamos usar nossas palavras para a edificação, exortação e consolo dos que nos ouvem. Use a sua boca, os seus lábios como uma ferramenta poderosa para edificar sua igreja e promover o bem-estar seu e dos irmãos(as). Desenvolva uma linguagem sadia que ajuda outros jovens a crescerem em fé e a buscarem uma vida mais alinhada com os princípios cristãos.
2- Palavras de sabedoria. Precisamos demonstrar sabedoria por meio da nossa conduta e, especificamente, através das nossas palavras. Uma linguagem sábia é aquela que reflete o conhecimento que vem do alto, logo ela é pura, pacífica, amável, complacente, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera (v. 17). Essa sabedoria deve permear nossas conversas diárias para que sejam construtivas e que promovam a paz e a justiça. A sabedoria divina é prática e se reflete não apenas em nossos pensamentos, mas em nossa fala e atitudes. Somos desafiados a mostrar a sabedoria por meio de boas ações, realizadas com mansidão. Uma língua controlada reflete a sabedoria divina e a presença do Espírito Santo em nossa vida.
3- Reflexo da fé em Cristo. Nossa fala deve ser um reflexo da nossa fé em Cristo. O crente deve se comunicar de modo a evidenciar sua fé em Jesus, sendo sempre cheia de graça e verdade, evitando gírias, palavrões etc. (Cl 4.6). Nossas palavras são um reflexo daquilo que temos em nossos corações. A fé sem um uso responsável e amoroso da língua é uma fé incompleta. Nossas palavras devem ser um testemunho vivo de nossa crença em Cristo, evidenciando o Fruto do Espírito (Gl 5.22-23). Quando nossas palavras são coerentes com a fé que professamos, elas se tornam ferramentas de evangelismo e testemunho, atraindo outros para Cristo.

CONCLUSÃO

A Carta de Tiago nos adverte sobre o imenso poder da língua e a necessidade de controlá-la para evitar danos à nossa vida e à do próximo. Uma linguagem saudável edifica, è cheia de sabedoria e reflete nossa fé em Cristo. Como cristãos, somos chamados a usar nossas palavras para glorificar a Deus e edificar os outros, demonstrando autenticidade em nossa fé por meio de uma comunicação verdadeira e amorosa. Ao cultivar uma linguagem irrepreensível, mostramos ao mundo a transformação que Cristo opera em nossas vidas.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

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